A detecção mais precoce possível do autismo infantil condiciona em grande parte a qualidade do prognóstico, sobretudo o prognóstico cognitivo. Essa detecção precoce coloca, no entanto, uma série de questões clínicas, teóricas e éticas extremamente importantes. O autismo infantil não pode ser reduzido a um déficit neurodesenvolvimental, e é preciso concebê-lo, de preferência, como o fruto de um processo autistisante progressivo e de origem multifatorial. Os sinais que permitem a detecção durante o segundo ano de vida são atualmente bem definidos, principalmente com a constituição do CHAT (Check list for autistic todlers). Durante o primeiro ano de vida são descritas atualmente perturbações interativas precoces, mas talvez seja necessário sobretudo detectar as crianças que necessitam de cuidados, sem confiná-las dentro de uma predição autística que incorre no risco de fixar as coisas, privando o futuro de uma abertura evolutiva ainda possível. A questão do estudo dos filmes familiares foi recentemente retomada de maneira renovada e muito fecunda.
Autismo; detecção precoce; processo autistisante; prevenção