O autor considera neste trabalho as práticas de cura baseadas em cultos animistas bastante difundidos no Brasil. Esses cultos têm como princípio a conversão de seus líderes espirituais após serem curados por suposta intervenção de espíritos tutelares do culto. Estes líderes são, eles mesmos, exemplos do poder dos espíritos em sua comunidade e mediadores entre os membros e os espíritos. O autor considera que estes cultos de cura e conversão têm como base o fenômeno do transe e possessão, o qual, sendo controlado, tem propriedades dessensibilizantes, devolve o autocontrole e libera as forças criativas do indivíduo. Amplia ainda este conceito, considerando tal prática como a base de uma transeterapia inserida na cultura popular.
Transe e possessão; cultura popular; psicoterapia