RESUMO
Objetivo:
identificar as dificuldades em diagnosticar e tratar a dor neuropática causada pela hanseníase, bem como determinar as características principais dessa situação.
Métodos:
examinaram-se 85 pacientes tratados no ambulatório de referência para hanseníase e referiam dor. Aplicou-se questionário, o teste Douleur Neuropathic 4, e criterioso exame neurológico pelo qual excluíram-se 42 pacientes por não se comprovar dor.
Resultados:
dos 37 pacientes com dor, 22 (59,5%) tinham Douleur Neuropathic ou mista e, desses, 90,8% caracterizavam essa dor como de intensidade moderada ou severa, sendo que 81,8% sofriam por mais de 6 meses. Apenas 12 (54,5%) pacientes haviam sido diagnosticados com Douleur Neuropathic e quase metade dos casos (45,5%) estava sem reconhecimento. Quanto ao tratamento medicamentoso (n=12) para a Douleur Neuropathic, 5 (41,6%) responderam que tiveram melhora, nos outros 7 (58,4%) não houve alteração da dor ou pioraram quando se comparou ao quadro inicial. A análise estatística, comparando a melhora da dor entre os pacientes tratados (n=12) e aqueles não tratados (n=10), foi significante (valor-p=0,020).
Conclusão:
identificou-se dificuldade em diagnosticar a dor neuropática em hanseníase, haja vista que quase metade dos pacientes estudados estava sem reconhecimento desse quadro. Atribuíram-se, como fatores associados, a não adoção de protocolo apropriado para efetivo diagnóstico e tratamentos inadequados que podem mascarar o quadro.
Descritores:
Hanseníase; Manifestações Neurológicas; Incapacidades; Dor.