Resumo
Objetivo:
analisar narrativas de enfermeiros sobre o cuidado à saúde de adolescentes gays.
Método:
estudo qualitativo, ancorado na Análise Temática de Clarke e Braun, adotando como referencial teórico o Interacionismo Simbólico, uma vez que ele favorece a apreensão da relação de comportamentos, interações e significados sociais. Foram entrevistados remotamente 12 enfermeiros, recrutados a partir da técnica de bola de neve, por meio da plataforma de vídeo Google Meet ® .
Resultados:
ao longo do processo compreensivo-interpretativo, foram elaborados quatro temas: “Adolescente gay, pautas e relação com a saúde”; “A família do adolescente gay e o cuidado”; “Relação com adolescente gay no cuidado” e “Limites para o cuidar de enfermagem ao adolescente gay”.
Conclusão:
as narrativas denunciam estigmas e símbolos derivados da cisheteronormatividade como intervenientes da relação e indicam premência de apostas no encontro intersubjetivo com os adolescentes gays e seus familiares em relação horizontal, afetiva e empática, com chances de favorecer defesa pública do direito à saúde. Há apontamentos para a atitude dos enfermeiros e qualificação do cuidado a essa população.
Descritores:
Atenção à Saúde; Adolescente; Minorias Sexuais e de Gênero; Enfermeiras e Enfermeiros; Interacionismo Simbólico; Cuidados de Enfermagem
Destaques:
(1) Tendência à objetivação “dessubjetivadora” nas práticas de saúde. (2) A hegemonia da lógica cis-heteronormativa como limitação para o cuidado. (3) Sexo e infecções sexualmente transmissíveis (IST) como estigmas para adolescentes gays. (4) Família e cuidado à saúde de adolescentes gays: favorecimentos e obstáculos. (5) Limites e potências da enfermagem para a equidade no cuidado dos adolescentes gays.