Resumo em Português:
FUNDAMENTOS: Streptococcus do grupo B é o principal agente etiológico responsável pela sepse neonatal na América do Norte. OBJETIVOS: Relatar 15 casos de infecção neonatal por Streptococcus do grupo B (Streptococus agalactiae) ocorridos na Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal de um hospital público e universitário. MÉTODO: O estudo foi realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre no período de 1º de janeiro de 1996 a 30 de junho de 1999. O diagnóstico de infecção neonatal foi feito a partir do isolamento e identificação de Streptococcus do grupo B em hemocultura combinado com alterações clínicas e laboratoriais sugestivas de sepse. RESULTADOS: Foram detectados quinze casos de infecção neonatal por Streptococcus do grupo B, sendo onze casos de sepse de origem precoce, dois casos de bacteremia oculta e dois casos de sepse de origem tardia. Oito casos tiveram choque séptico (53%), oito casos com pneumonia (53%) e quatro casos com meningite (27%). Quatorze casos foram diagnosticados a partir da hemocultura e um caso através da presença desta bactéria no exame anátomo-patológico do pulmão. Treze casos (87%) foram diagnosticados antes de três dias de vida. Ocorreram três óbitos (20%) e três pacientes com meningite ficaram com seqüelas neurológicas. CONCLUSÃO: O Streptococcus do Grupo B é uma das bactérias mais importantes na etiologia da sepse neonatal de início precoce em nosso hospital com elevada mortalidade e também com elevada morbidade. Entretanto, não se conhece sua incidência em outros hospitais. São necesssários outros estudos para determinar seu papel na sepse neonatal e assim estabelecer diferentes estratégias para sua redução.Resumo em Inglês:
Group B Streptococcus is the most common pathogen found in neonatal sepsis in North America. OBJECTIVES: We describe 15 cases of neonatal infections by Group B Streptococcus (Streptococcus agalactiae) at a Neonatal Intensive Care Unit of a public and teaching hospital. METHODS: We conducted a study at Hospital de Clínicas de Porto Alegre, from January 1st, 1996 to June 30, 1999. Diagnosis of neonatal infection was established according to the findings of Group B Streptococcus in blood culture associated with alterations resembling sepsis on the basis of clinical picture and laboratory findings. RESULTS: Fifteen cases of neonatal infections by Group B Streptococcus were detected. Eleven cases consisted of early-onset sepsis, 2 cases of occult bacteremia and 2 cases of late-onset sepsis. Eight cases had septic shock (53%), 8 cases had pneumonia (53%), and 4 cases had meningitis (27%). Fourteen cases were diagnosed from a positive blood culture, and 1 case from evidence of these bacteria in pulmonary anatomopathological examination. Thirteen cases (87%) were diagnosed before 72 hours of life. We had 3 deaths (20%), and 3 cases of meningitis developing neurological deficits. CONCLUSIONS: Streptococcus Group B is one of the most important pathogens in the etiology of early-onset neonatal sepsis at our hospital, with high mortality and morbidity. However, we do not know the incidence of GBS neonatal infections at other hospitals. More data are needed to establish a basis for trials of different strategies to reduce these infections.Resumo em Português:
O objetivo deste trabalho foi adequar um protocolo de reação em cadeia pela polimerase (PCR) para detecção de Salmonella em carne de frango artificialmente contaminada. Foram realizados ensaios com amostras de carne de frango inoculadas com diluições de Salmonella Typhimurium ou Salmonella Enteritidis (10-7, 10-8 ou 10-9 UFC/mL), procurando-se determinar o limite de detecção da técnica, intervalos de incubação das amostras (0, 6, 8 ou 24 horas de pré-enriquecimento em água peptonada 1%) e três protocolos de extração de DNA (fenol-clorofórmio, tratamento térmico ou tratamento térmico e Sephaglass). Foi possível amplificar DNA de Salmonella nas amostras de carne de frango inoculadas inicialmente com diluições de até 10-9 UFC/mL, utilizando-se protocolo de extração de DNA por fenol-clorofórmio e após um período de 24 horas de pré-enriquecimento, totalizando 48 horas de análise. Como os resultados são obtidos mais rapidamente que a cultura, este procedimento será útil na metodologia para detecção de Salmonella em carne de frango.Resumo em Inglês:
The aim of this study was to develop a polymerase chain reaction (PCR) protocol for the detection of Salmonella in artificially contaminated chicken meat. Tests were performed with different dilutions of Salmonella Typhimurium or Salmonella Enteritidis cells (10-7, 10-8 or 10-9 CFU/mL) inoculated in chicken meat samples, in order to establish the limits of detection, incubation times (0, 6, 8 and 24 hours of pre-enrichment in PBW 1%) and three DNA extraction protocols (phenol-chloroform, thermal treatment and thermal treatment and Sephaglass). The assay was able to detect until 10-9 CFU/mL of initial dilution of Salmonella cells inoculated in chicken meat, which allows detection of Salmonella within 48 hours, including 24 hours of pre-enrichment and using the phenol-chloroform DNA extraction protocol. As the results are obtained in a shorter time period than that of microbiological culture, this procedure will be useful in the methodology for detection of Salmonella in chicken.Resumo em Português:
Com a finalidade de estudar a ocorrência da doença de Lyme em cães no Brasil, o teste imunoenzimático (ELISA) indireto, utilizado para o diagnóstico da doença no homem, foi padronizado para a espécie canina. Utilizou-se como antígeno a cepa americana de Borrelia burgdorferi G 39/40. Os soros de cães procedentes da região de Cotia, área de risco para ocorrência da doença de Lyme, foram testados e os resultados positivos foram confirmados através da técnica de "Western blotting". Para investigação de possíveis reações cruzadas, os soros foram também testados para diferentes variantes sorológicas de Leptospira interrogans e L. biflexa pela técnica de soroaglutinação microscópica. Dos 237 soros testados pela técnica de ELISA, 23 (9,7%) foram positivos, sendo que 20 (86,9%) destes soros foram também positivos pela técnica de "Western blotting", sugerindo que a região de Cotia seja área de risco para doença de Lyme. Embora 4 (1,7%) dos soros testados apresentassem positividade para doença de Lyme e para leptospirose concomitantemente, não foi observada associação entre estes resultados (X² = 0,725 e p = 0,394), sugerindo ausência de reatividade sorológica cruzada entre as duas enfermidades.Resumo em Inglês:
Dogs sera samples collected from Cotia County, São Paulo were tested using indirect immunoenzymatic test (ELISA) in order to study Lyme disease serology in dogs. ELISA method was standardized and G39/40 North American strain of Borrelia burgdorferi was used as antigen. Positive results were confirmed employing the Western blotting technique. Because of the possibility of cross-reactions, sera were also tested for different serological strains of Leptospira interrogans and L. biflexa using microscopic sera agglutination test. Twenty-three of 237 (9.7%) serum samples were positive in the ELISA; 20 of them (86.9%) were confirmed by the Western blotting, what suggests that Cotia may be a risk area for Lyme disease. Although 4 samples (1.7%) were positive for Lyme disease and leptospirosis, no correlation was found between the results (X² = 0.725; p = 0.394) what suggests absence of serological cross reactivity.Resumo em Português:
Procurou-se verificar a possibilidade de transmissão horizontal de B. henselae em 5 felinos confinados, dentre os quais apenas um foi inoculado experimentalmente por via subcutânea (SC) com 10(5) UFC. Todos os felinos apresentavam infestação por pulgas. Para a avaliação da infecção foram utilizados: isolamento bacteriano (hemocultura), detecção de DNA específico pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), com os protocolos HSP, FTSZ e BH-PCR, e a pesquisa de anticorpos específicos por Imunofluorescência Indireta (IFI). Os protocolos da PCR foram também utilizados para a caracterização do isolado da hemocultura. A inoculação de B. henselae resultou na infecção assintomática do animal inoculado, comprovada através da soroconversão e de bacteremia de 4 meses de duração, com o isolamento da bactéria na hemocultura. Todos os animais contactantes apresentaram bacteremia 6 meses após a data de inoculação experimental. No entanto, não apresentaram reação de IFI positiva. Em nenhum momento foi possível detectar DNA de B. henselae no sangue circulante, com as PCR utilizadas. Não obstante, a PCR possibilitou a identificação da bactéria isolada como sendo do gênero Bartonella (HSP e FTSZ-PCR) e espécie henselae (BH-PCR). Conclui-se que o isolamento bacteriano por meio da hemocultura constitui-se no método mais eficiente para a identificação dos felinos infectados e bacterêmicos. Estes resultados também evidenciam a possibilidade do papel das pulgas na transmissão de B. henselae em gatos.Resumo em Inglês:
In order to study B. henselae transmission among cats, five young cats were kept in confinement for two years, one of them being inoculated by SC route with B. henselae (10(5) UFC). Only occasional contact among cats occurred but the presence of fleas was observed in all animals throughout the period. Blood culture for isolation of bacteria, PCR-HSP and FTSZ (gender specific), and BH-PCR (species-specific), as well as indirect immunofluorescence method for anti-B. henselae antibodies were performed to confirm the infection of the inoculated cat as well as the other naive cats. Considering the inoculated animal, B. henselae was first isolated by blood culture two months after inoculation, bacteremia last for four months, the specific antibodies being detected by IFI during the entire period. All contacting animals presented with bacteremia 6 months after experimental inoculation but IFI did not detect seroconversion in these animals. All the isolates from these cats were characterized as Bartonella (HSP and FTSZ-PCR), henselae (BH-PCR). However, DNA of B. henselae could not be amplified directly from peripheral blood by the PCR protocols used. Isolation of bacteria by blood culture was the most efficient method to diagnose infection compared to PCR or IFI. The role of fleas in the epidemiology of B. henselae infection in cats is discussed.Resumo em Português:
Nos últimos 30 anos várias espécies de Vibrio que vivem em ambientes aquáticos têm sido proclamadas como vetor de doenças que atingem o ser humano. Vibrio vulnificus é um patógeno de origem marinha, com potencial invasor, podendo ser letal. Tem sido relacionado com feridas infeccionadas e responsável por incontáveis casos de gastrenterites e septicemia primária. Sua frequência em organismos marinhos é considerada alta, principalmente em moluscos. Este trabalho objetivou isolar e identificar cepas de Vibrio vulnificus a partir de 20 amostras de camarão sete- barbas, Xiphopenaeus kroyeri (Heller), comercializado na feira de pescado do Mucuripe, Fortaleza, Ceará, Brasil. O ágar TCBS foi usado para isolamento primário e as cepas confirmadas através de provas bioquímicas eram submetidas a testes de virulência em camundongos. Posteriormente as cepas identificadas como Vibrio vulnificus foram testadas em relação à susceptibilidade a antimicrobianos. De 29 cepas, isoladas de 20 amostras, sete (35%), originadas de sete diferentes amostras, foram confirmadas como Vibrio vulnificus, significando alta percentagem de amostras contaminadas. Nenhuma das cepas apresentou virulência após 24 horas de observação, possivelmente devido à perda das cápsulas pela célula. As sete cepas de Vibrio vulnificus mostraram-se sensíveis a nitrofurantoína (NT), ciprofloxacina (CIP), Gentamicina (GN), Cloranfenicol (CO), mas resistentes a Clindamicina (CI), Penicilina (PN) e a Ampicilina (AP).Resumo em Inglês:
Over the last 30 years, a number of Vibrio species found in the aquatic environment have been indicated as cause of disease in human beings. Vibrio vulnificus is an emergent pathogen, an invasive and lethal marine bacterium related to wound infection and held accountable for gastroenteritis and primary septicemia. It occurs quite frequently in marine organisms, mainly in mollusks. This study aimed at isolating and identifying strains of V. vulnificus based upon the analysis of twenty samples of seabob shrimp, Xiphopenaeus kroyeri (Heller), purchased at the Mucuripe fish market (Fortaleza, Brazil). TCBS agar was used to isolate suspect strains. Seven of twenty-nine strains isolated from six different samples were confirmed as such by means of biochemical evidence and thus submitted to biological assays to determine their virulence. The susceptibility of the V. vulnificus strains to a number of antibiotics was tested. None of the V. vulnificus strains showed signs of virulence during a 24-hour observation period, possibly due to the shedding of the capsules by the cells. As to the results of the antimicrobial susceptibility tests, the seven above-mentioned V. vulnificus strains were found to be sensitive to nitrofurantoin (NT), ciprofloxacin (CIP), gentamicin (GN) and chloramphenicol (CO) and resistant to clindamycin (CI), penicillin (PN) and ampicillin (AP).Resumo em Português:
Comparou-se a suscetibilidade de 69 amostras de C. neoformans isoladas de pacientes com SIDA com 13 amostras de C. neoformans isoladas do meio ambiente, frente a quatro agentes antifúngicos. Com base na metodologia preconizada pelo NCCLS (M27-A) as concentrações inibitórias mínimas (CIMs) obtidas para a anfotericina B, itraconazol e cetoconazol foram muito semelhantes nos dois grupos estudados. Todavia, frente ao fluconazol, os isolados clínicos evidenciaram menor sensibilidade do que os provenientes do meio ambiente. Alguns aspectos envolvendo a importância e dificuldades dos testes de suscetibilidade com Cryptococcus neoformans são também discutidos pelos autores.Resumo em Inglês:
The purpose of the present study was to compare the susceptibility to four antifungal agents of 69 Cryptococcus neoformans strains isolated from AIDS patients with that of 13 C. neoformans strains isolated from the environment. Based on the NCCLS M27-A methodology the Minimal Inhibitory Concentrations (MICs) obtained for amphotericin B, itraconazole and ketoconazole were very similar for clinical and environmental isolates. Clinical isolates were less susceptible to fluconazole than environmental isolates. The significance of these findings and aspects concerning the importance, role and difficulties of C. neoformans susceptibility testing are also discussed.Resumo em Português:
As infecções pelo Trypanosoma cruzi e a doença de Chagas são endêmicas em babuínos (Papio hamadryas) reproduzidos em cativeiro na Southwest Foundation for Biomedical Research, em Santo Antonio, Texas. Nós obtivemos produtos de amplificação por PCR do DNA extraído de piolhos colhidos do cabelo e da pele de babuínos chagásicos, com primers aneladores específicos para DNAs nuclear e de cinetoplasto do protozoário. Esses produtos foram hibridizados com suas respectivas seqüências internas complementares. Seqüências selecionadas foram clonadas e o sequenciamento demonstrou a presença de DNA nuclear de T. cruzi, e de minicírculo de kDNA. A PCR competitiva com primers de kDNA determinou a quantidade de aproximadamente 23.9 ± 18.2 T. cruzi por piolho. Este achado sugere que o piolho pode ser um vetor contribuindo para a disseminação de T. cruzi na colônia de babuínos.Resumo em Inglês:
Trypanosoma cruzi (Schyzotrypanum, Chagas, 1909), and Chagas disease are endemic in captive-reared baboons at the Southwest Foundation for Biomedical Research, San Antonio, Texas. We obtained PCR amplification products from DNA extracted from sucking lice collected from the hair and skin of T. cruzi-infected baboons, with specific nested sets of primers for the protozoan kinetoplast DNA, and nuclear DNA. These products were hybridized to their complementary internal sequences. Selected sequences were cloned and sequencing established the presence of T. cruzi nuclear DNA, and minicircle kDNA. Competitive PCR with a kDNA set of primers determined the quantity of approximately 23.9 ± 18.2 T. cruzi per louse. This finding suggests that the louse may be a vector incidentally contributing to the dissemination of T. cruzi infection in the baboon colony.Resumo em Português:
Amostras de soro sangüíneo (n: 110) de indivíduos de comportamento de risco e doadores de sangue da cidade de Córdoba, na Argentina, com perfis de reactividade para HIV-1 e HTLV-I/II indeterminada por Western blot (Wb), foram estudadas para anticorpos específicos contra HTLV-I/II e HIV-1 por meio do Ensaio de Imunofluorescência Indireta (IFI). Este estudo foi realizado para caracterizar as reações putativas com proteínas HIV-1 e HTLV-I/II e resolver o estado da infecção por retrovírus destes indivíduos. Os resultados mostram que os soros dos doadores sangüíneos que apresentam padrões indeterminados para HTLV-I/II e HIV-1 no Wb não são reagentes contra HTLV-I/II e HIV-1 por IFI. Mas, um alto índice de amostras de individuos com alto risco com resultado indeterminado no Wb para HIV-1 e HTLV-I/II apresentaram resultados positivos para HTLV-I/II e HIV-1 por IFI, respectivamente. Nosso estudo sugere que a reatividade indeterminada para HTLV-HIV na população de baixo risco deve-se a uma reação cruzada contra antígenos não virais; e que na população de alto risco as amostras indeterminadas apresentam reação cruzada entre as proteínas HIV-1 e HTLV-I/II no Wb. Estes resultados indicam que se faz preciso pesquisar a reatividade de HTLV-I/II nas amostras indeterminadas de HIV-1 e vice-versa, para confirmar o diagnóstico. Por último, este trabalho mostra a utilidade potencial da IFI para determinar o estado de infecção HIV-1 e HTLV-I/II dos indivíduos com perfis indeterminados por Wb, permitindo assim, a resolução do estado real de infecção por retrovírus.Resumo em Inglês:
Serum samples (n: 110) from blood donors and high risk individuals from Cordoba, Argentina with indeterminate HIV-1 and HTLV-I/II Wb profiles were studied for specific antibodies to HTLV-I/II and HIV-1 by indirect immunofluorescence assay (IFA) and for the presence or absence of HIV-1 and HTLV-I/II specific bands by Wb. This study was carried out in order to characterize their putative reactions with HIV-1 and HTLV-I/II proteins and to resolve the retrovirus infection status of these individuals. Results indicated that blood donors sera displaying indeterminate HIV-1 or HTLV-I/II Wb patterns were not immunoreactive to HTLV-I/II and HIV-1 on IFA. However, a high rate of indeterminate HIV-1 and HTLV-I/II Wb samples from high risk individuals had positive HTLV-I/II and HIV-1 IFA results respectively. Our study supports the growing evidence that HTLV-HIV indeterminate seroreactivity in low risk population is due to a cross reaction against nonviral antigens, and in high risk populations the indeterminate samples show serological cross-recognition between HIV-1 proteins and HTLV-I/II proteins on Wb. These results point out the necessity to investigate the HTLV-I/II reactivity in indeterminate HIV-1 samples and viceversa in order to confirm the diagnosis. Finally, this study shows the potential usefulness of IFA in elucidating the status of HIV-1 and HTLV-I/II infection of individuals with indeterminate Wb profiles, thus enabling resolution of retrovirus infection status.Resumo em Português:
Apresentamos o caso de um adolescente de 15 anos de idade com infecção pelo HTLV-1 que desenvolveu linfoma cutâneo de células T, confirmado por exame histopatológico e imunohistoquímico, assim como leucemia, diagnosticada por exame clínico e avaliação de sangue periférico. O paciente morreu 3 meses após o início da doença. A raridade da doença nesta faixa etária justifica o relato de caso.Resumo em Inglês:
We present the case of a 15-year-old patient infected with HTLV-1 who developed a cutaneous T-cell lymphoma, confirmed by histopathological and immunohistochemical examination, as well as clinically and hematologically confirmed leukemia. The patient died 3 months after initial presentation of the disease. The rarity of the disease in this age group justifies the present report.Resumo em Português:
O presente relato descreve um caso de prototecose cutânea causada por Prototheca wickerhamii em uma mulher não imunodeprimida do estado da Bahia, Brasil. Este é o segundo caso descrito no Brasil. O exame dermatológico revelou placas eritematosas infiltradas na superfície flexora do braço e antebraço direitos. Os autores enfatizam os aspectos anatomopatológicos que podem levar a erro diagnóstico. A paciente foi tratada com sucesso com fluconazole.Resumo em Inglês:
The present report describes a case of cutaneous protothecosis caused by Prototheca wickerhamii in a non-immunocompromised female from the state of Bahia, Brazil. This is the second case described in Brazil. Dermatological examination revealed diffusely infiltrated erythematous plaques on the flexor aspect of the right arm and forearm. The authors emphasize the pathological aspects that can lead to misdiagnosis this condition. The patient was successfully treated with fluconazole.Resumo em Português:
Esta revisão pretende discutir as evidências experimentais indicando que IgE tem participação no processo que resulta na eliminação de nematódeos parasitos gastrointestinais. Os dados da literatura revelam que, na maioria dos modelos experimentais de infecção em murinos, a resposta imune que induz a eliminação de nematódeos é controlada por citocinas Th-2 (especialmente IL-4). Entretanto, o exato mecanismo(s) responsável pelo fenômeno ainda não foi completamente esclarecido e, provavelmente, varia em diferentes espécies de nematódeos. A produção de IgE específica contra antígenos do parasito, especialmente a IgE produzida localmente (mucosa intestinal ou órgãos linfáticos associados), tem grande importância para eliminação de T. spiralis do intestino de ratos infectados. IgE intestinal pode também estar envolvida na eliminação de vermes adultos de outros nematódeos que penetram na mucosa intestinal da região duodenal, como S. venezuelensis e H. polygyrus. No caso da infecção de T. spiralis em ratos, os resultados obtidos sugerem ainda que IgE intestinal pode participar da eliminação dos vermes intestinais através de mecanismos que independem de mastócitos.Resumo em Inglês:
This review discusses experimental evidences that indicate the IgE participation on the effector mechanisms that leads to gastrointestinal nematode elimination. Data discussed here showed that, for most experimental models, the immune response involved in nematode elimination is regulated by Th-2 type cytokines (especially IL-4). However, the mechanism(s) that result in worm elimination is not clear and might be distinct in different nematode species. Parasite specific IgE production, especially the IgE produced by the intestinal mucosae or associated lymphoid organs could participate in the intestinal elimination of Trichinella spiralis from infected rats. Intestinal IgE may also be important to the protective mechanism developed against other gastrointestinal nematodes that penetrate the murine duodenum mucosa tissue, such as Strongyloides venezuelensis and Heligmosomoides polygyrus. At least in Trichinella spiralis infected rats, the results indicated that intestinal IgE might work independently from mast cell degranulation for worm elimination.Resumo em Português:
A incidência de meningite asséptica após vacina tríplice viral (MMR) é diferente em diversos estudos. Analisamos retrospectivamente quarenta casos de meningite asséptica, relacionados a uma campanha de vacinação pública para cobertura tríplice viral em Curitiba, PR, Brasil, ano de 1998. A vacina utilizada foi a Leningrado-3-Zagreb para caxumba, Edmonston-Zagreb para sarampo e RA27#3 para rubéola. Um total de 87 casos foram relatados, resultando em uma incidência de 1,7 casos por 10.000 doses. A idade média dos pacientes foi 23,7 ± 12,8 anos. A relação feminino/masculino foi 1,35:1. Cefaléia intensa com sinais meningorradiculares (92,5%), febre (87,5%), náuseas e vômitos (82,5%) foram os achados clínicos mais comuns. Três casos (7,5%) desenvolveram caxumba branda. Todos os pacientes foram submetidos a punção lombar para obtenção de líquor, com os seguintes achados: pleocitose mononuclear de 100 a 500 células em 17 casos (42,4%; 257 ± 260,6 células/mm³); proteínas aumentadas em 28 casos (67,5%; 92,1 ± 76,9 mg/dL) e glicose (56,8 ± 11,2 mg/dL). Os testes sorológicos (látex para meningites, Cryptococcus, cisticercose, sífilis) e culturas bacteriológicas foram negativas. Identificação viral também foi negativa em 8 casos. Nenhum dos pacientes desenvolveu déficits neurológicos ou sintomas relacionados após um ano do início do quadro. Acreditamos que o benefício da vacinação claramente supera os eventuais efeitos da meningite asséptica após vacinação MMR devido ao seu caráter e evolução benignos.Resumo em Inglês:
The aseptic meningitis after Measles-Mumps-Rubella vaccine (MMR) is a well recognized complication, and different incidences have been observed in several studies. We retrospectively analyzed forty cases of aseptic meningitis, during a large public immunization campaign (1998) in Curitiba, Southern Brazil (590,609 people), admitted in our Service. The vaccine utilized was Leningrad-3-Zagreb mumps strain, Edmonston-Zagreb measles strain, and RA 27#3 rubella strain. In all county, a total number of 87 cases were reported, resulting in a incidence of 1.7 cases per 10,000 given doses . The mean age was 23.7 ± 12.8 years. The female:male ratio was 1.35:1. Severe headache with meningismus (92.5%), fever (87.5%), nausea/vomiting (82.5%) were the most common clinical findings. Three cases (7.5%) developed mild mumps. All patients underwent cerebrospinal fluid (CSF) tap with the following findings: mononuclear pleocytosis from 100 to 500 cells/mm³ in 17 cases (42.5%; 257.5 ± 260.6 cells/mm³); increased protein 28 cases (67.5%; 92.1 ± 76.9 mg/dL); glucose was normal in all cases (56.8 ± 11.2 mg/dL) except in 4 (10%) cases, which presented less than 44 mg/dL. All serological tests (latex to bacterial meningitis, Cryptococcus, cysticercosis, VDRL) and bacteriological cultures were negative. Virus identification were also negative in 8 samples. None of the patients had neurological deficits or related symptoms after one year of onset. We believe the benefit of vaccination clearly outweights the incidence of benign vaccine-associated meningitis.