Este artigo aborda um conjunto de trabalhos realizados por Ginsberg sobre as relações étnico-raciais no Brasil. Procuro demonstrar que o processo de inflexão da visão de Ginsberg centrado inicialmente em investigações de natureza comportamental passa gradativamente a mobilizar argumentos socioantropológicos para o entendimento das assimetrias raciais. Argumento que tal mudança decorreu sobretudo da influência dos estudos do psicólogo social e antropólogo Otto Klineberg, da Universidade de Columbia, ex-orientando de Franz Boas, professor do Departamento de Psicologia da USP entre 1945 e 1947, e severo crítico dos testes de inteligência e do valor heurístico do conceito de raça.
Aniela Ginsberg; raça; racismo; testes de inteligência; atitudes raciais; Unesco