Resumo
Objetivo:
identificar a frequência de casos notificados de violência recorrente contra adolescentes e sua associação com as características da vítima, da violência e dos agressores.
Método:
estudo transversal, realizado com os dados notificados de violências contra adolescentes, produzidos pela Vigilância Epidemiológica e registrados no Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN), no período de 2011 a 2018, no estado do Espírito Santo, Brasil.
Resultados:
a frequência de violência recorrente contra adolescentes foi de 46,4%. Observou-se maior recorrência desse agravo no grupo de meninas (RP: 1,26; IC95%: 1,15-1,38), na faixa de 10 a 14 anos de idade (RP: 1,20; IC95%: 1,13-1,28), e, pessoas com alguma deficiência/transtorno (RP:1,52; IC95%: 1,42-1,62). A violência psicológica/negligência foi 30% mais prevalente de recorrência do que a violência autoprovocada. A residência foi o local de maior ocorrência (RP: 1,56; IC95%: 1,37-1,77). Verificou-se prevalência 1,11 vezes maior de violência recorrente praticada por agressores com 20 anos de idade ou mais e uma evidência maior em agressores do sexo masculino (IC95%: 0,97-1,17).
Conclusão:
a violência recorrente esteve associada às características das vítimas, do agressor e do evento. A intersetorialidade em saúde para a redução dos casos de reincidência da violência é crucial.
Descritores:
Adolescente; Violência; Exposição à Violência; Recorrência; Sistemas de Informação em Saúde; Enfermagem
Destaques:
(1) A frequência de violência recorrente contra adolescentes foi de 46,4%.
(2) Observou-se maior recorrência desse agravo no grupo de meninas entre 10 e 14 anos.
(3) A residência foi o local de maior ocorrência.
(4) A violência recorrente associou-se às características das vítimas, agressor e evento.
(5) Há prevalência 1,11 vezes > de violência recorrente praticada por homens ≥ 20 anos.