OBJETIVO:
Comparar as porções declaradas nos rótulos de alimentos industrializados com as porções de referência da legislação de rotulagem nutricional e do "Guia Alimentar para a População Brasileira".
MÉTODOS:
Estudo transversal que analisou os rótulos de 2072 alimentos industrializados em um supermercado de Florianópolis, Santa Catarina. Os alimentos foram classificados de acordo com a legislação brasileira de rotulagem nutricional. Foram calculados valores de tendência central e de variabilidade para porção e valor energético declarados nos rótulos, além da razão entre o valor energético declarado e de referência. Teste de Correlação de Spearman foi realizado entre porção e densidade energética de referência e entre porção de referência e densidade energética de cada alimento analisado.
RESULTADOS:
A rotulagem nutricional e o Guia Alimentar apresentaram porções de referência com tamanhos e valores energéticos diferentes. As porções declaradas nos rótulos não seguiram nenhuma das referências e apresentaram valores heterogêneos, com amplitude máxima de 55-420 g entre pratos preparados prontos e semiprontos. Os valores energéticos declarados foram de 0,1 vez menor a 2,4 vezes maiores do que os valores de referência. As porções de referência da rotulagem apresentaram correlação inversa alta com a densidade energética de referência (Coeficiente de Spearman=-0,9), e muito baixa com a densidade energética dos alimentos analisados (Coeficiente de Spearman=-0,2).
CONCLUSÃO:
Evidenciou-se a necessidade de padronização das informações sobre porção de referência para a população brasileira, assim como de fiscalização e revisão da legislação de rotulagem nutricional a fim de uniformizar as porções declaradas nos rótulos e atualizar a densidade energética de referência usada para o cálculo das porções.
Educação alimentar nutricional; Rotulagem de alimentos; Alimentos industrializados; Política nutricional; Informação nutricional