Resumo
Objetivo:
analisar a relação entre as dimensões do Burnout e a resiliência no trabalho dos profissionais de enfermagem de terapia intensiva na pandemia de COVID-19, em quatro hospitais do Sul do Brasil.
Método:
trata-se de um estudo multicêntrico, de delineamento transversal, composto por 153 enfermeiros e técnicos de enfermagem das Unidades de Terapia Intensiva. Foram coletadas questões sociodemográficas, de saúde e laborais e aplicados os instrumentos Maslach Burnout Inventory e Resilience at Work Scale 20. Os dados foram submetidos à análise descritiva e a correlações bivariadas e parciais (análise de rede).
Resultados:
a resiliência no trabalho apresentou correlação inversa ao desgaste emocional (r= -0,545; p=0,01) e à despersonalização (r= -0,419; p=0,01) e direta à realização profissional (r= 0,680; p=0,01). A variável com maior influência sobre a rede de correlações foi a percepção do impacto da pandemia sobre a saúde mental.
Conclusão:
a resiliência interfere nos domínios desgaste emocional e baixa realização profissional do Burnout. O desgaste emocional é conduzido por meio dos distúrbios psíquicos menores, com impacto sobre as variáveis de saúde física e mental dos trabalhadores. Deve-se fomentar o desenvolvimento da resiliência no âmbito institucional, a fim de moderar o adoecimento.
Descritores:
Esgotamento Profissional; Resiliência Psicológica; Enfermagem; Unidades de Terapia Intensiva; Coronavírus; Brasil