O fígado é um órgão estratégico no metabolismo de macro e de micronutrientes e, portanto, é de esperar que o comprometimento de sua função seja acompanhado de alterações no estado nutricional de vitamina A. O objetivo deste artigo é revisar na literatura evidências científicas sobre o metabolismo hepático da vitamina A, o efeito das interações entre a vitamina A e o etanol sobre a morfologia hepática, além das alterações do metabolismo dessa vitamina na doença hepática alcoólica. Os dados foram selecionados na base de dados Medline no período de 1979 a 2005. O fígado é o principal órgão responsável pelo armazenamento, metabolismo e distribuição da vitamina A para os tecidos periféricos. Esse órgão utiliza retinol para seu funcionamento normal como proliferação e diferenciação celular. Dessa forma, a deficiência dessa vitamina parece alterar a morfologia hepática. Baixos níveis de retinol hepático têm sido encontrados em todos os estágios da doença hepática alcoólica. A deficiência de vitamina A na doença hepática alcoólica pode resultar da diminuição da sua ingestão ou absorção, na redução da síntese de ácido retinóico ou na diminuição da sua degradação. A ingestão crônica de álcool resulta em níveis reduzidos de ácido retinóico, o que favorece a formação de tumor hepático. Logo, em etilistas crônicos o estado nutricional de vitamina A deve ser monitorado, para evitar sua deficiência e seus sintomas clínicos, embora a suplementação deva ser feita com cautela, pois doses comumente usadas podem ser tóxicas para aqueles que consomem etanol.
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