Integração
|
Associações entre o grau de resiliência e os domínios do SF-36 (teste de Mann-Whitney)
|
Temas e extratos da análise temática
|
Metainferências
|
Interseções entre resiliência e QV |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio CF* ( = 77,36) do SF-36 (p = 0,445) |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV [...] chegamos, como diz a história, na idade que nós estamos hoje, sofrendo muito na roça, sofrendo, assim, de trabalhar muito, que nem homem, né? Mas era todo mundo feliz; eu mesma era feliz, não vou dizer que não era, me achava mais feliz do que hoje [...] (Joaquina Margarida). |
Divergência O esforço físico dispensado pelas mulheres durante o trabalho rural é mencionado por elas como um fator interveniente positivo em sua saúde e QV (ainda que o trabalho também tenha sido relacionado ao adoecimento). O encantamento com esse trabalho foi um fator de proteção para o desenvolvimento da resiliência, o que destoa da ausência de significância estatística entre o grau de resiliência e o domínio CF do SF-36, observada no teste de Mann-Whitney. |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio AF† ( = 55,46) do SF-36 (p = 0,675) |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV [...] Você pode reparar que o povo que trabalhou na roça, assim como eu, é forte, não cai assim fácil não [...] (Francisca Margarida). |
Divergência As concepções das mulheres rurais indicam que, mesmo possuindo limitações que dificultam a realização das suas atividades, elas conseguem sobressair-se, o que denota a existência de processos resilientes mesmo diante desses entraves, divergindo da ausência de significância estatística constatada pelo teste de Mann-Whitney. |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio dor ( = 62,64) do SF-36 (p = 0,304) |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV [...] até hoje, sinto vontade de ir para a roça... é porque eu não posso, por causa das dores [...] (Sebastiana Margarida). |
Divergência Destaca-se a dor como um fator limitante no cotidiano das mulheres rurais, que dificulta o exercício de seu trabalho, encarado por elas como fonte de resiliência. Logo, a dor é um fator que intervém negativamente na sua QV. Tal fato diverge da ausência de significância estatística verificada pelo teste de Mann-Whitney. |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio EGS‡ ( = 53,74) do SF-36 (p = 0,631) |
Concepções sobre saúde e QV Minha saúde é péssima, mas eu faço parecer com que ela não seja tão péssima, porque quando tenho problemas, eu os entrego a Deus e peço a Ele força para eu conseguir [...] (Tereza Margarida). |
Divergência Fatores de proteção como a espiritualidade desencadeiam processos resilientes nas mulheres rurais, que as levam a desenvolver estratégias de enfrentamento contra um estado de saúde desfavorável, diferentemente do que foi verificado pelo teste de Mann-Whitney, que não evidenciou relação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência e o domínio EGS do SF-36. |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio vitalidade ( = 68,28) do SF-36 (p = 0,426) |
Concepções sobre saúde e QV Naquele tempo em que eu trabalhava na roça, eu tinha qualidade de vida, tinha saúde e coragem. Eu cansei de ir para a roça até no sábado. Às vezes, na noite, tinha um forró e eu ia, e tinha coragem. Eu acho que, por trabalhar na roça, a saúde de quem trabalhava era maior (Sebastiana Margarida). |
Divergência A coragem, sinônimo de vitalidade e energia, é aludida pelas mulheres rurais como proveniente do seu próprio cotidiano de trabalho, permeado por fatores de proteção que culminam em processos de resiliência, o que contrasta com a ausência de significância estatística constatada pelo teste de Mann-Whitney. |
Associação estatisticamente significativa existente entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio AS§ ( = 73,22) do SF-36 (p = 0,046) |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV [...] No sítio, tem a tranquilidade, tem a confiança nos conhecidos da gente. O povo se ajuda numa precisão [...] (Francisca Margarida). |
Convergência A formação de redes de apoio social com a comunidade foi um fator de proteção evidenciado nas narrativas das mulheres rurais como promotor de processos de resiliência e de QV, corroborando a associação estatística significativa constatada no teste de Mann-Whitney. |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio AE|| ( = 61,68) do SF-36 (p = 0,184) |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV [...] Quando tenho problemas, eu os entrego a Deus e peço a Ele força para eu conseguir [...] e, assim, eu sempre achei saída para os problemas (Tereza Margarida). |
Divergência Fatores de proteção como a espiritualidade e a esperança (intimamente relacionados com aspectos emocionais) desencadeiam processos de resiliência que levam as mulheres rurais a superar adversidades cotidianas e viver com maior QV, divergindo da ausência de associação estatística mostrada pelo teste de Mann-Whitney. |
Não existe associação estatisticamente significativa entre o grau de resiliência moderado ( = 129,14) e o domínio SM¶ ( = 72,97) do SF-36 (p = 0,236) |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV Eu sou ansiosa, mas quando vem alguma ansiedade, a gente enfrenta, né? Eu sou forte, não sou de entregar os pontos assim não. Mesmo eu estando doente, eu não me curvo assim fácil não. A gente tem que levantar a cabeça; quando tem um problema, a gente tem que ver os dois lados [...] (Raimunda Margarida). |
Divergência As mulheres rurais encontram na esperança em si próprias, e na sua própria atitude resiliente, maneiras de viver com qualidade, apesar de problemas psicossociais como a ansiedade, conseguindo manter um nível de bem-estar psicológico a partir da maneira de encarar esses obstáculos em mais de uma única perspectiva. No entanto, a associação entre resiliência e saúde mental não foi estatisticamente significativa a partir da realização do teste de Mann-Whitney. |
Relação entre o grau de resiliência e os domínios do SF-36 (regressão linear múltipla)
|
Temas e extratos da análise temática
|
Metainferências
|
Modelo de regressão linear múltipla considerando os domínios do SF-36 como variáveis independentes foi capaz de prever 14,1% das variações no grau de resiliência, considerado variável dependente (R2 = 0,141; F = 1,60; p = 0,004). |
Cotidiano rural como promotor de resiliência e QV Eu me acho resiliente, porque, de onde eu vim, eu sofri muito [...] passei por várias dificuldades e muitos obstáculos, mas, hoje, eu agradeço a Deus por ter passado por eles, porque eu acho que eu sou de superação, porque veio tudo isso e eu segui em frente (Tereza Margarida). |
Ampliação A compreensão das mulheres rurais indica que as adversidades vivenciadas no seu cotidiano e no seu trabalho contribuíram com sua saúde e, consequentemente, com a sua QV, funcionando como fatores de proteção que também desencadeiam processos resilientes. No modelo de regressão, os domínios de QV corroboraram a formação desses processos de resiliência que, por sua vez, retroalimentam positivamente a saúde das mulheres rurais. |