Objetivo:
investigar fatores associados à infecção por SARS-CoV-2 entre profissionais da saúde de hospitais universitários.
Método:
estudo multicêntrico, de abordagem mista com estratégia incorporada concomitante, realizado com 559 profissionais na etapa quantitativa, e 599 na etapa qualitativa. Foram utilizados quatro instrumentos de coleta de dados, aplicados via formulário eletrônico. A análise quantitativa foi realizada com estatística descritiva e inferencial e os dados qualitativos por meio de análise de conteúdo.
Resultados:
os fatores associados à infeção foram: realização de teste “RT-PCR” (p<0,001) e unidades com atendimento a pacientes com COVID-19 (p=0,028). Ter sintomas aumentou em 5,63 vezes a prevalência de infeção e aderir ao distanciamento social na maior parte do tempo na vida particular reduziu em 53,9%. Dados qualitativos evidenciaram dificuldades enfrentadas pelos profissionais: escassez e baixa qualidade de equipamentos de proteção individual, sobrecarga de trabalho, distanciamento físico no trabalho, processos e rotinas inadequadas e ausência de uma política de triagem e testagem em massa.
Conclusão:
os fatores associados à infecção por SARS-CoV-2 entre profissionais da saúde foram em sua maioria relacionados a questões ocupacionais.
Descritores:
Infecções por Coronavírus; Pessoal de Saúde; Riscos Ocupacionais; Controle de Infecções; Medidas de Segurança; Pandemias
Destaques:
(1) Questões ocupacionais influenciaram a proteção de profissionais na pandemia.
(2) Alta adesão a precauções padrão e ao distanciamento não diminuíram os casos positivos.
(3) Baixa qualidade dos EPI’s e falhas na triagem dificultaram a proteção no trabalho.
(4) Infraestrutura dos hospitais não favoreceu o distanciamento físico entre as equipes.