Este artigo tem por objetivo discutir as políticas sociais vigentes nos últimos anos, incluindo os reflexos na subjetividade do trabalhador, a partir dos efeitos gerados tanto pela vivência do desemprego prolongado, como pela conseqüente dependência de programas sociais e ajudas de terceiros para garantir a própria subsistência. Relatos de pesquisa qualitativa, realizada no município de São Paulo, mostram o constrangimento provocado por essa dependência e inconformidade com a negação do direito ao trabalho. Além de insuficientes no combate às verdadeiras causas da desigualdade, as políticas compensatórias, fundadas na ortodoxia liberal, reforçam a fragmentação e a submissão das forças do trabalho, reduzem a população envolvida a meros objetos de intervenção, e dificultam ainda mais a construção de um projeto e identidade de classe, onde os trabalhadores possam interferir organizada e coletivamente, assumindo o papel de sujeitos na formulação da política e dos rumos da sociedade.
trabalho; precarização do trabalho; políticas sociais; dependência