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Taxonomias de enfermagem e estudos de eficácia, eficiência e efetividade: um desafio

EDITORIAL

Taxonomias de enfermagem e estudos de eficácia, eficiência e efetividade: um desafio

Emilia Campos de Carvalho

Membro da Comissão de Editoração da Revista Latino-Americana de Enfermagem, e Professor Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, Brasil, e-mail: ecdcava@usp.br

Desde a década de 70, a literatura tem despertado os enfermeiros para as contribuições que as classificações disponíveis na Enfermagem, seja de fenômenos, intervenções ou resultados, possam, também, trazer, em diferentes vertentes, sobretudo ao disponibilizarem informações sobre as condições dos clientes ou pacientes e favorecerem o raciocínio clínico diagnóstico, terapêutico e de suas consequências, possibilitando comparações de dados de diferentes regiões, projetando tendências da prática, bem como, no âmbito administrativo, e, ainda, propiciando informações que favoreçam a tomada das melhores decisões.

A preocupação com a produção de conhecimento nessa área e sua aplicação na Enfermagem brasileira atesta a expectativa de seu emprego e suas potencialidades.

Embora incipiente, a produção científica brasileira sobre estudos que empreguem as Classificação de Intervenções de Enfermagem(1) e, mais ainda, a Classificação de Resultados de Enfermagem(2), já pode ser identificada contribuição, no Brasil, de estudos sobre a Classificação Internacional da Prática de Enfermagem, em especial aqueles relacionados ao projeto CIPESC, caracterizado como força-tarefa da Associação Brasileira de Enfermagem e, em maior e mais robusta contribuição, aqueles referentes aos diagnósticos de enfermagem, envolvendo, predominantemente, a taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association International.

Tais estudos referenciam o surgimento, as características, a estrutura arquitetônica das classificações, as vantagens e potencialidades de seu emprego, ou, ainda, a criação ou validações de elementos dessas classificações, em sua maioria; contudo, outras classificações existem e podem enriquecer a discussão desse tema.

Os estudos que determinam o benefício de determinada tecnologia, como uma intervenção, programados em condições ideais ou experimentais (estudos de eficácia), ou os estudos clínicos que avaliem os benefícios dessa intervenção em condições usuais (estudos de efetividade), ou aqueles de custo-efetividade ou custo-utilidade, por exemplo, o uso das classificações de diagnósticos ou de resultados (estudos de eficiência), como os classificam alguns autores(5), ainda são poucos em nosso meio.

Esperamos que o movimento do uso dessas ferramentas no ensino, na pesquisa e na assistência se fortaleça ainda mais, também em nosso país, com estudos de eficácia, efetividade e eficiência, relacionados a situações ou problemas da nossa realidade, que resultem em sólidas evidências de seu beneficio para a área de Enfermagem e para o fortalecimento das Classificações.

Referências

  • 1. Napoleăo AA, Chianca TCM, Dalri MCB, Carvalho EC. Análise da produçăo científica sobre a Classificaçăo das Intervençőes de Enfermagem (NIC) de 1980 a 2004. Rev. Latino-Am. Enfernagen. 2006; 14(4):608-15.
  • 2. Seganfredo DH, Almeida MA. Produçăo de conhecimento sobre resultados de enfermagem. Rev. Bras Enf. 2010; 63(1):122-6.
  • 3. Nita ME, Secoli SR, Nobre M, Ono-Nita SK. Métodos de pesquisa em avaliaçăo de tecnologia em saúde. Arq Gastroenterol 2009; (4):252-55.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    27 Set 2010
  • Data do Fascículo
    Ago 2010
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