RESUMO
Objetivo
Verificar a influência do consumo de alimentos ultraprocessados em índices antropométricos e de aterogenicidade.
Métodos
Estudo transversal com 327 adolescentes na faixa etária de 14 a 19 anos. Avaliaram-se dados sociodemográficos, antropométricos, bioquímicos e de consumo alimentar. As razões dos índices de aterogenicidade foram calculadas por meio do Índice de Castelli I (Colesterol Total/Lipoproteína de Alta Densidade), Índice de Castelli II (Lipoproteína de Baixa Densidade/Lipoproteína de Alta Densidade) e da estimativa do tamanho da partícula de Lipoproteína de Baixa Densidade (Índice Aterogênico do Plasma=Triglicerídeos/Lipoproteína de Alta Densidade). A regressão logística foi utilizada para a análise bruta e ajustada entre consumo de alimentos ultraprocessados, indicadores antropométricos e índice de aterogenicidade. O nível de significância foi de 5%.
Resultados
A maioria dos adolescentes que participaram do estudo era do sexo feminino (59,3%). As meninas apresentaram maior consumo de alimentos ultraprocessados (26,6% vs. 20,5%). Do total de participantes, 16,5% estavam com excesso de peso e 65,7% eram de escolas públicas. Adolescentes com valores alterados para o Índice Castelli I e II e para o Índice Aterogênico do Plasma apresentaram valores de peso, Circunferência da Cintura, Circunferência da Cintura/Altura e Índice de Massa Corporal/Idade significantemente superiores. A análise ajustada identificou associação significante (Razão de possibilidades=2,29; Intervalo de confiança 95%:1,23-4,28) entre o elevado consumo de alimentos ultraprocessados e o índice de Castelli II.
Conclusão
As associações entre os índices aterogênicos com os índices antropométricos e com o consumo de alimentos ultraprocessados ressaltam a influência negativa desses alimentos na saúde cardiovascular de adolescentes.
Palavras-chave:
Adolescência; Risco cardiovascular; Consumo alimentar; Alimentos industrializados