Acessibilidade / Reportar erro

International networking: o Brasil e a América Latina ocupando seu espaço no cenário internacional da enfermagem

EDITORIAL

International networking: o Brasil e a América Latina ocupando seu espaço no cenário internacional da enfermagem

Isabel Amélia Costa MendesI; Maria Helena Palucci MarzialeII

Editores da Revista Latino-Americana de Enfermagem da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem:

IProfessor Titular, e-mail: iamendes@eerp.usp.br

IIProfessor Titular, e-mail: marziale@eerp.usp.br

O sistema das Nações Unidas confere à Organização Mundial da Saúde a autoridade para dirigir as questões do setor, em articulação com os países membros. Assim é que lidera assuntos de saúde global, propõe agendas de pesquisa, estabelece políticas e estratégias, recomenda normas e padrões, oferece apoio técnico, monitora e avalia as tendências de saúde nas situações de diferentes culturas inerentes aos seus 193 países membros.

No contexto de tamanha amplitude e complexidade, a OMS conta com assessoria, em cada especialidade da saúde, para colaborar na implementação de programas de cooperação técnica nos âmbitos global, regional e inter-regional. Desta forma, esta organização mundial identifica instituições cujo perfil e desempenho tenham potencial de atuar como parceiras no sentido de operacionalizar programas à luz de políticas traçadas anualmente na Assembléia Mundial da Saúde. Tais instituições, por serem referência da OMS em determinada especialidade, são denominadas Centros Colaboradores(1).

Atualmente a OMS conta com cerca de 900 Centros Colaboradores, dos quais 38 são da área de Enfermagem.

Tradicionalmente a Enfermagem como profissão tem percorrido uma trajetória que demonstra atenção especial à internacionalização, à criação de organizações internacionais que congreguem lideranças capazes de dinamizar grupos de especialistas, integrando regiões e países, e fortalecendo a profissão e seus profissionais. Portanto, congregar-se através de associações, com variados propósitos, tem resultado em união e representatividade perante a sociedade. Este movimento de evolução constante nesta direção foi decisivo para que a Enfermagem promovesse uma inovação na OMS no contexto de seu conjunto de Centros Colaboradores: foi a primeira área a constituir-se em Rede buscando conexão entre seus membros e, ao mesmo tempo, melhor integração do trabalho de cada um deles com a OMS. Deste modo, a criação da Rede Global de Centros Colaboradores da OMS para o desenvolvimento da Enfermagem e Obstetrícia (GNWHOCC) é um dos exemplos bem sucedidos do processo evolutivo da internacionalização da profissão.

Desde seu surgimento, em 1987, esta Rede Global vem consolidando-se como força significativa de liderança internacional; sua esfera de influência, integração, iniciativas e habilidade no desenvolvimento de projetos colaborativos tem resultado em impacto representativo na saúde mundial(2).

Constituída por 38 centros, atualmente, a Rede tem como estrutura uma Secretaria Geral, cuja sede migra para um dos Centros Colaboradores a cada quatro anos. A coordenação fica a cargo de uma Secretária Geral, função esta eletiva e que recai sobre a figura do Diretor de um dos Centros. A Secretária Geral é o agente executivo do Comitê Executivo, composto por um membro de cada uma das seis regiões da OMS, os quais representam todos os centros de sua respectiva região. Desde o seu estabelecimento, a Rede foi sediada em centros dos Estados Unidos da América (três períodos), Coréia e Reino Unido (dois períodos).

O período da próxima gestão é de 2008-2012, mas a diretoria do centro atua desde já como Secretária eleita, em sintonia com um processo de transição junto à Secretária atual que é da Glasgow Caledonian University - Escócia.

A partir de 2008, portanto, a Sede da Rede Global será o Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem - Brasil, abrigado pela Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, fato relevante para a Enfermagem da região das Américas, especialmente para a América Latina, que pela primeira vez assume tal posição.

Além de cumprir a missão que lhe cabe como sede da Rede Global, espera-se que esta função sirva também como estímulo ao networking nos planos nacional, regional e internacional, o que pode potencializar a visibilidade das contribuições realizadas por profissionais de todas as regiões da OMS para alcançar a meta de Saúde para Todos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. World Health Organization [homepage on the Internet]. Genebra: OMS; 2005 [cited 2007 Aug 20]; World Health Organization Collaborating Centres Fact Sheet; [about 2 screens]. Available from: www.who.int/entity/rpc/expert_panels/WHOCC_Factsheet.pdf

2. Carty RM. The global network of WHO collaborating centres for nursing and midwifery development: a policy approach to health for all through nursing and midwifery excellence. Rev Latino-am Enfermagem [serial on the Internet] 2005 September-October [cited 2007 Aug 20]; 13(5):613-8. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692005000500002&lng=en&nrm=iso.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    26 Set 2007
  • Data do Fascículo
    Ago 2007
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto / Universidade de São Paulo Av. Bandeirantes, 3900, 14040-902 Ribeirão Preto SP Brazil, Tel.: +55 (16) 3315-3451 / 3315-4407 - Ribeirão Preto - SP - Brazil
E-mail: rlae@eerp.usp.br