O artigo tem por objetivo propor algumas questões sobre as resistências de psicanalistas sobre as novas configurações do gênero (e dos corpos) no contemporâneo. Indica também a persistência do desejo do psicanalista como o que permite a reformulação da doxa analítica considerando tais modificações como resultantes de um alargamento do universo simbólico — o que acarreta grandes consequências na efetividade da escuta clínica. Para tanto, reafirmamos a ética do desejo diante do real enquanto irrepresentável e da aposta na escrita ante à impossibilidade da relação sexual. Por fim, a partir de uma breve apreciação do filme Tudo sobre minha mãe (1999) do cineasta espanhol Pedro Almodóvar defenderemos a necessidade que se impõe a nosso campo de um tempo para compreender a mudança em curso, a fim de que possamos chegar a conclusões sensíveis às novas possibilidades de arranjo que se apresentam na clínica.
Palavras-chave:
Clínica psicanalítica; desejo; gênero; escrita