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Enfermeiros diante do cuidado à saúde de adolescentes gays * * Este artigo refere-se à chamada temática “Saúde dos adolescentes e o papel do enfermeiro”. Editado pela Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Ribeirão Preto, SP, Brasil. A publicação deste suplemento foi apoiada pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS). Os artigos passaram pelo processo padrão de revisão por pares da revista para suplementos. As opiniões expressas neste suplemento são exclusivas dos autores e não representam as opiniões da OPAS/OMS. O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Código de Financiamento 001, Processo 88887.497730/2020-00, Brasil. Artigo extraído da dissertação de mestrado “Narrativas de enfermeiros sobre o cuidado à saúde de adolescentes gays”, apresentada à Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil.

Resumo

Objetivo:

analisar narrativas de enfermeiros sobre o cuidado à saúde de adolescentes gays.

Método:

estudo qualitativo, ancorado na Análise Temática de Clarke e Braun, adotando como referencial teórico o Interacionismo Simbólico, uma vez que ele favorece a apreensão da relação de comportamentos, interações e significados sociais. Foram entrevistados remotamente 12 enfermeiros, recrutados a partir da técnica de bola de neve, por meio da plataforma de vídeo Google Meet ® .

Resultados:

ao longo do processo compreensivo-interpretativo, foram elaborados quatro temas: “Adolescente gay, pautas e relação com a saúde”; “A família do adolescente gay e o cuidado”; “Relação com adolescente gay no cuidado” e “Limites para o cuidar de enfermagem ao adolescente gay”.

Conclusão:

as narrativas denunciam estigmas e símbolos derivados da cisheteronormatividade como intervenientes da relação e indicam premência de apostas no encontro intersubjetivo com os adolescentes gays e seus familiares em relação horizontal, afetiva e empática, com chances de favorecer defesa pública do direito à saúde. Há apontamentos para a atitude dos enfermeiros e qualificação do cuidado a essa população.

Descritores:
Atenção à Saúde; Adolescente; Minorias Sexuais e de Gênero; Enfermeiras e Enfermeiros; Interacionismo Simbólico; Cuidados de Enfermagem

Destaques:

(1) Tendência à objetivação “dessubjetivadora” nas práticas de saúde. (2) A hegemonia da lógica cis-heteronormativa como limitação para o cuidado. (3) Sexo e infecções sexualmente transmissíveis (IST) como estigmas para adolescentes gays. (4) Família e cuidado à saúde de adolescentes gays: favorecimentos e obstáculos. (5) Limites e potências da enfermagem para a equidade no cuidado dos adolescentes gays.

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