Trata-se de uma investigação sobre epistemologia psicanalítica, tendo como marco de referência teórica o pensamento contemporâneo francês.
A tese principal é a alteridade ontológica do inconsciente, que se estende para a teoria por meio de uma lógica que denominamos paradoxal e do negativo. Esta lógica paradoxal permite apreender os opostos constituintes da alteridade, como complementários e não excludentes: conservam sua especificidade, porém também têm passagem e transformação de um em outro.
Esta passagem na transformação coloca um limite ao saber: este não pode ser total. Nesse contexto, definimos o negativo como aquilo que faz limite ao saber, seja porque ao nível do inconsciente deparamo-nos com o enigma, o umbigo ou, ao nível da teoria, porque uma noção, um sentido, torna-se outro.
Consideramos que esta abordagem integrativa da alteridade pode dispor de elementos de análise úteis para o relacionamento da teoria com a clínica, o relacionamento interteórico, o interdisciplinar e, finalmente, para a própria metodologia da investigação.
Epistemologia psicanalítica; paradoxo; negativo; psicopatologia fundamental