Resumo
Objetivo:
detectar a incidência de delirium pós-operatório em pacientes críticos internados em uma unidade de terapia intensiva cirúrgica e avaliar os fatores predisponentes e precipitantes associados ao delirium pós-operatório em pacientes críticos internados em uma unidade de terapia intensiva cirúrgica.
Método:
trata-se de um estudo de coorte prospectivo com 157 pacientes críticos cirúrgicos. Utilizou-se teste Exato de Fisher e qui-quadrado para a associação entre os fatores e ocorrência de delirium, teste de Wilcoxon para as variáveis numéricas e o modelo de Regressão Logística para a análise dos fatores predisponentes e precipitantes.
Resultados:
a incidência de delirium foi 28% (n=44). O fator idade apresentou-se predisponente significativo (p=0,001), seguido do tempo de cirurgia (p<0,001), a transfusão sanguínea (p=0,043), a administração de cristaloides (p=0,008) e anti-inflamatórios (p=0,037), estes foram os fatores precipitantes identificados. Obteve-se como melhor modelo ajustado: idade, tempo de cirurgia, a não administração de antieméticos, o uso de sufentanil e a transfusão sanguínea.
Conclusão:
o delirium consiste em acometimento frequente para adultos críticos cirúrgicos e a existência de fatores precipitantes e predisponentes tornam-se relevantes para o desfecho, tendo-se o procedimento anestésico-cirúrgico como evento catalisador.
Descritores:
Delirium; Delírio do Despertar; Enfermagem em Neurociência; Cuidados Pós-Operatórios; Medidas de Associação, Exposição, Risco ou Desfecho; Cuidados Críticos
Destaques:
(1) Elucida fatores precipitantes considerados insólitos na literatura.
(2) Corrobora a hipótese relacional de neurotransmissores para ocorrência de delirium.
(3) Desenvolve um modelo ajustado para identificação precoce de indivíduos suscetíveis.
(4) Evidencia que o uso de opioide (sufentanil) acarreta maior impacto para o delirium.
(5) Agrega complementaridade ao diagnóstico de Enfermagem denominado confusão aguda.