Open-access Psicopatologia Fundamental: de una cierta transmision

A psicopatologia fundamental, configurada a partir do trabalho universitário e teórico de Pierre Fédida, constitui-se como ponto de encontro de diferentes disciplinas relacionadas com o sofrimento humano, e suscita interrogantes metodológicos, entre outros, como estabelecer um diálogo que articule distintos recortes teóricos, e de que forma tratar as diferenças relativas. O tema das diferenças está presente tanto pelo lado dos métodos de investigação e de intercâmbio, como pelo da concepção de uma estrutura institucional que acolha essas diferenças.

A psicanálise pode contribuir com estes temas, à medida que se vê confrontada com uma dupla alteridade: tópica – a relação consciência/inconsciente – e intersubjetiva, já que é condição do dispositivo analítico poder acolher a subjetividade do outro enquanto radicalmente outro.

Existe uma homologia estrutural entre os níveis intrapsíquico, intersubjetivo, interteórico e interdisciplinar no que faz uma epistemologia da alteridade.

O saber em psicanálise escapa a toda tentativa de institucionalização, pois é próprio da alteridade de seu objeto resistir e deixar sempre um resto. De maneira similar, a psicopatologia fundamental tampouco se adequa a uma institucionalização do saber. É um espaço vazio – khôra – que acolhe movimentos metafóricos inerentes à produção de saber, e ao não-saber, que de forma complementar o acompanha.

O “nome-do-pai” opera, assim, não como fidelidade a uma letra, mas como habilitação à criação e suporte do figurável a vir, a partir do ato fundacional de khôra.

Psicopatologia fundamental; pathos; alteridade; epistemologia


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