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Complicações no uso do cateter central inserido perifericamente associadas à terapia intravenosa periférica: coorte retrospectiva * * Artigo extraído da dissertação de mestrado “Incidência de complicações no uso do Peripherally Inserted Central Catheter em uma coorte de adultos hospitalizados”, apresentada à Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil.

Objetivo:

analisar a ocorrência de dificuldade na inserção periférica do cateter central e a presença de complicações no uso deste dispositivo em adultos hospitalizados que receberam terapia intravenosa periférica por cateter intravenoso periférico curto e identificar se há associação entre terapia intravenosa periférica e presença de complicações no uso do cateter central inserido perifericamente.

Método:

coorte retrospectiva, com pacientes de idade igual ou superior a 18 anos, em hospital terciário de ensino, com cateter central inserido perifericamente, que tiveram ao menos um cateter intravenoso periférico curto prévio. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e regressão de Poisson.

Resultados:

a amostra foi constituída por 76 pacientes. Houve associação entre dificuldade no procedimento de inserção e número de punções (p<0,01) e inserção em veia jugular externa em comparação aos membros superiores (p<0,01). O local de inserção também apresentou associação com a remoção do cateter central inserido perifericamente por complicações na análise de variância robusta (p=0,02). Não foram identificadas associações entre: dificuldade de inserção do dispositivo com tempo de terapia intravenosa periférica (modelo bruto p=0,23; modelo ajustado p=0,21); dificuldade de inserção com administração de medicamento irritante e vesicante (modelo bruto p=0,69; modelo ajustado p=0,53); complicação no uso do cateter central inserido perifericamente e tempo de terapia intravenosa periférica (modelo bruto e ajustado p=0,08); e migração secundária da ponta do cateter com local de inserção do dispositivo (p=0,24).

Conclusão:

foi possível identificar a migração secundária como uma das principais complicações, resultando na remoção prematura do dispositivo. Além disso, quanto maior o número de tentativas de punções para a inserção do PICC, maior a dificuldade de inseri-lo. A inserção em veia jugular externa foi recorrente, sendo evidenciado maior risco de remoção por complicação em relação aos membros superiores.

Descritores:
Cateterismo Venoso Central; Infusões Intravenosas; Enfermagem; Cateterismo Periférico; Segurança do Paciente; Cuidados de Enfermagem


Destaques:

(1) Não houve associação entre tempo de TIP e dificuldade na inserção do PICC.

(2) Não houve associação entre tempo de TIP e complicação no uso do PICC.

(3) Migração de ponta secundária do PICC foi a complicação mais referida.

(4) A veia jugular externa esteve associada à dificuldade na inserção do PICC.

(5) A veia jugular externa esteve associada à presença de complicações do PICC.

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