Resumo
Objetivo:
analisar os efeitos diretos e indiretos de fatores determinantes da exposição sexual ao vírus da imunodeficiência humana entre adolescentes homens que fazem sexo com homens e as implicações para o cuidado em enfermagem.
Método:
estudo transversal, realizado com 578 adolescentes de 18 a 19 anos luso-brasileiros. Avaliaram-se inter-relações de situação conjugal, uso de aplicativos de relacionamento, prática de chemsex, desinformação, credibilidade do parceiro, práticas sexuais desafiadoras e medidas protetivas pouco eficazes sobre a exposição sexual ao vírus da imunodeficiência humana, com a técnica de Análise de Caminhos.
Resultados:
apresentou efeito direto significante para exposição sexual ao vírus da imunodeficiência humana: situação conjugal (β=-0,16), uso de aplicativos (β=-0,30), práticas sexuais desafiadoras (β=0,48) e medidas protetivas pouco eficazes (β=0,35). Nos caminhos indiretos: credibilidade do parceiro influenciou medidas protetivas pouco eficazes (β=0,77); ter relacionamento fixo/poliamoroso influenciou o uso de aplicativos de relacionamento (β=-0,46); chemsex, mediado por práticas sexuais desafiadoras (β=0,67), determinou maior exposição sexual.
Conclusão:
comportamentos sexuais dos adolescentes e configurações do relacionamento amoroso/sexual precisam ser considerados no planejamento da assistência em enfermagem para diminuir a exposição sexual ao vírus da imunodeficiência humana.
Descritores:
HIV; Minorias Sexuais e de Gênero; Adolescente; Enfermagem; Enfermagem em Saúde Pública; Comportamento Sexual
Destaques:
(1) Adolescentes apresentam elevada prevalência (81,0%) de exposição sexual ao HIV.
(2) Especificidades das práticas sexuais são fatores determinantes da exposição sexual.
(3) Quanto maior a credibilidade dada ao parceiro maior é a exposição sexual ao HIV.
(4) Práticas sexuais desafiadoras (como o fisting) determinam maior exposição sexual.
(5) O cuidado de enfermagem deve focar em diminuir a exposição ao HIV.