Esta matéria analiza os trâmites de adoção e institucionalização de filhos de detentos-desaparecidos durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), que derivaram na apropriação das crianças e sua futura localização pelas Avós de Praça de Maio. A partir da reconstrução de três casos judiciais, nos quais o sequestro dos pais pelas Forças Armadas e de Segurança levou a declarar seus filhos em estado de "abandono" - apesar da procura e da denúncia de seus familiares -, propõe-se a oferecer um olhar crítico sobre as categorias jurídicas, as noções e as práticas utilizadas em um contexto de ação privilegiada do Serviço Social nos tribunais de crianças, onde as decisões dos agentes judiciários têm sido cruciais na resolução dos casos. O objetivo é contribuir ao debate em torno da problemática da adoção que atravessa a complexa relação entre direito, parentesco e política.
Ditadura militar; Apropriação de crianças; Abandono; Adoção; Serviço Social