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Mensuração de ruído sonoro em unidades neonatais e incubadoras com recém-nascidos: revisão sistemática de literatura

Resumos

Trata-se de revisão sistemática de literatura para avaliar a qualidade metodológica dos estudos que mediram ruído nas unidades neonatais. Após busca nas bases eletrônicas MEDLINE, SciELO, LILACS, BDENF, WHOLIS, BDTD, ScienceDirect, NCBI e Scirus, e busca manual, foram incluídos 40 estudos que atenderam o critério "mensurar ruído em unidades neonatais e/ou incubadoras". O instrumento de análise crítica foi validado por especialistas em neonatologia e acústica - nota média 7,9 (dp=1,3) - e a confiabilidade interobservador, em 18 artigos, resultou num coeficiente de correlação intraclasse (ICC) de 0,89 (IC95% 0,75-0,95). Os indicadores de qualidade foram 50% melhores para os estudos que mediram somente no ambiente da unidade ao associar as estratégias de mensuração à área física. Os resultados revelaram grande variabilidade metodológica, o que dificulta a comparabilidade e, algumas vezes, representa alta probabilidade de viés. O rigor necessário para garantir a validade interna e externa foi observado em poucos estudos.

Medição de Ruído; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal; Literatura de Revisão como Assunto


This systematic literature review evaluated the methodological quality of studies measuring noise in neonatal intensive care units. A manual and also electronic search in the Medline, Scielo, Lilacs, BDENF, WHOLIS, BDTD, Science Direct, NCBI and Scirus databases resulted in 40 studies that met the criterion "measuring noise in neonatal units and/or incubators". Experts in neonatology and acoustics validated the critical analysis instrument, which obtained a mean = 7.9 (SD=1.3). The inter-observer reliability in 18 articles resulted in an Intra-class correlation coefficient (ICC) of 0.89 (CI 0.75-0.95). The quality indicators were 50% better in those studies that measured noise only in the unit's environment and associated measuring strategies to the physical area. The results showed great methodological variability, which hindered comparability and raised the probability of bias. The conditions required to ensure internal and external validity were observed in few studies.

Noise Measurement; Intensive Care Unit Neonatal; Review Literature as Topic


Se trata de una revisión sistemática de la literatura para evaluar la calidad metodológica de los estudios que midieron el ruido en las unidades neonatales. Después de buscar en las bases electrónicas Medline, Scielo, Lilacs, BDENF, WHOLIS, BDTD, Science Direct, NCBI y Scirus, y de busca manual, fueron incluidos 40 estudios que atendieron el criterio "mensurar ruido en unidades neonatales y/o incubadoras". El instrumento de análisis crítico fue validezo por especialistas en neonatología y acústica - nota media 7,9 (DE=1,3) - y la confiabilidad inter-observador en 18 artículos resultó en un ICC de 0,89 (IC95% 0,75-0,95). Los indicadores de calidad fueron 50% mejores para los estudios que midieron solamente en el ambiente de la unidad, asociando las estrategias de mensuración al área física. Los resultados revelaron gran variabilidad metodológica, lo que dificulta la comparación y algunas veces representa alta probabilidad de sesgo. El rigor necesario para garantizar la validez interna y externa fue observado en pocos estudios.

Medicíon del Ruido; Unidades de Terapia Intensiva Neonatal; Literatura de Revisíon como Asunto


ARTIGO DE REVISÃO

IDoutoranda, Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ, RJ, Brasil. Professor Assistente, Faculdade de Enfermagem, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: fatimahasek@gmail.com

IIEnfermeira, Mestre em Saúde Coletiva, Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: kadipiero@gmail.com

IIIDoutor em Engenharia Biomédica, Pesquisador Assistente, Professor, Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ, RJ, Brasil. E-mail: eloane@iff.fiocruz.br

IVDoutor em Engenharia Elétrica, Professor Adjunto, Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: souza@peb.ufrj.br

VDoutor em Engenharia Biomédica, Professor, Instituto Fernandes Figueira, FIOCRUZ. E-mail: virginia@iff.fiocruz.br

Endereço para correspondência

RESUMO

Trata-se de revisão sistemática de literatura para avaliar a qualidade metodológica dos estudos que mediram ruído nas unidades neonatais. Após busca nas bases eletrônicas MEDLINE, SciELO, LILACS, BDENF, WHOLIS, BDTD, ScienceDirect, NCBI e Scirus, e busca manual, foram incluídos 40 estudos que atenderam o critério "mensurar ruído em unidades neonatais e/ou incubadoras". O instrumento de análise crítica foi validado por especialistas em neonatologia e acústica - nota média 7,9 (dp=1,3) - e a confiabilidade interobservador, em 18 artigos, resultou num coeficiente de correlação intraclasse (ICC) de 0,89 (IC95% 0,75-0,95). Os indicadores de qualidade foram 50% melhores para os estudos que mediram somente no ambiente da unidade ao associar as estratégias de mensuração à área física. Os resultados revelaram grande variabilidade metodológica, o que dificulta a comparabilidade e, algumas vezes, representa alta probabilidade de viés. O rigor necessário para garantir a validade interna e externa foi observado em poucos estudos.

Descritores: Medição de Ruído; Unidade de Terapia Intensiva Neonatal; Literatura de Revisão como Assunto.

Introdução

A incorporação de tecnologias para o cuidado dos recém-nascidos (RN) contribuiu para o aumento da sua sobrevivência, porém, transformou as unidades neonatais (UN) em locais muito ruidosos(1-2). Os ruídos presentes nesses ambientes podem afetar os RNs, desencadeando aumento nas frequências cardíaca, respiratória e queda na saturação periférica de oxigênio, menor tempo de permanência nos estados de sono e dificuldade para manter o estado de sono profundo, além de alterações na atividade motora(3-4).

Organizações de saúde e de especialistas têm tentado estabelecer recomendações quanto aos níveis de ruído nas UNs. A OMS recomenda que, nos ambientes hospitalares, esses não devam ultrapassar 30 dB(A)(5). Comitê interdisciplinar norte-americano indica tratamento acústico, a fim de que o ruído habitual não exceda os parâmetros recomendados: Leq horário de 45 dB(A), L10 também horário de 50 dB(A) e Lmax de 65 dB(A)(6). No Brasil, a NBR 10152 aponta como aceitáveis para berçários níveis de até 45 dB(A), mas não especifica limites para as UNs(7).

Embora seja preciso ampliar o conhecimento sobre os danos provocados pela exposição precoce em níveis elevados de ruído, a permanência na UN, por período maior que 48 horas, é considerada fator de risco para déficit auditivo(8-9). Além disso, alterações observadas no desenvolvimento dos prematuros têm estimulado a implantação de novas abordagens de cuidado que incluem modificações no ambiente físico das UNs, com especial atenção para a monitoração e controle dos níveis de ruído, questão na qual os profissionais de enfermagem têm desempenhado papel fundamental, tanto internacional(1,4) quanto nacionalmente(10).

Pelo risco potencial que o ruído representa para a clientela assistida nas UNs é preciso que os níveis sonoros presentes nesses locais sejam conhecidos, já que esse conhecimento é fundamental para a implantação de mudanças que possibilitem o seu controle e redução. Devido às características físicas, quantidade de equipamentos e movimentação de pessoal, medir ruído em UN é tarefa complexa e um grande desafio. Alguns autores(11-12) e organizações(13) têm estudado os conceitos teóricos da acústica e questões metodológicas que atendem a especificidade dessa mensuração. Além disso, desde a década de 70, diversos pesquisadores têm se dedicado a avaliar os níveis sonoros no ambiente e nas incubadoras de diferentes UNs. Conhecer como a mensuração foi por eles realizada pode proporcionar base mais sólida para o desenvolvimento de novas pesquisas. Dessa forma, o presente trabalho apresenta revisão sistemática de literatura (RSL) para avaliar a qualidade metodológica dos estudos que mediram ruído sonoro no ambiente e nas incubadoras das unidades neonatais.

Metodologia

Realizou-se RSL com busca bibliográfica nas bases eletrônicas MEDLINE, SciELO, LILACS, BDENF, WHOLIS, BDTD, ScienceDirect, NCBI e Scirus, sem delimitação temporal, através de múltiplas combinações das palavras chave em português, espanhol e inglês: ruído, neonatal, ambiente, unidade de cuidados intensivos neonatais, incubadora, recém-nascidos, mensuração, nível sonoro, nível de pressão sonora, metrologia, poluição sonora. Realizou-se, também, levantamento de teses e dissertações, além das referências citadas nos artigos selecionados, procura manual e consulta a especialistas.

Sobre os estudos recuperados, através das estratégias de busca, uma primeira seleção foi realizada por meio de leitura de seus títulos, formando-se o conjunto de estudos identificados. A partir da leitura dos resumos dos estudos identificados, aplicou-se o critério de inclusão "mensurar ruído no ambiente das unidades neonatais e/ou incubadoras", resultando nos estudos selecionados que foram lidos na íntegra, sendo incluídos aqueles em que se confirmou o critério estabelecido. Além dos estudos que não atenderam o critério, foram excluídos artigos de revisão de literatura, notas de pesquisa, notas editoriais e cartas ao leitor.

Foi elaborado instrumento para avaliar a qualidade metodológica(14) dos estudos, o qual se baseou em revisão de literatura sobre acústica, nas normas brasileiras e citações das normas internacionais pertinentes e em discussões com especialistas em neonatologia, epidemiologia e engenharia acústica.

A validação de conteúdo, feita por três especialistas em neonatologia e três em acústica, através de, questionário, avaliou os itens do instrumento quanto à sua aplicabilidade, clareza na formulação, especificidade das instruções, potencialidade de viés, redundância e incompletude. Cada um desses conceitos foi relacionado a uma escala numérica - tipo Likert - onde a escolha da maior pontuação correspondia ao melhor julgamento(14). Foram descritas as seguintes medidas resumo das notas finais da validação: amplitude, mediana, média e desvios padrão.

A confiabilidade interobservador do instrumento foi avaliada por três pesquisadores em amostra aleatória de 43% dos artigos incluídos com mascaramento. Para a sua análise, foi utilizado o coeficiente de correlação intraclasse (ICC) com limite de confiança de 95%.

Cada item do instrumento foi considerado um critério de qualidade de mensuração de ruído em ambiente neonatal, sendo calculado o percentual de estudos que atendeu cada critério.

Resultados

A busca bibliográfica para essa RSL ocorreu entre julho de 2005 e agosto de 2006 e entre dezembro de 2007 e março de 2008. O processo de busca e o número de artigos nas fases de recuperação, identificação e seleção podem ser visualizados na Figura 1.


A versão final do instrumento de avaliação dos artigos compõe-se por 5 módulos: Módulo I - identificação do estudo; Módulo II - caracterização dos ambientes neonatais; Módulo III - metodologia de mensuração; Módulo IV - mensuração no interior das incubadoras com RN e Módulo V - desenho do estudo. As notas finais da validação de conteúdo variaram de 6,3 a 9,9, com mediana de 7,6 e média 7,9 (dp=1,3). As médias das avaliações por módulo variaram de 7,6 (dp=1,2) a 8,1 (dp=1,6), e foram muito próximas das medianas. O Módulo II obteve o conceito médio mais elevado (8,1), seguido dos Módulos III com 7,9, IV com 7,8 e V com 7,6. A nota média obtida por cada pergunta do questionário de validação apresentou maior variabilidade: entre 6,0 e 9,6. Dentre as contribuições significativas dos especialistas, ressalta-se a inclusão de item sobre calibração dos instrumentos e a retirada de alguns itens pertinentes à área arquitetônica.

A avaliação da confiabilidade interobservador em 18 artigos resultou num ICC global de 0,89 (intervalo de confiança 0,75 - 0,95). Para o Módulo II foi 0,28 (-0,58 - 0,71), para o Módulo III foi de 0,89 (0,76 - 0,96), para o Módulo IV foi 0,65 (0,22 - 0,86) e para o Módulo IV foi de 0,83 (0,63 - 0,93).

Os 40 estudos incluídos foram divididos em Grupo A, com 24 estudos(15-38) que realizaram medidas somente no ambiente da unidade neonatal e Grupo B, com 16 estudos(39-54) que realizaram medidas tanto no ambiente quanto na incubadora. Os percentuais de adesão aos critérios de qualidade avaliados pelo instrumento estão na Tabela 1.

Discussão

O instrumento de avaliação dos estudos incluídos alcançou grau de validade(14) de face satisfatório (79%). Também se revelou confiável no que se refere à variabilidade interobservador, conforme os valores de ICC, exceto no Módulo II, onde foram observadas dificuldades na caracterização do ambiente neonatal.

Os critérios de qualidade avaliados foram mais atendidos nos estudos que mensuraram o ruído sonoro somente no ambiente da UN (Grupo A) do que naqueles que realizaram a medida também na incubadora (Grupo B). Tal fato demonstra a complexidade dessa tarefa, que exige projetos específicos e detalhados.

Caracterização dos ambientes neonatais

Devido à forma de propagação das ondas sonoras, a aferição das dimensões físicas e a avaliação detalhada da arquitetura dos locais onde o ruído é medido são etapas que possibilitam planejamento adequado das estratégias de mensuração(13). Nesta revisão, a maioria dos estudos do Grupo A(15-34) teve maior rigor em relação a esses aspectos do que aqueles do Grupo B(39-42).

O número de leitos ocupados nos momentos da medida é outro aspecto que precisa ser considerado, pois circunstâncias que interferem nos níveis sonoros, tais como o nível de atividade, o número de pessoas circulando e de equipamentos de suporte vital em funcionamento, são diretamente proporcionais à taxa de ocupação(12). Essa informação foi localizada em apenas 25% dos estudos do Grupo A(28-29,31-34) e em 6% dos estudos do Grupo B(43).

Os equipamentos de suporte vital em uso constituem uma das principais fontes de ruído nas UNs(12). Uma proporção de 57% dos estudos considerou a presença de tais equipamentos nas estratégias de mensuração. Os que mais detalhadamente abordaram essa questão foram aqueles cujo objetivo estava relacionado à identificação das fontes(19,24,28-30,33-34,35-36); associada à adoção de intervenções para a redução do ruído ambiental(20,23,41,44).

A utilização nas UNs de materiais com capacidade de absorção sonora surgiu e se consolidou recentemente(6,12). Anteriormente, utilizavam-se revestimentos e pisos de fácil limpeza, devido à necessidade de prevenção e controle de infecções, porém, com o alto grau de reflexão das ondas sonoras(12). Tal fato pode explicar que a descrição de tratamento acústico tenha sido encontrada apenas em 33% dos estudos de ambos os grupos(23-25,27,31,41,44-45); realizados a partir do ano 2000, em unidades que efetuaram mudanças estruturais para diminuir os níveis de ruído.

A NBR 10.151(13) estabelece que, no levantamento de níveis de ruído, se deve medir, também, externamente, os limites do local que contém as fontes. Número mínimo de estudos (10% do total) fez referência ao nível de ruído na área externa, próxima ao ambiente neonatal, sendo maior no Grupo A(15,20,33) do que no Grupo B(40).

Metodologia de mensuração

A descrição do equipamento de medida foi encontrada na totalidade dos estudos, tendo sido observada a utilização principalmente de medidores de NPS (nível de pressão sonora), como recomendado pela NBR 10.151(13). Destacam-se em estudos mais recentes(23,27,31,33,37,44) o uso de sistemas computacionais, com programas de aquisição e de processamento do sinal sonoro, que permitem maior tempo de captação e maior flexibilidade na análise do sinal. A análise de diferentes frequências sonoras motivou o uso de bandas de oitava(46-48).

Todos os estudos avaliados realizaram a medida em dB, mostrando o seguimento das recomendações encontradas nas normas e na literatura específica(11,13). Contudo, a citação das normas utilizadas foi encontrada em número reduzido de estudos, tanto do Grupo A(20,22-24,29,33-34) quanto do Grupo B(45-46). É importante ressaltar que tais recomendações são muitas vezes genéricas e podem não atender toda a complexidade específica da mensuração de ruídos, nos ambientes neonatais, devido à diversidade das características físicas das unidades, das fontes emissoras e do tipo de assistência necessária. Um exemplo é a recomendação(13) de medir, em pelo menos três posições distintas, sempre que possível com afastamento de, no mínimo, 0,5m entre elas e distância mínima de 1m entre o microfone e qualquer tipo de superfície como parede, teto, piso e móveis para evitar interferências e reflexões. Embora o local de colocação do microfone tenha sido informado em 75% dos estudos do Grupo A o detalhamento não o foi.

Ausência de descrição do tipo de filtro de compensação e do tipo de escala temporal, utilizados, impede a comparabilidade dos resultados e a sua inadequação leva a viés de medida. Alta proporção dos estudos (88%) informou o tipo de filtro de compensação. O filtro A, mais indicado para mensuração em ambiente com RN(11); foi o mais utilizado. Para a medida de ruídos intensos de curta duração é indicado o uso do filtro C ou do L(11). Dos oito estudos que tinham como objetivo medir ruídos com essas características, três utilizaram o filtro C(19,25,34) e dois o L(27,49). Os estudos, um pouco mais da metade daqueles dos Grupos A(16-17,21-25,27-28,30-34,36) e B(40-42,44,46,49-51); informaram o tipo de escala temporal utilizada. Para avaliar o ruído nas Uns, a escala mais recomendada é a slow, mas determinadas situações de mensuração, como a medida de picos de ruído, demandam a utilização da escala fast ou da impulse(11).

A medida em Leq(11,13); fortemente recomendada, foi utilizada em 71% dos estudos no Grupo A(16,20-21,23-25,27,29-34,36-38) e em 44% no Grupo B(41-42,44,46,49-51). Vale ressaltar que maior frequência desse tipo de medida foi observada a partir da década de 90, talvez pelo desenvolvimento tecnológico dos equipamentos de mensuração e posterior disponibilidade de microcomputadores pessoais e softwares.

Identificar fontes de ruído impulsivo é aspecto fundamental na decisão de quais intervenções serão necessárias para reduzir os níveis sonoros. Em 75% dos estudos, de ambos os grupos, houve discriminação desse tipo de fonte. No Grupo A, foram identificados: alarmes dos aparelhos de suporte vital(17,22,24,27-30,32,34-35); conversação da equipe(19,21-22,24-25,28,30,32,34,37); manuseio de armários, gavetas, lixeiras e portas(24,26-27,30,32); quedas de objetos(24,30); movimentação de móveis e aparelhos(17,22,30); campainhas de telefone(28,30); manuseio de pias(27) e trânsito de profissionais(17). No Grupo B, além dos alarmes dos aparelhos(40-42,44,48,51-52) e da conversação(41,43-44,49-51) , também foram identificadas as atividades da equipe nas proximidades da incubadora(41,50-51); a abertura e fechamento das portinholas(49-50); os contatos voluntários ou involuntários com a cúpula(50) e o manuseio de portas e gavetas(49). Para essas identificações a estratégia mais empregada foi o registro, em instrumentos específicos, dos momentos de emissão do ruído impulsivo e de suas respectivas fontes, com posterior associação aos níveis sonoros medidos(17,24,28,30,32-34,37,40-41,43-44,49-50,52) .

Outro aspecto importante consiste na associação dos níveis de ruído medidos com os dias da semana e períodos do dia, devido às oscilações da rotina assistencial nas UNs. Eventos frequentes que ocorrem em momentos aleatórios como discussões de caso, situações de urgência e admissões também devem ser considerados. Tal associação foi observada, predominantemente, nos estudos do Grupo A, entre níveis medidos e dias da semana ou períodos do dia(16,19-21,23-24,27,30,32-34,37-38) e entre níveis medidos e diferentes eventos(16,19-21,24,32-34,37-38). No Grupo B, apenas dois estudos(50-51) associaram os níveis medidos a dias da semana ou períodos do dia.

A maior dificuldade desta revisão foi aferir o tempo de aquisição do sinal sonoro e avaliar a sua representatividade, exposta com clareza e concretude, em apenas um estudo(27). A variabilidade relacionada aos diferentes períodos do dia, dias da semana e turnos de trabalho precisa ser considerada(19); como, também, a frequência dos diferentes eventos que fazem parte da rotina assistencial das UNs.

Aspectos específicos da mensuração no interior das incubadoras com RN

Devido ao espaço reduzido, o local de colocação do microfone nas incubadoras é questão ainda mais crítica do que no ambiente, e não há nenhuma regulamentação específica. A maior parte dos estudos do Grupo B(39,41-42,44-46,49-50,52-54) informou ter colocado o microfone próximo a um dos ouvidos do recém-nascido sem descrever exatamente a posição. Para evitar interferência da vibração produzida pela incubadora, sugere-se manter o microfone suspenso sem contato com quaisquer superfícies(11,47).

Dois terços dos estudos(39,41-42,44-45,47,49,52-54) consideraram as situações que interferem diretamente nos níveis de ruídos captados no interior das incubadoras - utilização de dispositivos de suporte vital pelo neonato e exposição ao ruído da unidade, através da posição da porta central e das portinholas da incubadora. No entanto, apenas percentual pequeno(40-41,49-50,54) descreveu associação entre o manuseio da incubadora e a ocorrência de picos de ruído no seu interior. Situações como abertura e fechamento das portinholas ou da porta de cuidados intensivos, movimentação da bandeja do colchão e colocação de objetos sobre a cúpula podem provocar ruídos que variam de 78 a 93 dB(10).

Toda e qualquer exposição sonora contínua de baixa frequência, como motor da incubadora, média frequência (vozes humanas), alta frequência (alarmes dos aparelhos, campainhas dos telefones) e, ainda, os ruídos provenientes do manuseio das incubadoras, deve ser considerada durante a mensuração no interior das mesmas, pois representam risco potencial à saúde do RN(2).

Desenho do estudo

O rigor metodológico necessário para garantir a validade interna e externa, assim como a confiabilidade dos resultados obtidos, não foi observado na maioria dos estudos.

A calibração do equipamento, procedimento obrigatório antes da realização das medidas(7,11,13); foi referida em 67% dos estudos do Grupo A e em 56% do grupo B.

O quantitativo de pessoas presentes na unidade, durante a mensuração, foi informado em número reduzido de estudos(24,27,31-34,44,50-51). Esse indicador é considerado importante determinante dos níveis de ruído(30,32,44); devido às atividades desenvolvidas pelas pessoas(30, 43); especificamente a conversação(25,30,32,34,43-44) .

Na maioria dos estudos, não houve preocupação em mascarar o real momento de realização das medidas, o que pode causar viés nos resultados, já que o comportamento das pessoas, em geral, se altera durante a observação.

A informação sobre treinamento/sensibilização das pessoas, antes da mensuração, foi encontrada principalmente nos estudos cujo objetivo consistia em avaliar os níveis de ruído antes e depois de intervenções, para modificar o comportamento da equipe(17,23,26,29,37,43-44).

Verificar como foram amostrados os ruídos e a representatividade dessas amostras foi outra grande dificuldade encontrada nessa revisão. Importante obstáculo consiste no estabelecimento de conceito de representatividade da amostra, já que os níveis de ruído oscilam de acordo com a realidade dinâmica de funcionamento das UNs. Uma possibilidade seria considerar apenas os eventos passíveis de intervenção. Nos estudos analisados, 37% descreveram uma amostra considerada representativa pelo instrumento(16-17,19,23-24,27,30,32-33,36,40-41,44,50-51) . Nos demais, não foi possível saber qual foi o desenho amostral, se esse existiu ou se não foi descrito. Mesmo que o objetivo não seja o de intervir, um aspecto importante para a qualidade do desenho do estudo é a descrição clara do desenho amostral. No tamanho da amostra ressalta-se que quanto maior o tempo de captação e menor o tempo de integração do sinal sonoro maior a possibilidade de que essa seja representativa.

São muitas e de natureza diversa as possíveis fontes de variabilidade de mensuração que seriam objeto de análise de confiabilidade. Destaca-se, em alguns estudos(24,30,32,41,49); a análise de confiabilidade dos registros de campo para identificar fontes de ruído e eventos relacionados. Os pesquisadores foram previamente treinados e os resultados da observação concomitante comparados para avaliar a reprodutibilidade.

Considerações finais

Esta revisão evidenciou grande variabilidade em relação aos métodos empregados para a mensuração dos níveis sonoros no ambiente das UNs e nas incubadoras, com destaque para inconsistências no tamanho e representatividade das amostras, nas configurações dos aparelhos de medida, nos locais de captação do sinal sonoro e na avaliação das circunstâncias que contribuem para os níveis presentes. Mostrou também que, ao longo do tempo, ocorreram avanços e melhorias significativas na qualidade metodológica dos estudos, devido ao aprimoramento das tecnologias disponíveis para a mensuração do ruído e ao trabalho de estudiosos desse campo.

Devido à vulnerabilidade da clientela assistida, o controle do nível do ruído ambiental deve ser uma prática adotada por todas as UNs. Como cada unidade possui características físicas e de funcionamento próprias, a mensuração desse, mesmo sendo tarefa complexa, precisa ser realizada em cada uma delas. Além disso, mais investigações são necessárias para que sejam estabelecidos os níveis sonoros que não coloquem em risco a saúde dos RNs, principalmente dos prematuros. O primeiro passo para conduzir essas investigações é o conhecimento, de forma acurada, dos níveis de ruído presentes, tanto no ambiente das unidades quanto nas incubadoras. As recomendações apontadas na discussão do presente trabalho podem contribuir para a estruturação de novas pesquisas, nas quais a mensuração dos níveis sonoros seja realizada com a maior qualidade possível em relação ao estágio atual do conhecimento nesse campo.

Foi possível observar que a produção nacional de trabalhos na área temática em questão é ainda incipiente, já que a maioria dos estudos foi realizada em outros países. Contudo, é importante ressaltar que, dos sete trabalhos brasileiros analisados, seis foram desenvolvidos com a participação direta de enfermeiros pesquisadores. Tal fato mostra que a enfermagem brasileira, em consonância com as novas abordagens do cuidado neonatal, está preocupada em adequar o ambiente das UNs à permanência dos RNs, particularmente no que se refere aos níveis do ruído sonoro. Este trabalho pode ser importante fonte de consulta para o desenvolvimento dessa tarefa.

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  • Mensuração de ruído sonoro em unidades neonatais e incubadoras com recém-nascidos: revisão sistemática de literatura

    Maria de Fátima Hasek NogueiraI; Karina Chamma Di PieroII; Eloane Gonçalves RamosIII; Márcio Nogueira de SouzaIV; Maria Virgínia P. DutraV
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Mar 2011
    • Data do Fascículo
      Fev 2011

    Histórico

    • Recebido
      08 Mar 2010
    • Aceito
      03 Dez 2010
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