Objetivo interpretar as percepções que os jovens profissionais de enfermagem têm sobre a relação entre condições de trabalho, emprego e saúde.
Método estudo qualitativo com abordagem interpretativa das experiências de trabalho de quinze jovens enfermeiros, que participaram da pesquisa por meio de amostragem voluntária em bola de neve. Realizou-se a análise dos dados das entrevistas e grupo focal para alcançar uma aproximação à realidade da vida profissional.
Resultados os achados relevantes do estudo indicaram que a precarização no trabalho é característica desse grupo populacional, principalmente no que diz respeito ao tipo de contratação e à remuneração recebida. As condições psicossociais de trabalho foram as que mais provocaram efeitos na saúde mental e física segundo os participantes, sendo essas condições agravadas durante a pandemia da COVID-19.
Conclusão este estudo apresenta, na perspectiva de jovens enfermeiros, como são percebidas as características macro e microestruturais do trabalho e sua relação com a saúde, apontando os elementos-chave para gerar intervenções com abordagem de curso de vida que divulguem os postulados do trabalho decente e ambiente saudável em seus ambientes de trabalho, bem como ações para prevenir lesões ou danos à saúde dos enfermeiros.
Descritores: Enfermagem; Condições de trabalho; Saúde Ocupacional; Emprego; Setor de Saúde; Colômbia
Objective: to interpret young nursing professionals’ perceptions about the relationship between working, employment and health conditions.
Method: a qualitative study with an interpretive approach regarding the work-related experiences of 15 young nurses, who took part in the research through voluntary snowball sampling. The data from the interviews and the focus group were analyzed to reach an approximation to the realities inherent to the nurses’ work life.
Results: the relevant study findings pointed out that work precariousness is a characteristic feature in the population group, mainly related to hiring modalities and to wages. According to the participants, the psychosocial working conditions (which were intensified during the COVID-19 pandemic) were the ones that caused the most effects on their mental and physical health.
Conclusion: from the young nurses’ perspective, this study reports how the macro- and micro-structural working conditions and their relationship with health are perceived, pointing out the key elements to devise interventions focused on life paths that foster decent and healthy work postulates in their work environments, as well as actions to prevent injuries or harms to nurses’ health.
Descriptors: Nursing; Working Conditions; Occupational Health; Employment; Health Care Sector; Colombia
Objetivo interpretar las percepciones que tienen los profesionales jóvenes de enfermería de la relación entre condiciones de trabajo, empleo y salud.
Método estudio cualitativo con abordaje interpretativo de las experiencias laborales de 15 enfermeros jóvenes, quienes participaron de la investigación a través de un muestreo voluntario por bola de nieve. Se realizó análisis de datos de las entrevistas y grupo focal para lograr una aproximación a las realidades de la vida laboral.
Resultados los hallazgos relevantes del estudio señalaron que la precarización laboral es característica en este grupo poblacional, relacionada principalmente con tipo de contratación y retribución recibida. Las condiciones de trabajo psicosociales fueron las que más generaron efectos en la salud mental y física según los participantes, las cuales se agudizaron durante la pandemia por COVID-19.
Conclusión este estudio aporta, desde la perspectiva de los jóvenes enfermeros, cómo se perciben las características macro y microestructurales del trabajo y su relación con la salud, señalando los elementos clave para generar intervenciones con enfoque de curso de vida que promulguen los postulados de trabajo decente y saludable en sus entornos de trabajo, al igual que acciones para la prevención de lesiones o daños en la salud de los enfermeros.
Descriptores: Enfermería; Condiciones de Trabajo; Salud Ocupacional; Empleo; Sector Salud; Colombia
Destaques:
(1) Os jovens enfermeiros percebem uma significativa precarização do trabalho.
(2) As modalidades de contratação e remuneração são percebidas como as condições mais desfavoráveis.
(3) Os participantes indicam que o emprego e as condições de trabalho afetam a sua saúde.
(4) As condições psicossociais de trabalho são as mais prejudiciais segundo os participantes.
Introdução
Nas últimas décadas, houve um agravamento da situação do mercado de trabalho na América Latina e no Caribe que afeta os jovens. A má qualidade dos empregos para este grupo populacional manifesta-se em condições de trabalho precárias ( 1 ) , na falta de proteção legal e social e em oportunidades limitadas de formação e desenvolvimento profissional ( 2 - 3 ) .
A referência conceitual deste estudo baseia-se no modelo proposto por Benach ( 4 ) da relação trabalho-saúde nos níveis macro e microestrutural. No nível macro, as relações de poder entre governos, empresas, grupos representativos dos trabalhadores e da sociedade desempenham um papel central na geração de políticas que regulam o mercado de trabalho e as condições de bem-estar dos trabalhadores, moldando as condições de emprego; ao passo que o nível micro, ou seja, as condições de trabalho, explica as exposições diferenciais de natureza psicossocial ou material e sua relação com a saúde.
No que se refere a algumas condições de trabalho e emprego que afetam particularmente os jovens trabalhadores do sector da saúde, encontramos: empregos instáveis devido à terceirização e contratos temporários, sendo que muitas vezes não são devidamente supervisionados ( 5 ) ; decisões equivocadas por eles tomadas por falta de representação e desconhecimento de seus direitos trabalhistas, o que pode provocar a tendência a aceitar condições de trabalho desfavoráveis ( 2 ) ; e a falta de oportunidades de qualificação e formação para o trabalho, o que indica que um jovem ao ingressar pela primeira vez no mercado de trabalho não possui as mesmas competências e experiência que um trabalhador adulto, razão pela qual ele está mais inclinado a aceitar condições adversas de trabalho e emprego ( 3 ) que configuram maior flexibilidade laboral e terceirização da relação de trabalho ( 6 - 7 ) .
O exposto poderá tornar-se um precedente importante que marcará, num futuro próximo, o déficit de talento humano no setor e o detrimento da qualidade da prestação de serviços, o que implica um potencial nocivo para os sistemas de saúde.
Diversas investigações realizadas sobre precárias condições de trabalho e emprego em profissionais de saúde indicam que sua saúde, segurança e qualidade de vida são cada vez mais afetadas ( 8 - 11 ) , porém, estas carecem da perspectiva dos jovens trabalhadores da área de cuidados à saúde humana formados recentemente. Surge então a necessidade de interpretar as percepções que os jovens profissionais de enfermagem têm da relação entre condições de trabalho, emprego e saúde, e desta forma tornar visíveis as condições de trabalho que mais os afetam, para fornecer informações aos diferentes atores do sistema de saúde, que permitam gerar ações visando melhorar essas condições.
Método
Tipo de estudo
Pesquisa qualitativa, com abordagem interpretativa na perspectiva de Weber ( 12 ) , que abarca alguns princípios fenomenológicos com base nas experiências de vida na perspectiva do sujeito, no que diz respeito ao seu vínculo empregatício, às condições de emprego e trabalho vivenciadas e como estas afetam a saúde. O manuscrito seguiu as recomendações do checklist de critérios COREQ ( Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research ) ( 13 ) .
Local e período de coleta de dados
O estudo foi realizado em Bogotá, Colômbia, de agosto de 2021 a fevereiro de 2022.
Participantes
Com o objetivo de buscar a participação voluntária de homens e mulheres, que se dispusessem a compartilhar suas experiências, levando em consideração a condição de ser jovem profissional, foi realizada uma convocatória aberta aos profissionais de enfermagem por meio de amostragem voluntária e pelo método bola de neve, por meio de divulgação em agremiações, faculdades de enfermagem e redes de egressos. Foi possível contar com a participação de 15 enfermeiros, que não tinham vínculo prévio com os pesquisadores e atenderam aos seguintes critérios: ser profissional graduado em enfermagem, ter entre 21 e 28 anos de idade, ter trabalhado em Bogotá, D.C, com mínimo de 4 meses e máximo de 5 anos de experiência profissional.
Instrumentos para coleta de dados
Foram utilizados dois instrumentos para coleta de dados submetidos a um teste piloto. Este teste foi aplicado a três entrevistados e a um grupo focal no projeto marco desta pesquisa, que incluiu cinco profissões de saúde diferentes da enfermagem. Os dados resultantes do teste-piloto foram utilizados para ajuste metodológico do estudo. A construção das questões necessárias para a coleta de dados resultou da revisão da literatura e do modelo Benach ( 4 ) que emergiu de um exercício analítico e reflexivo dos investigadores.
Entrevistas semiestruturadas: foi elaborado um guia de questões centrais sobre seu histórico de trabalho como enfermeiro assistencial, notadamente, sobre as características do trabalho, sua rotina de trabalho e os efeitos em sua saúde, dando espaço ao entrevistador para orientar a conversa, aprofundando os elementos que gerassem mais reações nos participantes, conforme necessário. As perguntas realizadas evitavam induzir respostas, eram neutras e permitiam que os participantes narrassem suas experiências e pontos de vista sem emitir críticas ou julgamentos a esse respeito. Cada entrevista durou em média 120 minutos;
Grupo focal: havia um guia de orientação ( 14 ) para aprofundar e complementar aspectos sobre as condições de emprego, trabalho e saúde que os participantes enfrentaram na vida profissional, criando um espaço de conversa entre os participantes. A duração do grupo focal foi de 180 minutos.
Coleta de dados
À medida que ocorria o processo de divulgação da convocatória, a amostra voluntária foi formada por conveniência, sendo este o primeiro momento de coleta. Foram realizadas 10 entrevistas individuais, agendadas fora do horário de trabalho, criando um ambiente tranquilo e sem interrupções, o qual facilitou o diálogo e a troca de informações com confiança e empatia. A partir dos elementos centrais identificados nas entrevistas, foi realizado um grupo focal com a participação de seis enfermeiros, para aprofundar e complementar as informações coletadas. Vale evidenciar que um dos participantes do grupo focal já havia sido entrevistado anteriormente. As entrevistas e o grupo focal foram conduzidos por dois pesquisadores, um responsável pela condução e outro pelo registro. Em todos os casos, foi garantido que um dos membros tivesse formação em saúde e segurança no trabalho e o outro em ciências sociais para promover a integração de diferentes perspectivas disciplinares.
Todos os profissionais assinaram previamente um termo de consentimento livre e esclarecido, no qual manifestaram livre e voluntariamente o interesse em participar do estudo. Por sua parte, a equipe de pesquisa garantiu as condições de anonimato, confidencialidade e utilização científica dos dados coletados. Os instrumentos de coleta de dados foram implementados seguindo as diretrizes colombianas de proteção de dados, indicando-se no consentimento informado a política da Universidad Javeriana para a proteção de dados pessoais em cumprimento à Lei 1.581 de 2012 ( Habeas Data ).
Devido ao contexto situacional da crise sanitária da COVID-19, todas as entrevistas e o grupo focal foram realizados remotamente por meio da ferramenta Microsoft Teams ® , o que permitiu sua gravação com acesso apenas para o pesquisador principal. A transcrição literal das entrevistas e do grupo focal utilizou o plugin NVivo Transcription ® , posteriormente foi realizada uma revisão desses documentos por duplas de pesquisadores.
A coleta de dados revalidou-se de maneira remota, atendendo cuidadosamente às condições pandémicas. Os autores formularam reflexões sobre as implicações que essas investigações poderiam ter sobre os sujeitos em relação a questões como: 1. a garantia na utilização de seus dados; 2. a aplicação dos resultados obtidos e 3. o respeito pela privacidade de suas experiências compartilhadas. Abordar essas questões continuará sendo uma tarefa permanente na pesquisa qualitativa.
Processamento e análise de dados
A análise de conteúdo ( 15 ) baseada na redução e reelaboração dos dados surgiu da formulação de códigos que formaram conjuntos de agrupamentos homogêneos. Os códigos foram integrados em categorias para estabelecer relações entre eles, utilizando codificação axial e seletiva ( 16 ) .
A codificação dos conteúdos das entrevistas e do grupo focal foi realizada pelos membros da equipe de pesquisa em duplas, utilizando o NVivo 11 ® para chegar a um consenso e assim validar o resultado desta atividade. Em seguida, foram identificadas relações por concorrência dos códigos para identificar semelhanças e diferenças nas percepções e assim estabelecer a saturação das informações.
A Figura 1 apresenta as categorias e subcategorias adaptadas do modelo de Benach ( 4 ) para a codificação dos dados coletados. Neste modelo, são definidas as condições de emprego, bem como as circunstâncias em que uma pessoa exerce um trabalho ou ocupação. Frequentemente pressupõe a existência de um acordo ou relação entre um empregador que contrata trabalhadores e um empregado que oferece a sua força de trabalho e as condições de trabalho que contemplam os elementos, agentes ou fatores inerentes à atividade laboral que influenciam significativamente a geração de riscos para a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Neste estudo foi identificada a categoria emergente denominada pandemia, na qual foram consolidadas as características relatadas pelos entrevistados relacionadas à crise sanitária da COVID-19.
Após a codificação das informações, os dados obtidos em diferentes momentos e espaços foram interpretados junto à equipe interdisciplinar de pesquisa, atingindo-se a saturação quando alcançadas a densidade e autenticidade das informações. Os dados coletados foram triangulados, obtendo-se informações descritivas a partir das narrativas dos participantes, que foram analisadas à luz da literatura pertinente em torno da relação entre emprego, trabalho e condições de saúde. Os participantes foram convidados para um evento de socialização em que foram divulgados os resultados consolidados das entrevistas, abrindo espaço para discussão em pequenos grupos, realizando-se uma jornada exclusiva para os profissionais de enfermagem pela Organização Colegiada de Enfermagem da Colômbia.
Aspectos éticos
A pesquisa foi enquadrada nas considerações éticas estabelecidas pela Declaração de Helsinque (1964) e pela Resolução 8.430 de 1993 do Ministério da Saúde e Proteção Social da Colômbia, em relação à participação voluntária, à confidencialidade das informações coletadas, à aplicação de consentimento informado e armazenamento das informações obtidas.
O trabalho de campo foi desenvolvido considerando os princípios de segurança, consentimento voluntário e autonomia. Os dados coletados foram tratados de forma confidencial, anônima e apenas para fins de pesquisa, eliminando-se os arquivos uma vez transcritos.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa do Instituto de Salud Pública de la Pontifícia Universidad Javeriana – Bogotá, Colômbia.
Resultados
Características sociodemográficas e ocupacionais
A Figura 2 apresenta as características da pesquisa da qual participaram 15 profissionais de enfermagem, 73% deles identificados como do sexo feminino e solteiros, a idade média foi de 25,8 anos (± 2) e 47% tinham experiência profissional superior a quatro anos.
- Características sociodemográficas dos jovens enfermeiros participantes (n = 15). Bogotá, Colômbia, 2021-2022
Do ponto de vista ocupacional, constatou-se que a renda mensal variou entre US$ 452 a 904 1 , a jornada de trabalho tinha uma variação diária de 6 a 12 horas e as áreas de trabalho mais frequentes foram internação, emergências, unidades de terapia intensiva e consulta ambulatorial.
Condições de contratação
No que diz respeito à subcategoria qualidade do emprego descrita na Figura 1 , a maioria dos entrevistados comentou que nos seus locais de trabalho mais de 80% dos jovens profissionais estão vinculados a contratos de prestação de serviços 2 , apesar de nenhum deles ter este tipo de contrato (ver as referências relacionadas na Figura 3 ). Expressam também a ausência de benefícios sociais como férias remuneradas, gratificações, verbas rescisórias e outros benefícios que limitam seus projetos futuros e seu potencial de poupança.
No grupo focal, constatou-se a percepção geral de que estes são os tipos de contratos com mais desvantagens e mais comuns. Entre as desvantagens são mencionadas a instabilidade laboral, a falta de férias remuneradas e a impossibilidade de poupar e de obter crédito.
Dentro dos códigos relativos à subcategoria mercado de trabalho conforme a Figura 1 , o acesso ao emprego e à remuneração foram os mais citados. Para os entrevistados, ser jovem determina as suas possibilidades de acesso a um emprego justo. Eles percebem que os empregos bem remunerados exigem uma experiência que, devido à idade, torna-se impossível de obter. Isso fecha as portas, inclusive, no que se refere a vagas para as quais se consideram qualificados, levando-os a aceitar ofertas de empregos precários.
Em geral, os profissionais entrevistados consideram que a remuneração financeira que recebem pelo seu trabalho é baixa levando em consideração o número de atividades que desempenham e a responsabilidade por elas. Mesmo aqueles que se sentem satisfeitos com sua renda costumam dizer que, quando comparados com o que ganham seus conhecidos, as profissões da saúde são mal remuneradas.
A pluralidade de trabalho foi a situação mais discutida entre os participantes, indicando que esta é uma atividade comum entre os profissionais do setor da saúde. Quase todas as pessoas entrevistadas tiveram essa experiência ou conheciam alguém que a teve. Aliás, um dos entrevistados afirmou que esta atividade é coloquialmente conhecida como turnear .
Os profissionais que assumem dois empregos fazem isso pois a remuneração dos empregos costuma ser baixa e há instabilidade laboral. Além do mais, isso é possível porque as entidades de saúde organizam frequentemente o trabalho com turnos matinais e noturnos, o que permite que muitos trabalhem de manhã num local e ao final do dia em outro.
- Trechos das entrevistas referentes às percepções dos jovens enfermeiros sobre as condições de emprego (n = 15). Bogotá, Colômbia, 2021-2022
Vários participantes manifestaram o desejo de migrar; este código corresponde à subcategoria de talento humano apresentada na Figura 1 . A principal razão é porque percebem que países mais ricos, como a Alemanha, os Estados Unidos da América ou o Canadá, além de terem uma vida melhor do que na Colômbia, oferecem melhores condições de trabalho e maior reconhecimento social para suas profissões. Entre os fatores que limitam a migração estão a falta de conhecimento de línguas estrangeiras, as raízes no país e na família, a incerteza da migração e o subemprego.
Para os profissionais de enfermagem, o desconforto físico relacionado ao seu emprego pode estar associado a efeitos negativos nos seus hábitos de vida diária e práticas de cuidado. O estresse aparece como um fator desencadeante de dores de cabeça ou de estômago que estão associadas à carga de trabalho que esses profissionais enfrentam.
A angústia relacionada com a falta de dinheiro para afrontar obrigações financeiras e a frustração associada à falta de independência foram referidas como alguns dos sintomas mais frequentes que afetaram a sua saúde mental.
Da mesma forma, os entrevistados consideram que o a pluralidade de trabalho afeta tanto o profissional quanto a qualidade dos serviços, uma vez que os profissionais dormem menos, estão mais cansados e menos dispostos a trabalhar.
Geralmente, outros desconfortos físicos como cansaço, dores musculares e enxaquecas estão presentes em casos de profissionais que possuem dois ou mais empregos porque devem responder a dois chefes, há aumento do tempo de deslocamento, carga administrativa e mental, pouco tempo para descanso, lazer e hábitos saudáveis cotidianos.
Condições psicossociais de trabalho
A Figura 4 apresenta os extratos referentes às condições psicossociais identificadas pelos participantes, contempladas na categoria de condições de trabalho descrita na Figura 1 . Estas eram variadas e referiam-se a questões diversas que representavam fonte de desconforto ou preocupação. Inicialmente, os profissionais apontaram as demandas mentais de atenção, concentração e memória envolvidas nas atividades clínicas e administrativas de cuidado da saúde alheia como condição psicossocial relevante. Da mesma forma, identificaram elevadas demandas emocionais em decorrência da exposição ao adoecimento e à morte, bem como pelo fato de presenciar diariamente o sofrimento dos pacientes, que é intensificado pelo vínculo ou conexão afetiva que se cria com eles. A alta carga mental e as demandas emocionais foram associadas pelos participantes a efeitos como fadiga, cansaço, frustração e somatização, que aumentaram especialmente durante a pandemia.
- Trechos das entrevistas referentes às percepções dos jovens enfermeiros sobre as condições psicossociais de trabalho (n = 15). Bogotá, Colômbia, 2021-2022
Por outro lado, a rotação do trabalho por turnos esteve associada a um maior esforço adaptativo que tem implicações negativas nos hábitos e estilo de vida dos profissionais, bem como em suas relações interpessoais fora do trabalho. A variabilidade nos turnos foi identificada como um aspecto que dificulta o estabelecimento de rotinas, a manutenção de bons hábitos e o desenvolvimento de atividades extralaborais.
Além disso, foi mencionado que as decisões administrativas e as mudanças na organização do trabalho têm repercussões negativas no desenvolvimento das suas atividades, o que em muitas ocasiões tem implicado uma sobrecarga ou uma distribuição desigual do trabalho e isso está associado ao esgotamento, à fadiga e ao cansaço, o que nas palavras dos participantes se traduz numa sensação de esgotamento pelo trabalho.
Segundo os profissionais, as relações interpessoais com os colegas da instituição onde você trabalha determinam a forma como as atividades são realizadas, a satisfação com o trabalho e até mesmo o seu estado de espírito. Isso porque os conflitos entre colegas e as deficiências na comunicação geram um ambiente tenso e estressante. O acima exposto pode ser intensificado por fatores como maior tempo de trabalho e as diferenças no que diz respeito aos anos de experiência no trabalho, dificultando o relacionamento com os colegas com maior tempo de trabalho.
Por fim, o relacionamento com os chefes imediatos foi identificado como um aspecto que tem muito peso na satisfação geral e no bem-estar no trabalho. Foi assim que os estilos de comando caracterizados por boa comunicação e apoio foram considerados muito favoráveis; em contrapartida, as deficiências de comunicação e a falta de apoio e suporte são percebidas como características de estilos de liderança que impactam negativamente entre os profissionais.
Condições materiais de trabalho
A Figura 5 apresenta trechos das entrevistas dos participantes correspondentes às condições materiais de trabalho (ver Figura 1 ), nos quais serão citadas as mais relevantes. Em relação à exposição ao perigo biomecânico, os profissionais afirmaram que seu trabalho é frequentemente realizado em pé seguido de posição sentada em superfícies de trabalho inadequadas, razão pela qual devem adotar posturas forçadas e sustentadas durante o dia com o consequente surgimento de desconforto ou dor.
O esforço e a manipulação de cargas foram referidos na mobilização de pacientes em situações de emergência ou pacientes com limitações de mobilidade. Além disso, foram percebidos movimentos repetitivos em duas situações: na abertura das ampolas durante a administração de medicamentos e no uso do computador para atividades administrativas.
- Trechos das entrevistas e grupo focal alusivos às percepções dos jovens enfermeiros sobre as condições materiais de trabalho (n = 15). Bogotá, Colômbia, 2021-2022
De acordo com a caracterização do risco biológico, os enfermeiros relataram uma normalização da referida exposição devido às suas atribuições profissionais, houve especial referência ao manejo de pacientes com confirmação de microrganismos multirresistentes como situações de risco. Os enfermeiros mencionaram também momentos de incerteza, angústia e medo pela possibilidade de se infectarem ao sofrerem um acidente ao manipular objetos contaminados.
Os participantes afirmaram que durante a pandemia vários riscos ocupacionais tornaram-se mais agudos: exposição muito elevada ao SARS-CoV-2, desconforto térmico devido à sobrelotação de pacientes, condições de ventilação insuficientes nas áreas de cuidados, aumento da frequência de lavagem das mãos, manipulação de pacientes devido a seu estado crítico que os impede de se movimentar e o uso permanente de elementos de proteção individual, o que ocasionou alterações em seus hábitos diários.
Outras situações de risco à saúde dos participantes foram o uso de produtos químicos na lavagem das mãos, o uso de luvas de látex e manuseio de medicamentos; a exposição a ruído ou iluminação inadequada; o manejo de leitos ou cadeiras de rodas em mau estado e o atendimento aos pacientes e interação com familiares devido a possíveis agressões (pancadas e mordidas).
Discussão
A caracterização sociodemográfica identificada no estudo corrobora que o sexo feminino predomina na profissão de enfermagem. Os achados relevantes do estudo, relacionados às percepções dos jovens enfermeiros sobre suas condições desemprego, de trabalho e de saúde, indicaram que a precarização no trabalho é característica do setor saúde, devido à baixa possibilidade de encontrar um emprego com garantias laborais por conta do tipo de contratação e da remuneração oferecida no mercado de trabalho ( 5 , 9 ) , o que incentiva a pluralidade de empregos entre os enfermeiros ( 17 ) .
Com base no modelo proposto por Benach ( 4 ) que permite interpretar as percepções que os jovens profissionais de enfermagem têm da relação entre condições de trabalho, emprego e saúde, a partir dos níveis macro e microestrutural, os resultados da pesquisa permitiram identificar o modo como a precariedade do emprego no setor da saúde reflete as condições do mercado de trabalho. Chamam a atenção dois aspectos que contribuem para a precarização do trabalho: a contratação por terceiros e não diretamente pelas instituições de saúde, o que tem aumentado a falta de responsabilidade dessas instituições em garantir condições de trabalho dignas, e o aproveitamento dos empregadores na contratação de jovens profissionais que precisam acumular experiência profissional, condições analisadas em outros estudos, onde a idade e o fato de ser recém-formado são relevantes na contratação de serviços no setor saúde ( 3 ) . O exposto repercutiu na saúde dos participantes ao mencionarem desconfortos psicológicos como estresse e ansiedade com manifestações somáticas como dores de cabeça e em outras partes do corpo e insônia.
Por outro lado, a remuneração inferior às suas expectativas como profissionais de enfermagem de acordo com a carga horária e o nível de estudos obtidos ( 18 ) , bem como o desconhecimento das condições do mercado de trabalho nos recém-formados, foram situações que geraram diversos desconfortos psicológicos, como ansiedade ou desmotivação. Esses aspectos os levam a pensar em migrar com o objetivo de melhorar sua qualidade de vida.
Na perspectiva das condições de trabalho propostas por Benach ( 4 ) , no componente microestrutural do modelo, as condições psicossociais dos enfermeiros são caracterizadas pela exigência de realizar atividades laborais em turnos rotativos e noturnos, trabalhar em dias comumente utilizados para descanso; trabalhar em jornadas diárias longas e exaustivas e por vivenciarem frequentes mudanças de horário (ampliação do turno de trabalho ou modificações nos horários de início e término do dia), o que dificulta o desenvolvimento de atividades pessoais e extralaborais, ocasionando prejuízo no equilíbrio entre vida familiar, social e profissional ( 3 , 19 - 21 ) .
O atendimento direto ao paciente e a interação frequente com os familiares é uma característica distintiva e inerente à prática assistencial dessa profissão, que implica uma série de demandas emocionais típicas do trabalho com pessoas em situação de vulnerabilidade. Elementos particulares das exigências emocionais incluem o confronto próximo com a doença e a morte, a gestão de pacientes e familiares cujos estados emocionais estão alterados (nervosos, temerosos, ansiosos ou estressados), tornando-se difícil interagir com eles; a exigência permanente de compreensão e empatia com as emoções de medo, ansiedade e sofrimento dos pacientes e familiares e a necessidade de controlar e esconder as próprias emoções de medo, incerteza, dor e frustração que podem ocorrer durante o desempenho do trabalho ( 22 - 23 ) . Destaca-se que o contato interpessoal direto com pacientes e familiares fomenta um contexto em que ocorrem atos de violência, expressos de forma muito variada, incluindo abuso verbal, intimidação, ameaças, assédio sexual e violência física ( 24 - 25 ) .
A carga mental, associada à elevada exigência de concentração, atenção e memória imposta aos enfermeiros em virtude do seu trabalho, bem como, as exigências que surgem da gestão de informação detalhada e específica, é outro fator de risco psicossocial distintivo, alertando que quando esta condição ocorre de forma constante no trabalho, esta circunstância pode estar associada a deficiências no desempenho laboral, fadiga ou cansaço e maior probabilidade de cometer erros ( 24 ) .
As relações ou contatos estabelecidos com outras pessoas no ambiente de trabalho significam para o enfermeiro múltiplos tipos de interações, entre as quais estão aquelas estabelecidas com chefes ou superiores, colegas de trabalho que atuam na área assistencial ou administrativa, pacientes e seus familiares e o público externo. Todos eles podem ser uma fonte de perigo, pois tendem a desenvolver-se sob pressão de tempo, elevada carga emocional, grandes volumes de trabalho e horários de trabalho atípicos. Esse contexto é descrito como um ambiente propício para o apoio social deficiente da parte dos chefes e entre colegas, comunicação ineficaz, dificuldades e conflitos nas relações interpessoais com seus superiores, seus pares ou com profissionais de outras áreas de trabalho ( 22 - 23 , 25 - 26 ) .
Em resumo, as condições materiais de trabalho na enfermagem representam alto risco de desenvolvimento de distúrbios musculoesqueléticos (dores nas costas, pescoço, ombros e membros inferiores) devido à necessidade de levantar e movimentar pacientes com dificuldade de locomoção, permanecer sentado, caminhar e ficar em pé por períodos prolongados, empurrar ou levantar objetos e equipamentos pesados, entre outras situações ( 27 - 29 ) .
Em consonância com outros estudos, espaços de trabalho inadequados ou design inadequado de mobiliário (macas e cadeiras) foram uma das causas dos agravos, identificando a relação entre lesões musculoesqueléticas e condições de trabalho ( 29 ) . A presença de sintomas osteomusculares foi subestimada pelos jovens profissionais, que não os percebiam como graves ou suficientemente dolorosos para serem comunicados aos empregadores, atribuindo-os à sua má postura e práticas de trabalho arriscadas ( 30 ) .
Outro subtema de interesse foi a exposição a agentes infecciosos como o sangue e os fluidos corporais, apesar da afirmação dos entrevistados de naturalizarem o contato permanente e direto com esses microrganismos em suas atividades diárias ( 31 ) . Um estudo fenomenológico realizado com dez enfermeiros no Irã mostrou o alto risco de exposição a doenças transmitidas pelo sangue e doenças nosocomiais ( 28 ) . Acidentes biológicos por perfurações com agulhas e objetos perfurocortantes são comuns em enfermeiros ( 32 - 33 ) ; no presente estudo, todos afirmaram ter sofrido pelo menos um acidente durante a carreira profissional ( 33 ) .
A percepção de outras condições de trabalho como temperatura, iluminação, ruído e manuseio de medicamentos não foram identificadas habitualmente pelos participantes, apesar de estarem presentes ( 34 - 35 ) .
A pandemia de Covid-19 produziu alterações tanto no emprego como nas condições de trabalho na enfermagem. Embora tenha havido um aumento notável na oferta de trabalho para responder à atenção massiva, os contratos duraram meses, o que gerou insegurança econômica a longo prazo ( 3 ) . Além disso, nesse período, os enfermeiros mencionaram que a carga de trabalho aumentou, embora os salários e a qualidade do emprego permanecessem baixos ( 17 ) .
Vários estudos demonstraram exacerbação do desconforto físico e psicológico relacionado ao aumento da carga de trabalho e jornadas mais longas ( 36 - 37 ) , o que levou a mudanças no estilo de vida e no trabalho ( 38 - 39 ) . Durante a pandemia, as dermatites ou lesões cutâneas decorrentes da lavagem intensiva das mãos (mais de dez vezes ao dia) e do uso de máscaras por mais de seis horas foram relevantes ( 32 , 39 ) sendo associadas ao medo de infecção e contágio a familiares e amigos ( 35 ) .
No que diz respeito às contribuições deste estudo no avanço científico para a profissão de enfermagem, reconhece-se, em primeiro lugar, o valor da pesquisa qualitativa para a compreensão da relação trabalho-saúde, para além da quantificação do risco, resgatando as vozes dos jovens enfermeiros e suas percepções em que se destacam predominantemente os tipos de vínculo empregatício e a remuneração, bem como os fatores psicossociais, sendo os que mais afetam a sua saúde. Da mesma forma, os resultados do estudo proporcionam uma visão integrada entre condições de emprego e condições de trabalho, indo além da visão tradicional de segurança e saúde no trabalho, além de incorporar fatores que refletem as relações de poder entre o governo, os empregadores e os profissionais.
A partir dos achados apresentados nesta pesquisa, surge a necessidade de considerar nos processos de formação dos profissionais de enfermagem, a inclusão de espaços no currículo voltados à compreensão dos fatores que determinam a inserção laboral dos recém-formados, com o objetivo de prepará-los para enfrentar o mercado de trabalho. Da mesma forma, há necessidade de capacitá-los para a realização de ações preventivas contra a exposição a condições psicossociais, biomecânicas, biológicas e de segurança nos seus locais de trabalho, sendo estas prioridades no setor da saúde.
Ressalta-se que a análise por duplas e a formação de uma equipe interdisciplinar com experiência limitada na área da saúde permitiram trazer à tona o discurso dos participantes e facilitaram reflexões sobre suas condições de trabalho e o ser jovem no mercado de trabalho a partir de diversas perspectivas.
A abrangência e a abordagem metodológica do estudo representaram algumas limitações que podem ser superadas em pesquisas posteriores, entre elas: a) a amostra não apresentou maior diversidade quanto aos tipos de contratação para enriquecer os achados; b) a falta de representatividade dos enfermeiros em outras regiões da Colômbia, uma vez que o emprego e as condições de trabalho podem variar substancialmente; c) transversalidade da reflexividade pessoal na equipe de pesquisa para declarar a influência na coleta e análise de dados para além da perspectiva profissional; d) a condução remota do grupo focal e e) o reconhecimento das conclusões dos participantes de forma individual.
Conclusão
A maioria dos participantes considerou que o seu trabalho tem afetado negativamente a sua saúde mental e emocional, a sua saúde física, os seus hábitos de vida saudáveis, o que gera estresse ou ansiedade, sentimentos de incerteza e insegurança laboral devido à instabilidade das contratações.
Os jovens trabalhadores geralmente aceitam oportunidades de emprego devido à necessidade de certificar experiência profissional. Destaca-se a importância da estabilidade no emprego na hora de escolher um emprego, pois, além de proporcionar tranquilidade, possibilita sua independência com mais rapidez.
No que diz respeito às condições de trabalho, as condições psicossociais foram as mais relevantes para os profissionais na medida em que a jornada de trabalho, os turnos rotativos e noturnos, bem como a interação com outras pessoas e as demandas de carga mental alteram o desenvolvimento das atividades laborais, pessoais e extralaborais, que foram agravadas pela pandemia de COVID-19.
Agradecimentos
Os autores agradecem a valiosa contribuição e disposição dos participantes, associações profissionais e faculdades do setor da saúde; à equipe de pesquisa do projeto no qual o manuscrito foi inserido, à Pontifícia Universidad Javeriana e ao SENA pelo apoio institucional, pois sem eles sua realização não teria sido possível.
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1
Cotação em dólares americanos = COP$3.981,16 em 31/12/2021.
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2
Na Colômbia, a contratação de prestação de serviços corresponde a uma relação em que não há subordinação, portanto o trabalhador tem independência e autonomia. As pessoas recebem o pagamento como taxas e, a partir desse pagamento, a própria pessoa deve contribuir e pagar a sua segurança social e seus benefícios sociais (Art. 34 Código Substantivo do Trabalho).
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Todos os autores aprovaram a versão final do texto.
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Apoio financeiro da Pontificia Universidad Javeriana, processo nº SIAP 20311, Colômbia.
Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
23 Set 2024 -
Data do Fascículo
2024
Histórico
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Recebido
08 Maio 2024 -
Aceito
05 Jun 2024