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Benchmarking de aplicativos móveis voltados à saúde de pessoas com Diabetes Mellitus * * A publicação deste artigo na Série Temática “Saúde digital: contribuições da enfermagem” se insere na atividade 2.2 do Termo de Referência 2 do Plano de Trabalho do Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código de Financiamento 001, Brasil.

Objetivo:

mapear os conteúdos e os recursos dos aplicativos móveis sobre o manejo da Diabetes Mellitus e sua usabilidade nos principais sistemas operacionais.

Método:

pesquisa de benchmarking . O mapeamento dos apps , dos conteúdos e dos recursos nas plataformas Play Store e App Store foi realizado a partir de uma adaptação na estrutura de revisões de escopo da Joanna Briggs Institute. Para a análise da usabilidade, os aplicativos foram testados por duas semanas e utilizou-se o instrumento System Usability Scale , sendo que escores entre 50-67 pontos, é considerado limítrofe, entre 68-84, produtos com usabilidade aceitável e acima de 85, excelente aceitação pelo usuário e, para a análise, estatística descritiva.

Resultados:

os conteúdos mais prevalentes foram o manejo da glicemia capilar, alimentação, terapia medicamentosa oral e insulinoterapia. Quanto aos recursos, obteve-se a maior frequência de diários e gráficos. Em relação à usabilidade, dois apps foram considerados de excelente aceitação; 34, produtos com usabilidade aceitável; 29, o recurso pode apresentar algumas falhas, mas tem padrões de usabilidade ainda aceitáveis e 6, com falhas sem condições de usabilidade.

Conclusão:

os conteúdos e os recursos de aplicativos móveis abordam os pontos fundamentais para o manejo da Diabetes Mellitus com recursos de fácil utilização, com usabilidade aceitável pelos usuários e tem potencial para auxiliar no manejo da Diabetes Mellitus no dia a dia dos pacientes.

Descritores:
Diabetes Mellitus; Aplicativos Móveis; Estratégias de eSaúde; Telenfermagem; Promoção da Saúde; Inclusão Digital


Objective:

to map the content and features of mobile applications on the management of Diabetes Mellitus and their usability on the main operating systems.

Method:

benchmarking research. The mapping of apps, content, and resources on the Play Store and App Store platforms was based on an adaptation of the Joanna Briggs Institute’s scoping review framework. For the usability analysis, the apps were tested for two weeks and the System Usability Scale instrument was used, with scores between 50-67 points being considered borderline, between 68-84, products with acceptable usability and above 85, excellent user acceptance and, for the analysis, descriptive statistics.

Results:

the most prevalent contents were capillary blood glucose management, diet, oral drug therapy, and insulin therapy. As for resources, diaries and graphs were the most common. With regard to usability, two apps were considered to have excellent usability; 34, products with acceptable usability; 29, the resource may have some flaws but still has acceptable usability standards and 6, with flaws and no usability conditions.

Conclusion:

the content and resources of mobile applications address the fundamental points for managing Diabetes Mellitus with user-friendly resources, with usability acceptable to users and have the potential to assist in the management of Diabetes Mellitus in patients’ daily lives.

Descriptors:
Diabetes Mellitus; Mobile Applications; eHealth Strategies; Telenursing; Health Promotion; Digital Inclusion


Objetivo:

mapear los contenidos y los recursos de los aplicativos móviles sobre el manejo de la Diabetes Mellitus y su usabilidad en los principales sistemas operacionales.

Método:

investigaciones de benchmarking . El mapeo de los apps , de los contenidos y recursos en las plataformas Play Store y App Store fue realizado a partir de una adaptación en la estructura de revisiones del objetivo del Joanna Briggs Institute. Para el análisis de la usabilidad, los aplicativos fueron comprobados por dos semanas; para esto, se utilizó el instrumento System Usability Scale , siendo que puntajes entre 50-67 puntos, son considerados limítrofes; entre 68-84, tienen usabilidad aceptable; y, arriba de 85, tienen excelente aceptación por el usuario y para realizar análisis estadística descriptiva.

Resultados:

los contenidos más prevalentes fueron el manejo de la glucemia capilar, alimentación, terapia medicamentosa oral e insulinoterapia. En cuanto a los recursos se obtuvo mayor frecuencia de diarios y gráficos. En relación a la usabilidad, 2 apps fueron considerados de excelente aceptación; 34, productos con usabilidad aceptable; 29, los apps pueden presentar algunas fallas, sin embargo tiene estándares de usabilidad todavía aceptables; y, 6 presentaron fallas sin condiciones de usabilidad.

Conclusión:

los contenidos y los recursos de aplicativos móviles abordan los puntos fundamentales para el manejo de la diabetes mellitus, con recursos de fácil utilización, usabilidad aceptable por los usuarios y con potencial para auxiliar en el manejo de la diabetes mellitus, en el día a día de los pacientes.

Descriptores:
Diabetes Mellitus; Aplicaciones Móviles; eHealth Strategies; Teleenfermería; Promoción de la Salud; Inclusión Digital


Destaques:

(1) Avaliou-se sistematicamente a usabilidade de aplicativos de plataformas digitais.

(2) A maioria dos aplicativos para pessoas com Diabetes Mellitus tem boa usabilidade.

(3) O estudo oferece um panorama dos recursos disponíveis nos aplicativos.

(4) Os aplicativos possuem potencial para auxiliar no manejo da Diabetes Mellitus.

(5) Os aplicativos devem ser avaliados por critério de confiabilidade para recomendação.

Introdução

A Diabetes Mellitus (DM) pode levar a complicações graves na saúde de todos os grupos etários, inclusive grupos jovens, sendo essas complicações os principais motivos da piora da qualidade de vida, da incapacidade e morte de pessoas com DM ( 11. Tomic D, Shaw JE, Magliano DJ. The burden and risks of emerging complications of diabetes mellitus. Nat Rev Endocrinol. 2022;18:525-39. https://doi.org/10.1038/s41574-022-00690-7
https://doi.org/10.1038/s41574-022-00690...
- 22. Gregory GA, Robinson TIG, Linklater SE, Wang F, Colagiuri F, Beaufort C, et al. Global incidence, prevalence, and mortality of type 1 diabetes in 2021 with projection to 2040: a modelling study. Lancet Diabetes Endocrinol. 2022;10(10):741-60. https://doi.org/10.1016/S2213-8587(22)00218-2
https://doi.org/10.1016/S2213-8587(22)00...
) .

O manejo da saúde de pessoas com DM deve priorizar o estabelecimento de um estilo de vida saudável com hábitos e práticas que favorecem o bem-estar e o enfrentamento dos desafios do cotidiano ( 33. Alexandre K, Campbell J, Bugnon M, Henry C, Schaub C, Serex M, et al. Factors influencing diabetes self-management in adults: an umbrella review of systematic reviews. JBI Evid Synth. 2021;19(5):1003-118. https://doi.org/10.11124/jbies-20-00020
https://doi.org/10.11124/jbies-20-00020...
) . Tal manejo requer múltiplas responsabilidades da pessoa no autogerenciamento de seu cotidiano, consciência sobre o autoconceito, desenvolvimento de autonomia, gerenciamento das relações sociais e dos papéis no ambiente de trabalho, das relações afetivas e de respostas emocionais, e de apoio; bem como outras que exigem forte acompanhamento profissional como aquelas relacionadas à segurança e à adesão ao tratamento medicamentoso, às variações da glicemia e todas as eventuais respostas biológicas ou medicamentosas ( 33. Alexandre K, Campbell J, Bugnon M, Henry C, Schaub C, Serex M, et al. Factors influencing diabetes self-management in adults: an umbrella review of systematic reviews. JBI Evid Synth. 2021;19(5):1003-118. https://doi.org/10.11124/jbies-20-00020
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) .

Na literatura existem indicações de que o uso das tecnologias para a DM melhora os desfechos de saúde com redução de barreiras no acesso às orientações em saúde, principalmente por intermédio dos dispositivos móveis; com livre acesso e centralização de funções em apenas um dispositivo que pode favorecer a autonomia e facilitar o gerenciamento da doença. Ademais, tais tecnologias podem contribuir positivamente na tomada de decisão sobre a monitorização e no manejo da glicemia, automatizando os processos cotidianos ou melhorando a solução de problemas relacionados à saúde ( 44. Marcelo CAS, Coutinho MAP, Lara CR, Paraizo CMS, Fava SMCL. Mobile applications on Diabetes Mellitus - Narrative Review. J Health Inform [Internet]. 2020 [cited 2023 Nov 19];12(02):64-7. Available from: https://jhi.sbis.org.br/index.php/jhi-sbis/article/view/726/386
https://jhi.sbis.org.br/index.php/jhi-sb...

5. Majeed W, Thabit H. Closed-loop insulin delivery: current status of diabetes technologies and future prospects. Expert Rev Med Devices. 2018;15(8):579-90. https://doi.org/10.11124/jbies-20-00020
https://doi.org/10.11124/jbies-20-00020...

6. Fontecha J, González I, Barragán A, Lim T. Use and Trends of Diabetes Self-Management Technologies: A Correlation-Based Study. J Diabetes Res. 2022;7:5962001. https://doi.org/10.1155/2022/5962001
https://doi.org/10.1155/2022/5962001...
- 77. Represas-Carrera FJ, Martínez-Ques AA, Clavería A. Effectiveness of mobile applications in diabetic patients’ healthy lifestyles: A review of systematic reviews. Prim Care Diabetes. 2021;15(5):751-60. https://doi.org/10.1016/j.pcd.2021.07.004
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) .

Embora existam vantagens no uso dos dispositivos móveis, também há evidências de barreiras para o uso de aplicativos ( apps ) entre as pessoas com DM. Entre essas barreiras podem estar a pouca usabilidade, a ausência de recursos de acessibilidade e os conteúdos presentes nos apps , constituindo-se, portanto, em entraves para os usuários ( 88. Jeffrey B, Bagala M, Creighton A, Leavey T, Nicholls S, Wood C, et al. Mobile phone applications and their use in the self-management of Type 2 Diabetes Mellitus: a qualitative study among app users and non-app users. Diabetol Metab Syndr. 2019;11(84). https://doi.org/10.1186/s13098-019-0480-4
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) . Em adição, tanto na prática clínica profissional quanto no cotidiano dos usuários, a identificação destes apps não ocorre de forma sistematizada. A seleção destes recursos deve ser sustentada por uma análise eficiente do conteúdo, recursos e da usabilidade, garantindo o uso seguro destes instrumentos para o manejo da saúde. Desse modo, os estudos de avaliação de desempenho de tecnologias são utilizados para analisar e avaliar as tecnologias e, com isso, fornecer elementos para uma interpretação de benefícios e limitações da tecnologia ( 99. Alaslawi H, Berrou I, Al Hamid A, Alhuwail D, Aslanpour Z. Diabetes Self-management Apps: Systematic Review of Adoption Determinants and Future Research Agenda. JMIR Diabetes. 2022;7(3):e28153. https://doi.org/10.2196/28153
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10. Silva AR, Silva GB Junior, Branco KMPC. Comparative study of mobile apps available for kidney transplant patients. Rev Saude Dig Tecnol Educ. 2020;5(3):1-15. https://doi.org/10.36517/resdite.v5.n3.2020.a2
https://doi.org/10.36517/resdite.v5.n3.2...
- 1111. Tsimihodimos V, Kostapanos MS, Moulis A, Nikas N, Elisaf MS. Effects of benchmarking on the quality of type 2 diabetes care: results of the OPTIMISE (Optimal Type 2 Diabetes Management Including Benchmarking and Standard Treatment) study in Greece. Ther Adv Endocrinol Metab. 2015;6(5):199-209. https://doi.org/10.1177%2F2042018815592803
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) .

Uma revisão sistemática, publicada em 2017, sobre a usabilidade e a eficácia clínica de aplicativos móveis para os adultos com Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM2) mostrou que vinte publicações sobre a usabilidade, satisfação do usuário e os problemas de uso, indicaram limitada efetividade de aplicativos móveis em promover o controle glicêmico ( 1212. Fu H, McMahon SK, Gross CR, Adam TJ, Wyman JF. Usability and clinical efficacy of diabetes mobile applications for adults with type 2 diabetes: A systematic review. Diabetes Res Clin Pract. 2017;131:70-81. https://doi.org/10.1016/j.diabres.2017.06.016
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) . Em 2019, um estudo apresentou resultados da identificação de apps disponíveis em espanhol nas plataformas Play Store ( Android ) e App Store-iPhone Operating System (iOS), indicando trinta e quatro apps , sendo que três não dispunham de certificação de qualidade e apenas três indicavam as referências científicas utilizadas ( 1313. Rodríguez AQ, Wägner AM. Mobile phone applications for diabetes management: A systematic review. Endocrinol Diabetes Nutr (Engl Ed). 2019;66(5):330-7. https://doi.org/10.1016/j.endinu.2018.11.005
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) .

Frente ao exposto, os desafios permanecem na identificação de aplicativos móveis disponíveis para o manejo da DM, bem como na verificação de suas propriedades de usabilidade. Desse modo, este artigo tem o objetivo mapear os conteúdos e os recursos dos aplicativos móveis sobre o manejo da DM e sua usabilidade nos principais sistemas operacionais.

Método

Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo de benchmarking ( 1010. Silva AR, Silva GB Junior, Branco KMPC. Comparative study of mobile apps available for kidney transplant patients. Rev Saude Dig Tecnol Educ. 2020;5(3):1-15. https://doi.org/10.36517/resdite.v5.n3.2020.a2
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- 1111. Tsimihodimos V, Kostapanos MS, Moulis A, Nikas N, Elisaf MS. Effects of benchmarking on the quality of type 2 diabetes care: results of the OPTIMISE (Optimal Type 2 Diabetes Management Including Benchmarking and Standard Treatment) study in Greece. Ther Adv Endocrinol Metab. 2015;6(5):199-209. https://doi.org/10.1177%2F2042018815592803
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) de aplicativos móveis, o qual buscou, por meio de um mapeamento em plataformas de aplicativos, fazer um levantamento dos conteúdos, dos recursos e da usabilidade dos aplicativos móveis voltados à saúde de pessoas com DM.

Um estudo de benchmarking permite avaliar o desempenho e os resultados de um recurso ou tecnologia, realizar comparações com outros recursos, com vistas a proporcionar melhorias e ideias inovadoras. Atua como um instrumento de busca que permite o aperfeiçoamento e as idealizações modernas dos apps com as melhores evidências e funcionalidades ( 1010. Silva AR, Silva GB Junior, Branco KMPC. Comparative study of mobile apps available for kidney transplant patients. Rev Saude Dig Tecnol Educ. 2020;5(3):1-15. https://doi.org/10.36517/resdite.v5.n3.2020.a2
https://doi.org/10.36517/resdite.v5.n3.2...
- 1111. Tsimihodimos V, Kostapanos MS, Moulis A, Nikas N, Elisaf MS. Effects of benchmarking on the quality of type 2 diabetes care: results of the OPTIMISE (Optimal Type 2 Diabetes Management Including Benchmarking and Standard Treatment) study in Greece. Ther Adv Endocrinol Metab. 2015;6(5):199-209. https://doi.org/10.1177%2F2042018815592803
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) .

A scoping review framework , segundo o Joanna Briggs Institute , foi adaptada para mapear os apps e sintetizar seus conteúdos e recursos. As etapas metodológicas adaptadas foram: 1) Definição e alinhamento do objetivo e da pergunta; 2) Desenvolvimento e alinhamento dos critérios de inclusão com o objetivo e a pergunta; 3) Descrição da abordagem planejada para a busca, seleção, extração dos conteúdos e recursos, e apresentação dos apps .; 4) Procura pelos apps ; 5) Seleção dos apps ; 6) Extração dos conteúdos e recursos; 7) Análise dos conteúdos, recursos e da usabilidade; 8) Apresentação dos resultados e, 9) Resumo em relação ao propósito, conclusões e implicações das conclusões.

O objetivo foi identificar os apps móveis voltados à saúde de pessoas com DM, seus conteúdos, recursos e usabilidade. Para tal, desenvolveu-se a pergunta: “Quais são os conteúdos, recursos e usabilidade dos apps voltados à saúde de pessoas com DM?”. Para o alcance do objetivo, os critérios de inclusão foram: os apps nos idiomas português, inglês e espanhol, que compreendessem a temática de saúde e DM e foram excluídos aqueles que: 1) exigissem pagamento para a instalação; 2) destinados aos profissionais de saúde; 3) que necessitassem liberação dos autores para seu uso (número de cadastro e senha); 4) relacionados ao acompanhamento de evento/conferência científica; 5) jogos e avaliadores de conhecimento; 6) referentes à saúde de animais; 7) estivessem indisponíveis para download ou uso; 8) necessitassem de sensores específicos para o seu funcionamento. A abordagem de busca foi orientada pelos termos “ diabetes mellitus ” e “saúde”.

A procura, seleção e download foram realizados no período de novembro a dezembro de 2021, nas lojas virtuais Play Store e App Store , dos sistemas operacionais Android ( Google ) e iOS ( Apple ), respectivamente. Dois pesquisadores realizaram de forma independente a busca e download dos apps nas lojas virtuais. O primeiro pesquisador utilizou o Samsung Galaxy A71 compatível com Android ; e um iPhone 6s, compatível com iOS. Já o segundo pesquisador utilizou um Xiaomi 8 Lite , compatível com Android ; e um iPhone 6s, compatível com iOS. Quatro buscas foram empreendidas em cada loja virtual, empregando individualmente cada um dos termos previamente estabelecidos. Após a pesquisa, os apps foram selecionados via título e descrição resumida. Os apps que estiveram de acordo com os critérios de inclusão e exclusão foram baixados e analisados.

Para a coleta e organização das informações extraídas, cada pesquisador organizou os dados dos apps em uma matriz de informações no Microsoft Excel ® , com descrição de identificação (nome, desenvolvedor, autor(es) responsável(is), ano de lançamento, idioma, país de origem); público-alvo (paciente, familiares/cuidadores e estudantes); dados do app (descrição, versão atual, número de downloads , classificação/avaliação).

Em seguida, dois pesquisadores realizaram a análise da usabilidade de cada app em testes que duraram duas semanas. Este período de avaliação foi necessário para que alguns apps pudessem produzir um conjunto mínimo de dados capaz de gerar gráficos ao usuário. Ao final desse período, os pesquisadores dispunham de elementos suficientes para analisar a usabilidade com segurança.

Análise dos dados de usabilidade

A análise da usabilidade dos apps foi baseada no questionário System Usability Scale do Sistema Único de Saúde (SUS), o qual foi validado para uso no Brasil em 2010 ( 1414. Tenório JM, Cohrs FM, Sdepanian VL, Pisa IT, Marin HF. Desenvolvimento e avaliação de um protocolo eletrônico para atendimento e monitoramento do paciente com doença celíaca. Rev Inform Teor Apl. 2010;17(2):210-20. https://doi.org/10.22456/2175-2745.12119
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) . O SUS avalia produtos, softwares , aplicações, interfaces e websites por critérios de eficiência, efetividade e satisfação, permite a identificação das vantagens e das fragilidades por meio do uso prévio dos apps selecionados. O questionário contém dez itens que mostram uma visão integral do usuário em relação ao sistema, tendo o usuário que selecionar um item de uma escala que vai de 1 (Discordo Completamente) a 5 (Concordo Completamente) ( 1414. Tenório JM, Cohrs FM, Sdepanian VL, Pisa IT, Marin HF. Desenvolvimento e avaliação de um protocolo eletrônico para atendimento e monitoramento do paciente com doença celíaca. Rev Inform Teor Apl. 2010;17(2):210-20. https://doi.org/10.22456/2175-2745.12119
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) .

Para o cálculo da usabilidade, foi realizada a subtração de 1 da pontuação para as respostas ímpares e para as respostas pares subtraiu-se o valor de 5. Para obter-se a média final, multiplicou-se o valor encontrado por 2.5, que produziu a pontuação final (entre 0 a 100). Em relação aos escores do SUS, a pontuação entre 50-67 pontos é considerada limítrofe, ou seja, o recurso pode apresentar algumas falhas, mas possui padrões de usabilidade ainda aceitáveis. As pontuações entre 68-84 representam produtos com usabilidade aceitável. Já os softwares que pontuam acima de 85 possuem excelente aceitação pelo usuário ( 1515. Martins AI, Rosa AF, Queirós A, Silva A, Rocha NP . European Portuguese Validation of the System Usability Scale (SUS). Procedia Comput Sci. 2015;67(2015):293-300. https://doi.org/10.1016/j.procs.2015.09.273
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) . Após a avaliação independente, os dois pesquisadores compararam os resultados de aplicação do SUS para cada app , sendo debatidas as possíveis divergências de pontuações nos dez itens do questionário. Esse debate foi mediado pela revisão concomitante do app pelos dois pesquisadores até a obtenção de consenso para a determinação da pontuação final de usabilidade do app .

Aspectos éticos

Este estudo não foi submetido à apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa por caracterizar-se como pesquisa que não envolvesse diretamente seres humanos, cujos dados são de domínio público, e não envolveu quaisquer conflitos de interesse comerciais, profissionais ou de qualquer outra modalidade. As informações coletadas nos apps foram utilizadas exclusivamente para fins científicos. Os apps analisados foram devidamente mencionados no estudo.

Resultados

Foram identificados 431 apps nas plataformas de aplicativos, sendo 269 na Play Store e 162 na App Store . Desses, 30 foram excluídos por estarem duplicados, restando 401 apps . Após a análise dos títulos e a descrição dos conteúdos, 255 apps foram selecionados para o download e avaliação minuciosa. Ao final, a amostra foi constituída por 71 apps . O processo de seleção dos apps está descrito na Figura 1 .

Os apps analisados foram disponibilizados nas plataformas a partir do ano de 2010, com ascensão no número de desenvolvimentos a partir de 2013. Observou-se que em 2020 foi o período com maior número de lançamentos, totalizando 12 (16,9%) apps . Entretanto, identificou-se um declínio no desenvolvimento de apps após o ano de 2021.

A maioria dos apps tinha desenvolvedores dos Estados Unidos (21; 29,5%) e da Índia (14; 19,7%). Na sequência, identificaram-se apps do Brasil (6; 8,4%); França (4; 5,6%); Alemanha (3; 4,2%); Paquistão, Espanha, Rússia, Canadá e China (2; 2,8% cada); Áustria, Grécia, Polônia, Suíça, Turquia, Reino Unido, Países Baixos, Bulgária, Dinamarca, Japão, Itália, Finlândia e Bélgica (1; 1,4%) cada um.

Figura 1
- Fluxograma da seleção dos aplicativos nas plataformas virtuais selecionadas. Macaé, RJ, 2023

O manejo da DM foi abordado em todos os apps , envolvendo conteúdos tais como: o automonitoramento, controle e gerenciamento dos padrões glicêmicos, registro das atividades físicas, orientações educativas relacionadas à alimentação, informações sobre o uso de medicações e insulina, bem como sobre o controle pressórico e as medidas antropométricas ( Figura 2 ).

Três eixos temáticos podem representar os conteúdos e os recursos que indicam o propósito central dos apps: “aplicativos para a gestão da glicemia e da terapia medicamentosa”, englobando as ações de gerenciamento da fisiopatologia e tratamento da DM; “aplicativos para a mudança no estilo de vida”, tais como: atividade física, alimentação, controle pressórico e de peso; e “aplicativos para as medidas de bem-estar e educação”, com o estabelecimento de metas, orientações motivacionais, encorajamento frente ao convívio com a cronicidade da DM e as orientações educativas.

Figura 2
- Caracterização dos aplicativos segundo o idioma, objetivos, versão, avaliação e downloads . Macaé, RJ, 2023

A Figura 3 apresenta a categorização dos apps analisados quanto aos eixos temáticos e os temas abordados. Os temas predominantes foram manejo da glicemia (55; 77,4%), seguido de alimentação (41; 57,7%), terapia medicamentosa oral e insulinoterapia (39; 54,9%). Alguns aplicativos contemplam mais de um tema em seu conteúdo, o que permite que se enquadrem em uma ou mais categorias concomitantemente.

Figura 3
- Categorização dos apps quanto aos eixos temáticos e temas abordados. Macaé, RJ, 2023

Em relação aos recursos disponíveis nos apps , foram identificados: diários (50; 70,4%); gráficos (46; 64,7%); figuras/imagens (37; 52,1%); relatórios (27; 38%); lembretes/alarmes (17; 23,9%), estatísticas (7; 9,8%) e tabelas (5; 7%). Também foram identificados recursos relacionados aos hábitos de vida e bem-estar: registro da pressão arterial (22; 30,9%), peso (14; 19,7%), monitoramento de atividades físicas (15; 21,1%) e orientações/metas (2; 2,8%) que auxiliam na gestão eficaz da DM. Em alguns apps era permitida a inserção de dados sobre o perfil sociodemográfico do usuário (47; 66,2%), e clínico (52; 73,2%), como o ano do diagnóstico (9;12,6%) e o tipo de DM (24; 33,8%).

No que tange à usabilidade dos apps analisados, dois (2,8%) obtiveram um escore ≥ 85; 34 (47,9%) pontuaram entre 68-84 pontos; 29 (40,8%) apresentaram escores entre 50-67 pontos; seis (8,5%) obtiveram escores inferiores a 50. A Figura 4 ilustra as informações dos apps sobre o conteúdo, os recursos e usabilidade.

Figura 4
- Caracterização dos aplicativos selecionados quanto ao conteúdo, recursos e usabilidade. Macaé, RJ, 2023

Discussão

A interpretação dos dados mais abrangentes indica a predominância de aplicativos orientados para a gestão da glicemia, da terapia medicamentosa e de uma categorização de usabilidade aceitável, seguida da limítrofe. Disso, infere-se existir a necessidade de um investimento no aprimoramento destes aplicativos para garantir que o usuário possa utilizar melhor o recurso, ampliando suas possibilidades de suporte. Ademais, a predominância da visão focada na glicemia e no controle farmacológico pode enfatizar a visão biologicista e centrada nos profissionais, minimizando as alternativas de papel mais ativo da pessoa, especialmente relacionadas aos comportamentos e às crenças afeitas aos conceitos mais ampliados de saúde.

Entretanto, os conteúdos e os recursos encontrados nos “aplicativos para a gestão da glicemia e da terapia medicamentosa”, “aplicativos para as mudanças no estilo de vida”, e “aplicativos para as medidas de bem-estar e educação” possuem, de forma complementar, implicações diretas nas atitudes para o autocuidado. Isto porque as atitudes de autocuidado são determinadas por questões comportamentais, cognitivas e emocionais ( 1616. Nunes LB, Santos JC, Reis IA, Torres HC. Attitudes towards self-care in type 2 diabetes mellitus in primary care. Acta Paul Enferm. 2021;34:eAPE001765. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO001765
https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021AO...
- 1717. Mendez I, Lundeen EA, Saunders M, Williams A, Saaddine J, Albright A. Diabetes self-management education and association with Diabetes self-care and clinical preventive care practices. Sci Diabetes Self Manag Care. 2022;48(1):23-34. https://doi.org/10.1177/26350106211065378
https://doi.org/10.1177/2635010621106537...
) e estes conteúdos e recursos facilitam o desenvolvimento de comportamentos de saúde positivos por incluir lembretes/alarmes, diários de monitoramento, relatórios e gráficos. Utilizam atitudes cognitivas baseadas no acesso às orientações e nas metas de saúde, que reforçam as respostas emocionais positivas por meio de conselhos motivacionais e recompensadores dos bons resultados alcançados. Assim, a pessoa com DM pode ser orientada a utilizar mais de um aplicativo dos diferentes eixos, de forma a explorar as características complementares.

Em relação aos recursos dos apps classificados no eixo “Aplicativos para a gestão da glicemia e da terapia medicamentosa” englobaram o apoio ao manejo das variações da glicemia e a utilização dos medicamentos. Algumas pesquisas investigam o impacto destes recursos no enfrentamento aos desafios de alcançar as metas glicêmicas individuais, na tomada de decisão frente aos padrões da glicemia e no uso dos medicamentos. Uma revisão sistemática que avaliou o efeito dos apps para smartphones no controle glicêmico em pacientes jovens com DM Tipo 1 (DM1) não revelou uma redução significativa na Hemoglobina Glicada (HbA1c), em comparação aos cuidados habituais em combinação. No entanto, identificaram-se que apps auxiliares com as calculadoras de insulina ou carboidratos foram benéficos na redução da HbA1c ( 1818. Pi L, Shi X, Wang Z, Zhou Z. Effect of smartphone apps on glycemic control in young patients with type 1 diabetes: A meta-analysis. Front Public Health. 2023;11:1074946. https://doi.org/10.3389%2Ffpubh.2023.1074946
https://doi.org/10.3389%2Ffpubh.2023.107...
) .

Em paralelo, uma investigação do tipo mundo real indicou que o uso contínuo de apps de gerenciamento da glicemia está associado ao alcance de metas glicêmicas na prática clínica ( 1919. Tu Y, Chang Y, Chiou H, Lai K. The Effects of Continuous Usage of a Diabetes Management App on Glycemic Control in Real-world Clinical Practice: Retrospective Analysis. J Med Internet Res. 2021;23(7):e23227. https://doi.org/10.2196/23227
https://doi.org/10.2196/23227...
) . Já em participantes com DM2, os usuários que fizeram login em um app por 19 dias e tiveram pelo menos 85 dias desde o primeiro até o último login, tiveram aumento de mais de duas vezes a chance de reduzir o valor absoluto de HbA1c em 0,5% ( 2020. Jonusas J, Aleknavicius K, Valinskas S. Klinio mobile app for diabetes self-care: A pilot study of HbA1c improvement in type 2 diabetes patients. Smart Health. 2023;29(2023):100404. https://doi.org/10.1016/j.smhl.2023.100404
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) . Parte destas contribuições pode estar associada às diferentes funções encontradas nos apps , razão pela qual importa considerar a funcionalidade dos apps, para que haja melhores possibilidades de utilização destes pelos pacientes. Depreende-se desse processo o entendimento de que a qualidade da dinâmica no uso de apps para a saúde sofre a influência significativa da funcionalidade dessas tecnologias ( 2121. He Q, Zhao X, Wang Y, Xie Q, Cheng L. Effectiveness of smartphone application-based self-management interventions in patients with type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Adv Nurs. 2022;78(2):348-62. https://doi.org/10.1111/jan.14993
https://doi.org/10.1111/jan.14993...
) .

Em relação aos conteúdos, alguns apps foram além da monitorização glicêmica usual, com a utilização de lembretes, diários, estatísticas, gráficos e relatórios do usuário, sendo possível fazer ajustes adequados e tomadas de decisão mais acuradas, dada a abrangência das informações obtidas, e, assim, melhorar a funcionalidade dos apps para potencializar sua eficácia e efetividade.

No que tange aos recursos que auxiliam no tratamento medicamentoso, destacam-se as ferramentas que buscam auxiliar na adesão medicamentosa. Ainda não estão evidentes na literatura as contribuições destes recursos para a adesão ao tratamento. A avaliação de apps de alta qualidade disponíveis gratuitamente ao público mostrou que quase metade destes não promoveram alta ou moderada adesão medicamentosa. No entanto, destaca-se a limitação imposta pela amostra reduzida e a falta de padronização dos instrumentos avaliativos sobre a adesão medicamentosa ( 2222. Islam SMS, Mishra V, Siddiqui MU, Moses JC, Adibi S, Nguyen L, et al. Smartphone Apps for Diabetes Medication Adherence: Systematic Review. JMIR Diabetes. 2022;7(2):e33264. https://doi.org/10.2196/33264
https://doi.org/10.2196/33264...
) .

O eixo “Aplicativos para a mudança no estilo de vida” contemplou apps com conteúdos e recursos voltados à prática de atividades físicas, alimentação, controle pressórico e de peso. A identificação de apps que contemplam este eixo se coaduna com uma investigação sobre o uso de dispositivos móveis por pacientes que convivem com DM, a qual evidenciou que uma parcela significativa dos participantes utiliza app para o planejamento nutricional e dietético (85,5%), monitorização do controle glicêmico (76,5%) e agendamento de consultas de saúde (90,5%) ( 2323. Mehbodniya A, Kumar AS, Rane KP, Bhatia KK, Singh BK. Smartphone-Based mHealth and Internet of Things for Diabetes Control and Self-Management. J Healthc Eng. 2021;2021:2116647. https://doi.org/10.1155/2021/2116647
https://doi.org/10.1155/2021/2116647...
) .

Adicionado a estas evidências, uma revisão sistemática sobre a efetividade de apps móveis relacionados ao estilo de vida de pessoas com DM detectou que o gerenciamento dos hábitos de vida por meio de apps pode auxiliar a alcançar, a curto prazo, o controle glicêmico efetivo. No entanto, não se observaram contribuições significativas no controle da pressão arterial e do peso ( 77. Represas-Carrera FJ, Martínez-Ques AA, Clavería A. Effectiveness of mobile applications in diabetic patients’ healthy lifestyles: A review of systematic reviews. Prim Care Diabetes. 2021;15(5):751-60. https://doi.org/10.1016/j.pcd.2021.07.004
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) .

O eixo “Aplicativos para as medidas de bem-estar e educação” abrangeu ferramentas que auxiliavam no estabelecimento de metas, orientações educativas, conselhos motivacionais e encorajadores frente ao convívio com a cronicidade da DM. Destaca-se a capacidade da motivação ser um importante para que as pessoas com DM consigam lidar de maneira eficaz com a doença ( 2424. Izahar S, Lean QY, Hameed MA, Murugiah MK, Patel RP, Al-Worafi YM, et al. Content Analysis of Mobile Health Applications on Diabetes Mellitus. Front Endocrinol (Lausanne). 2017;8:318. https://doi.org/10.3389/fendo.2017.00318
https://doi.org/10.3389/fendo.2017.00318...
) . Notavelmente, tais aspectos são observados nos apps analisados, incluindo a temática educacional, que também se caracteriza como relevante para a manutenção da saúde de pessoas com DM. Nesse contexto, os apps parecem emergir como uma ferramenta capaz de fornecer orientações educativas e informações relevantes para os indivíduos de forma instantânea, contribuindo com o seu processo de ensino-aprendizagem e o manejo do seu quadro de saúde ( 88. Jeffrey B, Bagala M, Creighton A, Leavey T, Nicholls S, Wood C, et al. Mobile phone applications and their use in the self-management of Type 2 Diabetes Mellitus: a qualitative study among app users and non-app users. Diabetol Metab Syndr. 2019;11(84). https://doi.org/10.1186/s13098-019-0480-4
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) .

Apesar de os aspectos motivacionais terem sido objetivos de alguns apps , não foram identificados conteúdos voltados à saúde mental. Sabe-se que pessoas com DM são mais suscetíveis à depressão, à ansiedade, ao isolamento social e aos transtornos alimentares ( 2525. Ducat L, Philipson LH, Anderson BJ. The mental health comorbidities of diabetes. JAMA. 2014;312(7):691-2. https://doi.org/10.1001%2Fjama.2014.8040
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) . Além do impacto que o tratamento causa, como estresse físico e emocional na pessoa e na família, a convivência com essa condição crônica é permeada por inúmeros desafios, os quais incluem a adaptação a uma nova rotina de cuidados ( 44. Marcelo CAS, Coutinho MAP, Lara CR, Paraizo CMS, Fava SMCL. Mobile applications on Diabetes Mellitus - Narrative Review. J Health Inform [Internet]. 2020 [cited 2023 Nov 19];12(02):64-7. Available from: https://jhi.sbis.org.br/index.php/jhi-sbis/article/view/726/386
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, 2525. Ducat L, Philipson LH, Anderson BJ. The mental health comorbidities of diabetes. JAMA. 2014;312(7):691-2. https://doi.org/10.1001%2Fjama.2014.8040
https://doi.org/10.1001%2Fjama.2014.8040...
- 2626. Alba IGF, Gimeno-Miguel A, Poblador-Plou B, Gimeno-Feliu LA, Ioakeim-Skoufa I, Rojo-Martínez G, et al. Association between mental health comorbidity and health outcomes in type 2 diabetes mellitus patients. Sci Rep. 2020;10(1):19583. https://doi.org/10.1038/s41598-020-76546-9
https://doi.org/10.1038/s41598-020-76546...
) .

Aponta-se, também, que outras temáticas importantes para a saúde de pessoas com DM não foram abordadas pelos apps analisados, como a sexualidade e reprodução. A sexualidade é um componente essencial para a manutenção de uma vida saudável, e repercussões biológicas, psicológicas e sociais podem sofrer influência da DM ( 2727. Hoorsan R, Lamyian M, Ahmadi F, Azin SA, Rahimiforoushani A. Exploring Sexual Life Experiences and Perceptions of Women with Diabetes: A Qualitative Study. Int J Community Based Nurs Midwifery. 2022;10(3):223-33. https://doi.org/10.30476/IJCBNM.2021.91530.1793
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) . Outras temáticas pouco exploradas foram as orientações educativas sobre as complicações da DM, como a neuropatia diabética e a Doença Arterial Periférica. As informações relativas a essas complicações e à prevenção de lesões cutâneas são fundamentais para o manejo da saúde, contribuindo para a redução dos custos em saúde e evitando internações hospitalares por causas preveníveis, o que pode resultar em maior qualidade de vida ( 2828. Lira JAC, Rocha ASC, Bezerra SMG, Nogueira PC, Santos AMRD, Nogueira LT. Effects of educational technologies on the prevention and treatment of diabetic ulcers: A systematic review and meta-analysis. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2023;31:e3944. https://doi.org/10.1590/1518-8345.6628.3944
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) .

Outro aspecto importante é a inexistência de aplicativos voltados à pessoa com deficiência. Não foram identificados conteúdos relacionados à deficiência visual ou baixa acuidade visual decorrentes de outra complicação comum da DM, como a retinopatia diabética. A ausência de aplicativos sobre o tema é alarmante, uma vez que já são reconhecidas as contribuições dos avanços tecnológicos para a inclusão da pessoa com deficiência na sociedade, minimizando as desigualdades, dirimindo barreiras, estimulando a autonomia, o autocuidado e garantindo maior acessibilidade ( 2929. Bonilla MHS, Silva MCCC, Machado TA. Digital technologies and visual impairment: the contribution of ICT to pedagogical practices in the context of Brazilian law for the inclusion of persons with disability. Rev Pesqui Qual. 2018;6(12):412-25. https://doi.org/10.33361/RPQ.2018.v.6.n.12.236
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) . Assim, se reconhece a necessidade de investimentos no desenvolvimento de ferramentas para essas temáticas.

Apesar do exposto, cumpre-se destacar que em meio à pluralidade de 23 países desenvolvedores dos apps selecionados, apenas dois são ibero-americanos (Brasil e Espanha), cuja expressão total do número de apps não ultrapassou 11 (2%). Essa realidade pode sinalizar um importante indicador de expressão em investimento tecnológico relacionado à saúde da pessoa com DM, sobretudo, por corresponder às realidades com características socioculturais distintas, cujos reflexos podem sugerir impactos distintos em populações mais vulneráveis em que a alfabetização funcional, cultural, tecnológica e o letramento imprimem realidades diferentes entre os povos e as nações ( 3030. Oliveira JR. From southern epistemologies to a new South Ethos: traditional communities and environmental responsibility. Trans/Form/Ação. 2022;45(spe):439-54. https://doi.org/10.1590/0101-3173.2022.v45esp.21.p439
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- 3131. Rizzotti MLA, Nalesso APP. Technology, work and information from the perspective of social inequality: implications for social policy. Serv Soc Soc. 2022;144:91-109. https://doi.org/10.1590/0101-6628.282
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) , o que não é diferente para as pessoas com DM.

Ademais, do total de 71 apps selecionados, apenas 16 apresentam versão em português e um em espanhol. Desses apps , nenhum foi caracterizado com excelente aceitação de usabilidade, sendo a maioria considerada de usabilidade aceitável (58,8%). Frente a isso, evidencia-se a necessidade de se ter mais e melhores discussões no âmbito ibero-americano sobre as tecnologias para a saúde das pessoas com DM, com vistas a aproximar as informações sobre o manejo da glicemia, a terapia medicamentosa, as mudanças do estilo de vida e as medidas de bem-estar da realidade plural e objetiva dessa população.

Em uma perspectiva técnica, constata-se que as versões dos apps analisados eram crescentes, indicando a atualização e o aprimoramento dos conteúdos, apontando adição de funcionalidades. Observou-se, ainda, que o número de downloads era muito variado, o que equivale ao número de pessoas que acessa a loja virtual e realiza o download . Contudo, esse número pode não refletir o número real de usuários dos apps , pois apenas baixá-los não torna o indivíduo automaticamente usuário dos conteúdos e recursos do aplicativo.

Cabe destacar que, embora a expressiva maioria dos apps tenha apresentado a versão em inglês, com 53/71, o número de downloads , quando comparado aos apps de língua portuguesa, de apenas 16/71, não foi tão superior quanto a diferença entre essas duas modalidades. Para os apps em língua inglesa, o número total de downloads foi superior a 2.217.500, enquanto que os apps em português somaram mais de 1.960.100 downloads . Essa realidade pode revelar comportamentos diferentes entre grupos sociais de culturas distintas, sobre a importância que atribuem às práticas de saúde e/ou da utilização de tecnologias para diferentes finalidades, o que inclui acessar as informações e estabelecer as rotinas relacionadas à saúde. Nesse sentido, o Brasil, por exemplo, é o país cujos usuários demandam mais tempo de uso diário de smartphone ( Android ), com 5,4 horas/dia, conforme revelou o relatório da plataforma AppAnnie , de 2021 ( 3232. Luft M, Rosenfelder S, Sydow L. State of App Marketing Brazil - Edition 2021 [Internet]. 2021 [cited 2023 Nov 19]. Available from: https://dataai.infogram.com/pt-brazil-stateof-app-marketing-brazil-2021
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) .

Neste estudo verificou-se que a maioria dos apps apresentava usabilidade aceitável ou os recursos apresentavam algumas falhas, mas com padrões de usabilidade ainda aceitáveis. Tais resultados corroboraram os dados de uma revisão sistemática que identificou os índices de satisfação de especialistas e pacientes entre 38% a 80% ( 1212. Fu H, McMahon SK, Gross CR, Adam TJ, Wyman JF. Usability and clinical efficacy of diabetes mobile applications for adults with type 2 diabetes: A systematic review. Diabetes Res Clin Pract. 2017;131:70-81. https://doi.org/10.1016/j.diabres.2017.06.016
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) . Os principais problemas de usabilidade são tarefas de várias etapas, funcionalidade e interação limitadas e navegação difícil no sistema. Outro estudo, que avaliou os aplicativos móveis gratuitos em espanhol, identificou poucos aplicativos gratuitos para o controle da DM disponíveis, sendo a maioria sem certificação de qualidade e poucos fornecendo referências científicas sobre seu conteúdo ( 1313. Rodríguez AQ, Wägner AM. Mobile phone applications for diabetes management: A systematic review. Endocrinol Diabetes Nutr (Engl Ed). 2019;66(5):330-7. https://doi.org/10.1016/j.endinu.2018.11.005
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) .

Esta pesquisa fornece um panorama abrangente sobre os apps móveis voltados à saúde de pessoas com DM disponíveis nas principais plataformas, bem como uma análise sobre os seus recursos, conteúdos e usabilidade. Este panorama identificou as limitações dos recursos e os temas que ainda requerem desenvolvimento. Frente aos resultados, profissionais e pesquisadores da Enfermagem e da área da saúde podem extrair elementos que facilitam tanto a avaliação detalhada dos apps , quanto à recomendação mais segura daqueles que atenderiam melhor a determinados critérios, bem como direcionar o investimento no desenvolvimento de novas tecnologias e recursos móveis necessários ao manejo da saúde de pessoas com DM.

Como limitação deste estudo, menciona-se a não inclusão dos apps pagos, que exigiam recursos específicos ou autorização dos seus desenvolvedores. Como o estudo centrou-se nos aspectos da usabilidade, existe a limitação da confiabilidade do conteúdo empregado pelos desenvolvedores e a observância dos critérios de certificação de qualidade, o que exige estudos futuros e uma apreciação destes parâmetros pelos profissionais de saúde que forem recomendar os apps .

Conclusão

Os apps móveis voltados à saúde de pessoas com DM disponíveis nos principais sistemas operacionais possuem conteúdos e recursos variados. Apresentam, em sua maioria, usabilidade aceitável e envolvem principalmente as temáticas do manejo da glicemia, alimentação, terapia medicamentosa e insulinoterapia. Têm potencial para auxiliar e orientar os usuários no manejo da doença cotidianamente, além de se constituírem como uma possível estratégia de cuidado a ser utilizada pelos profissionais de saúde.

No entanto, algumas temáticas foram pouco contempladas, como a saúde mental, sexual e reprodutiva, as quais podem contribuir para o plano terapêutico em uma perspectiva holística e integral. Evidenciou-se também a necessidade de desenvolvimento de apps mais inclusivos, com conteúdos e recursos voltados às pessoas com DM que convivem com algum tipo de deficiência. Por fim, a recomendação de uso pelos profissionais deve ser antecedida pela verificação da confiabilidade das informações contidas nos apps , questão que, pela finalidade desta pesquisa, não foi avaliada.

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    A publicação deste artigo na Série Temática “Saúde digital: contribuições da enfermagem” se insere na atividade 2.2 do Termo de Referência 2 do Plano de Trabalho do Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código de Financiamento 001, Brasil.
  • Todos os autores aprovaram a versão final do texto.
  • Como citar este artigo
    Lopes ROP, Chagas SR, Gomes ES, Barbosa JCA, Silva IR, Brandão MAG. Benchmarking mobile applications for the health of people with Diabetes Mellitus. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 2024;32:e4221 [cited ano mês dia]. Available from: URL . https://doi.org/10.1590/1518-8345.7182.4221

Editado por

Editora Associada:
Maria Lúcia Zanetti

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    05 Jul 2024
  • Data do Fascículo
    2024

Histórico

  • Recebido
    29 Nov 2023
  • Aceito
    12 Mar 2024
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