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A pesquisa clínica e algumas estratégias para seu fortalecimento

EDITORIAL

Membro do Conselho Editorial da Revista Latino-Americana de Enfermagem, e Professor Titular da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o desenvolvimento da pesquisa em enfermagem, Brasil, e-mail: ecdcava@usp.br

A pesquisa clinica, entendida como o processo de investigação científica envolvendo seres humanos, possibilita aos investigadores clínicos obter novo conhecimento científico sobre medicamentos, procedimentos ou métodos de abordagens de problemas que afetam a saúde do ser humano. Constitui, portanto um foco de interesse da Enfermagem, dada a finalidade desta disciplina e a abrangência de ações que o profissional desta área pode desempenhar.

Contudo, determinar desenhos adequados aos objetivos da investigação e divulgar seus passos e achados de forma clara, concisa e com seus elementos essenciais tem sido um desafio aos pesquisadores, incluindo-se os da Enfermagem.

Os diferentes desenhos aplicam-se a diferentes propósitos; os ensaios clínicos randomizados, por exemplo, tem sido considerados como os de maior precisão quando se estuda intervenção. Porém, em determinadas situações clínica, éticas ou de infra estrutura, outros estudos, como os observacionais, podem ser mais apropriados(1)

Alguns instrumentos (guias/listas) tem sido disponibilizados como estratégias para conduzir o processo de construção dos projetos de investigação, úteis sobretudo para obtenção de recursos junto a agencias de fomentos, ou mesmo para composição do manuscritos por ocasião de submissão para a sua divulgação.

Dentre as estratégias que orientam a descrição de projetos ou seus relatos, apontam-se a Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT)(2); com 22 itens que norteiam a descrição de ensaios clínicos randomizados; a Strenghthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE)(3); direcionada a informaçoes sobre estudos observacionais como estudo de coorte, caso controle e estudos seccionais; e a Standards for Reporting of Diagnostic Accuracy (STARD)(4); que poderá ser útil nos estudos de diagnósticos de enfermagem.

Tais estratégias, ainda que se apresentem criticas ao seu uso, são uteis na elaboração de projetos e aos novos pesquisadores, à semelhança das diretrizes mais divulgadas na área para estudos de revisão sistemática e metanalise, além de serem recomendadas por alguns editores para elevar a qualidade das publicações em periódicos da área de saúde(3).

Referencias

  • 1. Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. Iniciativa Strobe: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev Saúde Pública. 2010; 44(3):559-65.
  • 2. Moher D, Schulz KF, Altman D, CONSORT Group (Consolidated Standards of Reporting Trials). The CONSORT statement: revised recommendations for improving the quality of reports of parallel-group randomized trials. JAMA. 2001;285(15):1987-91. Comment in: JAMA. 2001;285(15):2006-7. JAMA. 2001;286(13):1577-8.
  • 3. von Elm E, Altman DG, Egger M, Pocock SJ, Gotzsche PC, Vanderbroucke JP, et al. Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE) statement: guidelines for reporting observational studies. BMJ. 2007;335(7624):806-8.
  • 4. Bossuyt PM, Reitsma JB, Bruns DE, Gatsonis CA, Glasziou PP, Irwig LM, et al. Towards complete and accurate reporting of studies of diagnostic accuracy: the START initiative. Standards for Reporting of Diagnostic Accuracy. Clin Chem. 2003;49(1):1-6.
  • A pesquisa clínica e algumas estratégias para seu fortalecimento

    Emilia Campos de Carvalho
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      11 Mar 2011
    • Data do Fascículo
      Fev 2011
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