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Eventos tromboembólicos em pessoas com câncer na pandemia da COVID-19: estudo caso-controle* * Artigo extraído da tese de doutorado “Eventos tromboembólicos em pessoas com câncer na pandemia da Covid-19: contribuições para a prática de enfermagem”, apresentada à Universidade Federal Fluminense, Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Niterói, RJ, Brasil.

Resumo

Objetivo:

analisar a associação entre a infecção por coronavírus e os eventos tromboembólicos em pessoas com câncer, durante o primeiro ano da pandemia.

Método:

estudo caso-controle realizado mediante coleta em prontuários. Os casos estudados foram de adultos com câncer, com diagnóstico de evento tromboembólico, atendidos nas unidades do serviço selecionado durante o primeiro ano da pandemia. O grupo controle contou com adultos com câncer sem diagnóstico de evento tromboembólico. Teste qui-quadrado de Pearson foi aplicado para verificar associação entre fatores de risco e o desfecho de técnicas de regressão logística foram aplicadas para identificar a razão de chance de ocorrência de evento tromboembólico.

Resultados:

388 casos e 440 controles foram incluídos no estudo (proporção 1/1). Prevaleceu o sexo feminino, raça branca, média de idade de 58,2 (±14,8) anos. A quimioterapia antineoplásica foi o tratamento mais utilizado e a doença por coronavírus foi identificada em 11,59% dos participantes. No grupo caso, trombose venosa profunda foi mais prevalente.

Conclusão:

o estudo confirmou a hipótese de que a infecção por doença por coronavírus não aumentou a chance de eventos tromboembólicos em pessoas com câncer. Para a população estudada, os fatores que tiveram associação com os eventos foram os relacionados ao câncer e seu tratamento.

Descritores:
Enfermagem Oncológica; Oncologia; COVID-19; Trombose; Neoplasias; Estudos de Casos e Controles

Destaques:

(1) Trombose venosa profunda foi a mais prevalente na população estudada.

(2) Quimioterapia aumentou a chance de eventos tromboembólicos em 65%.

(3) Eventos tromboembólicos mostraram associação significativa com a alta taxa de óbito.

(4) A COVID-19 não aumentou o risco de evento tromboembólico em pessoas com câncer.

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