INTRODUÇÃO: O emprego da imunoglobulina policlonal anti-antígeno de superfície da hepatite B (HBIg) tem reduzido a recorrência da hepatite B após transplante hepático (TH), assim como também a freqüência de rejeição celular aguda (RCA). No entanto, o papel protetor da HBIg contra a RCA permanece controverso, pois a própria infecção por vírus B foi também associada a menor incidência de RCA. OBJETIVOS: Verificar a relação entre HBIg e a freqüência de RCA após TH. MÉTODOS: 260 pacientes (158 do sexo masculino, com 43 ± 14 anos) submetidos a TH foram avaliados, retrospectivamente, e divididos em três grupos de acordo com a presença de AgHBs e uso de HBIg. O grupo I foi constituído por 12 pacientes com AgHBs que receberam HBIg por mais de 6 meses; o grupo II foi formado por 10 pacientes com AgHBs que não receberam HBIg regularmente; o grupo III foi composto por 238 indivíduos sem AgHBs que não receberam HBIg. RESULTADOS: Nos pacientes do grupo I houve freqüência significantemente menor de episódios de RCA, em comparação ao que se observou nos grupos II e III. Nenhuma diferença ocorreu entre os grupos II e III. CONCLUSÕES: A administração profilática de HBIg contribui independentemente para reduzir a freqüência dos episódios de RCA após a realização de TH.