Resumo
Objetivo:
identificar os fatores associados à necessidade de internação em unidade de terapia intensiva em gestantes adolescentes brasileiras com COVID-19.
Método:
estudo de coorte não concorrente de base populacional, utilizando banco de dados secundários. Foram incluídas no estudo as gestantes adolescentes brasileiras que possuíam confirmação laboratorial de SARS-CoV-2 por Real Time, entre 14 de março de 2020 e 11 abril de 2021. Análise estatística realizada pelo modelo de regressão múltipla de Poisson, estimando-se o risco relativo e respectivos intervalos de confiança de 95%, sendo significativos valores de p <0,05.
Resultados:
foram incluídas na análise 282 gestantes, com mediana de idade de 17 anos, a maioria com cor da pele parda, no terceiro trimestre de gestação e residentes em zona urbana ou periurbana. A taxa de internação em unidade de terapia intensiva foi de 14,5%, associando-se a viver na região Sudeste (RR=5,03, IC95%=1,78-14,24, p=0,002), ter saturação de oxigênio inferior a 95% (RR=2,62, IC95%=1,17-5,87, p=0,019) e possuir alguma comorbidade (RR=2,05, IC95%=1,01-4,16, p=0,047).
Conclusão:
a taxa de internação em terapia intensiva foi elevada entre gestantes adolescentes brasileiras e associou-se a viver na região Sudeste, possuir alguma comorbidade e/ou apresentar baixa saturação de oxigênio.
Descritores:
Gravidez; Gravidez na Adolescência; Adolescência; COVID-19; Pandemia; Unidades de Terapia Intensiva
Destaques:
(1) A taxa de internação de gestantes adolescentes em UTI foi elevada: 14,5%.
(2) A baixa saturação de oxigênio foi um preditor de gravidade da COVID-19.
(3) Viver na região Sudeste aumentou em cinco vezes o risco de internação em UTI.
(4) Possuir comorbidade aumentou em duas vezes o risco de internação em UTI.