Resumos
Objetivo: determinar as propriedades psicométricas da dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da Escala de Práticas e Comportamentos dos Idosos Institucionalizados para Prevenir Quedas numa amostra de idosos com declínio cognitivo.
Método: estudo metodológico, com abordagem quantitativa, para a avaliação das propriedades psicométricas da escala numa amostra de 102 idosos com declínio cognitivo, residentes em duas Instituições de Longa Permanência para Idosos. A avaliação da consistência interna foi efetuada pelo α de Cronbach, a confiabilidade interobservadores, calculada pelo coeficiente de concordância Kappa de Cohen e a estabilidade temporal, pela correlação de Spearman. Todos os procedimentos éticos foram contemplados no estudo.
Resultados: a dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da escala apresentou um α=0,895 para os seus 11 itens. Na confiabilidade interobservador, 7 dos 11 itens obtiveram de boa a excelente concordância entre os juízes. Os valores do Índice Kappa evidenciam que o instrumento é válido e fidedigno. As práticas e os comportamentos de segurança são influenciados pelo tempo de institucionalização, idade superior a 85 anos e capacidade de marcha.
Conclusão: os resultados indicam uma boa reprodutibilidade, o instrumento é válido e fidedigno, permitindo a utilização do instrumento na clínica em idosos com declínio cognitivo e na investigação.
Descritores: Enfermagem Geriátrica; Estudos de Validação; Psicometria; Acidentes por Quedas; Idosos; Instituição de Longa Permanência para Idosos
Objective: determine the psychometric properties of the safety practices and behaviors dimension of the Scale of Practices and Behaviors of Institutionalized Elderly People to Prevent Falls in a sample of elderly people with cognitive decline.
Method: methodological study, with a quantitative approach, to assess the psychometric properties of the mentioned scale in a sample with 102 elderly people with cognitive decline who lived in two long-term care institutions for the public in this age group. Internal consistency evaluation was carried out by calculating the Cronbach’s alpha coefficient; interobserver reliability was expressed by Cohen’s kappa coefficient; and temporal stability, by obtaining Spearman correlation. Compliance with all ethical procedures was observed.
Results: the dimension of safety practices and behaviors showed α = 0.895 for its 11 items. Seven out of the 11 items reached good to excellent agreement among the experts for interobserver reliability. Kappa index values indicated that the instrument is valid and reliable. Safety practices and behaviors were influenced by institutionalization time, being at least 85 years old, and gait skills.
Conclusion: the results pointed out that the instrument has good reproducibility and is valid and reliable, which allows its use in clinical practice in elderly people with cognitive decline as well as in research.
Descriptors: Geriatric Nursing; Validation Studies; Psychometrics; Accidental Falls; Elderly; Home for the Aged
Objetivo: determinar las propiedades psicométricas de la dimensión de prácticas y conductas de seguridad de la Escala de prácticas y comportamientos de los ancianos institucionalizados para prevenir las caídas, sobre una muestra de ancianos con deterioro cognitivo.
Método: estudio metodológico de abordaje cuantitativo para evaluar las propiedades psicométricas de la escala sobre muestra de 102 ancianos con deterioro cognitivo, residentes en dos hogares para ancianos. Evaluación de consistencia interna verificada por α de Cronbach, confiabilidad interobservadores calculada por coeficiente de concordancia Kappa de Cohen, estabilidad temporal comprobada por correlación de Spearman. Fueron contemplados todos los procedimientos éticos.
Resultados: la dimensión de prácticas y comportamientos de seguridad de la escala expresa α=0,895 para sus 11 ítems. En confiabilidad interobservadores, 7 de los 11 ítems obtienen buena o excelente concordancia entre los evaluadores. Los valores del índice Kappa evidencian que el instrumento es válido y fidedigno. Las prácticas de comportamiento de seguridad están influidas por el tiempo de institucionalización, edad superior a 85 años y capacidad de marcha.
Conclusión: los resultados demuestran buena reproductividad, el instrumento es válido y confiable, pudiéndoselo utilizar en la clínica con ancianos con deterioro cognitivo y en la investigación.
Descriptores: Enfermaría Geriátrica; Estudios de Validación; Psicometria; Accidentes por Caídas; Ancianos; Hogares para Ancianos
Introdução
A queda como principal acidente na população idosa é considerada um problema de saúde pública grave pelas consequências na funcionalidade, dependência e perda de qualidade de vida(1), constitui-se uma das principais causas de morte, de incapacidade e de custos para a saúde, representando 85% dos traumatismos na pessoa idosa(2).
Esse problema é de difícil controle pela natureza multifatorial em sua gênese, o que condiciona a prevenção. Não obstante essa dificuldade, os investigadores salientam que a maioria dos fatores de risco pode ser modificável com a introdução de intervenções singulares e múltiplas dirigidas a um ou mais fatores de risco(1-6).
Uma ilustração do supracitado são as modificações ambientais na casa do idoso. É sabido que quase todas as casas apresentam risco de queda para os idosos, pela presença de tapetes e obstáculos que diminuem a acessibilidade e a mobilidade ‘dentro de portas’, iluminação deficiente, entre outros(3). Os riscos ambientais podem ser minimizados ou eliminados por mudanças comportamentais na população idosa aliadas a alterações no ambiente, com impacto positivo na diminuição do risco e da prevalência de quedas na casa do idoso(4-5).
Reportando-se às dificuldades na prevenção, alguns autores têm sido críticos sobre o papel da investigação ao verificarem que, na produção de evidência, o modelo biomédico tem dominado o campo da pesquisa sobre as quedas com o paradigma positivista de investigação(6-7).
Essa abordagem permitiu ganhos, todavia os investigadores ressalvam que esta não cobre a complexidade dos eventos de quedas, da sua comunicação e do conhecimento sobre as práticas e os comportamentos dos idosos no nível da comunicação sobre a queda, das práticas de autocuidado seguras e de outros fatores comportamentais que podem aumentar a probabilidade de ocorrência de queda(6-7).
Nesse sentido, explorar outras dimensões do fenômeno e novas intervenções é necessário(6). Esta não é a única questão para os idosos residentes na comunidade, os que estão institucionalizados, mais vulneráveis, menos independentes e mais frequentemente afetados por doenças crônicas(1,6). A maioria dos idosos institucionalizados tem duas ou mais comorbilidades, sendo os diagnósticos mais comuns a hipertensão arterial (55,8%), a síndrome demencial (18,3%), a diabetes mellitus (16,3%) e o Alzheimer (14,4%)(1). Acrescente-se a esse fator de risco a polimedicação, com 52% dos residentes consumindo oito ou mais medicamentos diferentes(1).
Os idosos institucionalizados têm de lidar ainda com a mudança de ambiente, a presença dos funcionários e dos outros idosos, o que constui fator de risco específico das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI)(1).
Acrescente-se ao exposto que os idosos mais dependentes, institucionalizados, têm piores práticas e comportamentos de prevenção(6), principalmente no nível do autocuidado. Os idosos com incapacidade funcional em até cinco atividades de vida diária - de uma a cinco - apresentaram uma probabilidade 46% maior de cair, os com incapacidade funcional em todas as atividades da vida diária apresentaram uma menor probabilidade de queda (Razão de Prevalência = 0,57; Intervalo de Confiança 95%: 0,34 - 0,96)(8), e o risco de queda aumenta, progressivamente, com o aumento do grau de dependência, com exceção dos idosos totalmente dependentes(9).
Convém salientar que as alterações e os déficits cognitivos levam ao declínio funcional, com diminuição e/ou perdas de habilidades, interferindo, de forma significativa, nas práticas e comportamentos, o que, direta ou indiretamente, aumenta o risco de queda.
Desvelar as práticas e comportamentos das pessoas com declínio cognitivo é um contributo para uma discussão mais abrangente sobre outras dimensões do risco de queda, que não o bio-fisiológico, e pode trazer elementos novos para a discussão das medidas preventivas de quedas desses idosos. Na revisão da literatura, não encontramos instrumentos validados para o estudo das práticas e comportamentos dos idosos institucionalizados com declínio cognitivo, para prevenir quedas.
Em face do supracitado, o principal objetivo deste estudo foi determinar as propriedades psicométricas da dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da Escala de Práticas e Comportamentos dos Idosos Institucionalizados para Prevenir Quedas numa amostra de idosos com declínio cognitivo.
Método
Estudo metodológico, com abordagem quantitativa para a avaliação das propriedades psicométricas da dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da Escala de Práticas e Comportamentos dos Idosos Institucionalizados para Prevenir Quedas (EPCIPQ) numa amostra de idosos com declínio cognitivo.
A EPCIPQ é uma escala multidimensional que possui duas dimensões: a primeira diz respeito às práticas e aos comportamentos de comunicação bilateral entre o idoso e os diferentes profissionais da ILPI; a segunda está relacionada às práticas e aos comportamentos de segurança adotados pelo idoso. Essa última dimensão é constituída por 2 fatores, o referente às práticas e aos comportamentos seguros no autocuidado (os primeiros sete itens) e o outro às práticas e comportamentos da acessibilidade do espaço físico (os quatro últimos itens). Cada um dos itens pontua entre 1 (nunca) e 5 (sempre). Essa escala foi construída por investigadores portugueses e validada numa amostra de idosos sem declínio cognitivo residentes em seis ILPIs portuguesas(10).
No estudo de validação da escala original, por preenchimento efetuado pelo próprio idoso(10), ambas as dimensões revelaram uma boa consistência interna: os 6 itens da subescala comunicação obtiveram um α=0,881 e a dimensão práticas e comportamentos de segurança adotados, um α=0,817, para os 11 itens(10).
A dimensão práticas e comportamentos de comunicação da EAPCIP pontua com valores que oscilam entre 6 e 30 pontos, e a práticas e comportamentos de segurança adotados pelo idoso, entre 11 e 55 pontos(10).
As propriedades psicométricas da escala revelam que esta é confiável e que mensura adequadamente as variáveis em estudo(10) para a amostra de idosos conscientes e orientados em que foi validada, tendo as caraterísticas psicométricas sido determinadas por cada dimensão da escala(10) para permitir a sua utilização em separado, de acordo com as necessidades de avaliação.
A importância de avaliar práticas e comportamentos de segurança em populações com declínio cognitivo justifica a validação dessa dimensão por observação.
Para este estudo, foi alterado o número de opções de resposta de 5 para 3 (nunca, às vezes, sempre), a fim de tornar mais fácil a sua aplicação pelo método de observação, dadas as caraterísticas da população alvo.
A população deste estudo ficou constituída por 204 idosos de duas ILPIs que autorizaram a realização do mesmo. A amostra final foi de 102 idosos que respeitavam os critérios de inclusão pré-definidos: idade igual ou superior a 65 anos, estarem institucionalizados e terem declínio cognitivo avaliado pela aplicação do Mini Mental State Examination (MMSE), versão portuguesa)(11): ≤15 pontos para doentes analfabetos, ≤22 para doentes com escolaridade até 11 anos e ≤27 para doentes com escolaridade superior a 11 anos)(11).
Foram excluídos os idosos totalmente dependentes para a realização das atividades de vida diária e os que sofreram queda durante o período do estudo pela influência do medo de cair nas práticas e comportamentos dos idosos. O grau de dependência foi avaliado pelo Índice de Barthel, validado para a população portuguesa(12). Os idosos com capacidade para caminhar foram avaliados quanto à utilização ou não de um auxiliar de marcha.
A coleta de dados decorreu entre março e novembro de 2017 e foi realizada por quatro enfermeiros especialistas em enfermagem de reabilitação, dois de cada instituição. Num primeiro momento, foi oferecida formação aos profissionais sobre estrutura da escala, variáveis e modo de aplicação por observação. Num segundo momento, realizou-se um pré-teste com a aplicação da escala a sete idosos com declínio cognitivo os quais não foram incluídos na amostra final, com a finalidade de treinar os profissionais e avaliar dificuldades na observação e no preenchimento do instrumento.
Posteriormente, a escala foi aplicada pelos profissionais - observadores independentes - com uma semana de intervalo entre a avaliação de cada observador. Assim, para a análise da confiabilidade interobservador, cada idoso foi observado por dois profissionais na execução das atividades de vida diária, durante uma semana, em momentos diferentes. A ocorrência de queda foi monitorizada e registada no processo clínico.
A consistência interna da escala foi avaliada por meio do coeficiente Alpha de Cronbach, que é indicado para escalas com um número de respostas superior a 2 e do tipo Likert, e que avalia se a variância total dos resultados do teste está associada ao somatório da variância de item a item(13).
A confiabilidade interavaliadores foi determinada pelo coeficiente Kappa (14) e a estabilidade temporal, pela correlação de Pearson. A interpretação da magnitude dos estimadores de concordância Kappa é convencionada como: ≥ 0,75 (excelente); 0,40 a 0,75 (suficiente a boa); e < 0 ,40 (fraca)(14).
Para o tratamento estatístico dos dados, foi utilizado o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 23.0.
Este estudo foi realizado no âmbito do projeto Gestão do Risco de Queda em Equipamentos para Idosos, aprovado pela Comissão de Ética da Universidade Católica Portuguesa. Para a realização deste trabalho de investigação, foram respeitados os princípios éticos do protocolo de Helsínquia(15), concretamente, informados o consentimento, a privacidade e a confidencialidade(15).
Resultados
A amostra ficou constituída por 102 idosos com declínio cognitivo (MMSE ≤15 pontos para idosos analfabetos, ≤22 para doentes com escolaridade até 11 anos e ≤27 para doentes com escolaridade superior a 11 anos)(11), de ambos os sexos, 73,5% mulheres e 26,5% homens, institucionalizados, em média, há 43,29 ± 41,64 meses , sendo que 69,6% têm idade igual ou superior a 85 anos (Tabela 1).
Caracterização dos idosos de duas ILPIs quanto à idade, sexo, ocorrência de queda, grau de dependência e utilização de auxiliar de marcha. Lisboa, Lx, Portugal, 2018
Apesar de não ser objetivo do estudo identificar a prevalência de quedas, a monitorização desse indicador permitiu observar a elevada prevalência de quedas nas duas ILPIs, com 40,2% dos idosos sofrendo, pelo menos, uma queda e 73,4% caindo duas ou mais vezes no último ano.
Na Tabela 2, apresentam-se os valores do Coeficiente de Concordância Kappa (K) para cada um dos itens da dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da EPCIPQ. Não foi possível determinar o K dos itens 7 e 8 por apresentarem valores constantes, ou seja, ambos os observadores responderam na mesma opção. Nos itens restantes, a estatística Kappa variou entre 0,369 e 0,922. Os indicadores “Opta por colocar sapatos com sola antiderrapante”, “Organiza o espaço do seu quarto de modo a facilitar o deslocamento no mesmo”, “Remove obstáculos que dificultem a marcha no quarto”, “Certifica que os pés estão bem apoiados no chão, antes de se colocar de pé” e ”Verifica se o piso do banheiro não está escorregadio/molhado antes de o utilizar” demonstram excelente grau de concordância, estatisticamente significante para p <0,001.
Determinação da concordância interavaliadores (Coeficiente de Concordância Kappa). Lisboa, Lx, Portugal, 2018
A dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da EPCIPQ revela muito boa consistência interna, com um Alfa de Cronbach total de 0,895 para os 11 itens, não só tendo presente a avaliação do Observador 1 (α = 0,843) como a do observador 2 (α = 0,854).
Tendo por base os valores do Kappa assim como a distância de uma semana de uma avaliação para a outra, optamos por calcular a estabilidade temporal por meio da correlação de Pearson. Pelo seu valor (r=0,936; p<0,001), podemos afirmar que há uma correlação muito forte, positiva e muito significativa entre as duas avaliações.
No que concerne à avaliação das práticas e dos comportamentos dos idosos com declínio cognitivo e de acordo com os dados recolhidos por observação, e como os valores de cada um dos itens oscila entre 1 e 3, verificamos que os idosos institucionalizados que apresentam déficit cognitivo apresentam boas práticas de prevenção de quedas (Tabela 3).
Caracterização da amostra quanto a práticas e comportamentos para prevenir quedas. Lisboa, Lx, Portugal, 2018
A totalidade da dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança (t=,842; p>0,05) assim como os 11 itens que a compõem não estão relacionados com o sexo, mas a totalidade das práticas está relacionada com o tempo de institucionalização (,355; p<0,001). Ao analisarmos cada um dos indicadores em relação ao tempo de institucionalização, verificamos que as diferenças são nos itens 4 (rs=0,220; p<0,01), 5 (rs=0,205; p<0,01) e 10 (rs=0,164; p<0,05).Os residentes sem alterações da marcha apresentam melhores práticas (32,5±31,2) quando comparados com os que apresentam alterações (29,00±2,3), tendo a diferença significado estatístico (t= 10,053; p<0,001).
Os idosos com 85 anos ou mais apresentam melhores práticas (31,7±2,0) quando comparados com os que têm menos do que 85 anos (30,7±2,9), tendo essas diferenças significado estatístico (t= -2,143; p<0,05).
Testou-se a possibilidade de a prevalência de quedas estar relacionada com a idade, todavia, as diferenças não apresentam significado estatístico (ϰ2=,056; p>0,05).
A associação da ocorrência de queda, no último ano, nos idosos com declínio cognitivo com as suas práticas permite verificar que os residentes que caíram no último ano (31,7±2,3) não apresentam, nas suas práticas, diferenças com significado estatístico (t= 1,811; p>0,05) quando comparados com os que não caíram (31,07±2,3).
Discussão
A queda, o risco e o medo de queda são focos de atenção para a prática clínica do enfermeiro, ligada a transições do processo saúde/doença do idoso e institucionalização. Esse fenômeno é uma das razões dadas pelos familiares para a procura de uma instituição, sua repetição e consequências podem levar à institucionalização e vão continuar a afetar os residentes que permanecem independentes, uma vez que estão vivendo numa residência para idosos(16).
O aumento da média de vida vem sendo acompanhado de um maior número de quedas com lesões que interferem na qualidade de vida do idoso institucionalizado, por este motivo, alguns autores consideram que a prevalência de quedas deva ser um fator de avaliação da qualidade das ILPIs(17).
Acrescenta-se a esta realidade o facto de, após um primeiro episódio, os idosos, por medo de nova queda, impõem-se ou são-lhes impostas restrições à atividade(1,18), o que promove a dependência.
Nesse contexto e pela necessidade e inexistência de um instrumento que avaliasse as práticas e comportamentos dos idosos institucionalizados com declínio cognitivo, para prevenir as quedas, testamos as propriedades psicométricas da EPCIPQ numa amostra de 102 idosos com declínio cognitivo, recorrendo a 4 observadores.
A análise da fidelidade revela que os 11 itens da dimensão das práticas e dos comportamentos de segurança da EPCIPQ apresentam muito bom índice de confiabilidade, exibindo uma consistência interna. Esses resultados traduzem a capacidade da escala de mensurar as práticas e os comportamentos dos idosos com declínio cognitivo, para prevenirem a queda.
Em razão de se salientar que a versão inicial do instrumento apresenta uma dimensão para as práticas de comunicação, que é um elemento central de qualquer programa de prevenção de quedas, alguns autores advogam que melhorar a comunicação entre residentes e profissionais sobre as medidas preventivas e promoção da saúde pode assegurar que as intervenções apropriadas e específicas sejam desenvolvidas para diminuir a incidência de quedas(6,19), que é especialmente elevada nas pessoas com alterações cognitivas e aumenta o consumo de recursos de saúde(9). Todavia, as alterações de comunicação induzidas pelo declínio cognitivo, com períodos de confusão, alterações na linguagem verbal e não-verbal, alterações de processamento, entre outros, não permitem mensurar essa dimensão na população com déficit cognitivo.
Uma pesquisa que utilizou a EPCIPQ em idosos institucionalizados, mas sem declínio cognitivo, conclui que há uma desvalorização da comunicação sobre as quedas nas ILPIs, o que pode reforçar uma desvalorização da frequência com que os fatores de risco contribuem para a queda e a aceitação de que esta é natural na terceira idade(6).
As mesmas investigadoras referem que a pior relação entre valor total possível e valor obtido foi a dimensão das práticas e dos comportamentos da comunicação sobre os fatores de risco entre os idosos e os profissionais da instituição em que, num total possível de 30, obteve-se uma média de 7,52± 3,24(6). Estudos futuros devem caracterizar como é efetuada a comunicação dos fatores de risco e das medidas preventivas e a comunicação dos episódios de queda das pessoas com declínio cognitivo, essencialmente entre os diferentes profissionais e os idosos sem declínio que testemunham as quedas dos residentes com alterações cognitivas.
A dimensão das páticas e dos comportamentos de segurança do idoso (PCS) é constituída por 2 fatores, o primeiro para práticas e comportamentos seguros no autocuidado (itens de 1 a 7) e o segundo para práticas e comportamentos de acessibilidade do espaço físico (itens de 8 a 11) e apresentam igualmente uma ligeira diferença no valor do alfa de Cronbach, que, no nosso estudo, é de α=0,895 e, no da validação da escala original, foi de α=0,814.
Esse valor é indicador de uma boa consistência interna. Estudos futuros devem explorar se o facto de o idoso com declínio cognitivo apresentar simultaneamente declínio físico e alterações de marcha que impliquem no uso de auxiliar de marcha, aumenta as práticas de segurança no autocuidado e promove um maior cuidado na organização do espaço físico para melhorar a acessibilidade ao mesmo.
Os resultados de outras investigações apontam que as práticas e os comportamentos que ocorrem, em média, com maior frequência são os relacionados com o autocuidado, nomeadamente a escolha de sapatos com sola antiderrapante (4,06± 1,11) e fechados (3,45± 1,35) e o levante da cama em que, na “maioria das vezes”, o idoso certifica-se de que os pés estão bem apoiados no chão, antes de se levantar (3,97±1,27)(6).
Em relação à avaliação do índice de concordância entre observadores, constatamos que 7 dos 11 itens obtêm uma concordância boa a excelente. Com base nesses resultados, entende-se que esses itens apresentam uma boa concordância entre os juízes e boa reprodutibilidade quanto à avaliação das práticas e dos comportamentos por hetero-observação.
Os itens 2 e 11 têm uma baixa confiabilidade interavaliadores. A dificuldade na obtenção de consenso pode prender-se à natureza da própria atividade em si, ou seja, os avaliadores podem ter aceitações diferentes sobre a capacidade que um idoso com declínio cognitivo tem de selecionar os sapatos adequados ou de se assegurar de que o pavimento não está escorregadio.
Pela importância que estas variáveis assumem na prevenção e no mecanismo de queda devem ser exploradas em investigações futuras.
Por apresentarem valores constantes, não foi possível a determinação do valor K dos itens 7 e 8.
Há possibilidade de os resultados terem sido afetados por erros aleatórios ou por viés de medição. Um dos fatores que podem ter influenciado é o próprio (pre)conceito do profissional associado ao declínio cognitivo e às capacidades da pessoa nessa situação.
Os investigadores que utilizem este instrumento em investigações futuras devem trabalhar esse aspecto com os observadores. Os avaliadores devem estar capacitados quanto ao construto, descritores, índice de conformidade ideal, critérios de avaliação, assim como quanto à padronização do procedimento avaliativo(20), bem como quanto ao fato de que as diferenças e as percepções individuais podem enviesar a avaliação objetiva.
Apesar dessas dificuldades, os resultados encontrados apontam para a fidedignidade dos indicadores e do instrumento de medida, indicando objetividade na mensuração. Cabe ressaltar que confiabilidade e concordância não são propriedades fixas dos instrumentos de medida, mas sim, o produto da interação entre o instrumento/ferramenta, os sujeitos/objetos e o contexto da avaliação(20-21).
A análise estatística permite constatar que as práticas e os comportamentos dos idosos com declínio são bons, dado que, no total, a amostra pontua 31,45, de 33 pontos possíveis. Os indicadores com média superior são o “manter as rodas da cama travadas” e o “quando se levanta da cama, primeiro senta-se com os pés apoiados no chão e, só depois, coloca-se em pé”. Essa prática pode ter influência na prevenção da queda, já que 25,7% das quedas, em ILPI, ocorrem ao levantar-se da cama e 37,1% durante a marcha(1).
Os resultados desta investigação observam diferença nas práticas dos idosos consoante à capacidade de marcha, os sem alterações apresentam melhores práticas (32,5±31,2) quando comparados aos que apresentam alterações de marcha (29,00±2,3), este pode ser um fator potenciador do risco de queda, porque associa a um risco maior (alterações no andar) práticas inseguras no autocuidado e na acessibilidade do espaço físico, ambos riscos importantes na gênese do mecanismo de queda(1,3-5).
Não há associação entre a ocorrência de queda no último ano e as práticas e comportamentos dos idosos com declínio. Os instrumentos utilizados para avaliar o medo de cair não estão validados para a população com declínio cognitivo, mas essa alteração vai condicionar a percepção da ocorrência de queda e do medo.
A problemática em estudo é complexa e levanta questões sobre a sistematização e a organização dos cuidados de enfermagem, é emergente que as equipes sejam não só qualificadas(22), mas também que se introduzam programas estruturados para intervenção que incluam a formação, a liderança, o suporte mútuo, a monitorização e a comunicação(23).
Os programas educativos voltados para profissionais representam um método custo/efetivo positivo para a melhoria das estratégias na prevenção de quedas(24). A intervenção na equipe deve prever não só a abordagem para controle dos fatores de risco biofisiológico e ambiental, mas também as práticas e os comportamentos, especialmente em relação aos idosos que têm declínio cognitivo, para que os profissionais estejam atentos a elas e auxiliem os idosos com maior fragilidade a manterem-se em segurança.
As limitações do estudo prendem-se à amostra e à variável latente a mensurar. Avaliar as práticas e os comportamentos dos idosos com declínio cognitivo é um processo complexo que implica treino, experiência, tempo e, não sendo habitual fazê-lo de forma sistemática, em ILPI, os observadores podem ter sido influenciados pela sua autopercepção do comportamento das pessoas com declínio cognitivo.
A inexistência de estudos sobre o fenômeno (práticas e comportamentos na gestão do risco de queda) e a população em estudo dificultaram a discussão dos dados.
Conclusão
Pelas características psicométricas e pela associação dos itens a medidas preventivas que ajudem a controlar os principais riscos de queda, esta escala é uma mais valia para a avaliação das práticas e dos comportamentos dos idosos na prevenção de quedas.
Na análise da consistência interna, a escala apresenta α=0,895 para os seus 11 itens, o que traduz a capacidade de avaliar a variável latente.
No que respeita à concordância e confiabilidade dos indicadores obtidos pelo Índice Kappa de Cohen, os resultados indicam uma boa reprodutibilidade, o que evidencia que o instrumento é válido e fidedigno para mensurar as práticas e os comportamentos dos idosos institucionalizados com declínio cognitivo, para a prevenção de quedas.
Foi possível verificar que as práticas e os comportamentos dos idosos com declínio cognitivo, na gestão do risco de queda, não estão associados ao sexo nem à ocorrência de queda anterior, mas são influenciados pelo tempo de institucionalização, idade superior a 85 anos e capacidade de marcha.
A determinação das suas propriedades psicométricas permite que a EPCIPQ, aplicada a idosos com declínio cognitivo residentes em ILPI, seja usada com relevância estatística na investigação e na clínica de enfermagem.
Investigações futuras devem associar a comunicação, as práticas e os comportamentos de segurança no autocuidado e as práticas e os comportamentos da acessibilidade do espaço físico ao risco de queda, à prevalência, ao mecanismo e ao medo de cair.
Agradecimentos
Agradecemos aos profissionais e idosos institucionalizados que participaram deste estudo.
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Editado por
-
Editora Associada: Rosalina Aparecida Partezani Rodrigues
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
01 Jun 2020 -
Data do Fascículo
2020
Histórico
-
Recebido
23 Nov 2018 -
Aceito
07 Fev 2020