Objetivo:
Estimar a prevalência de comportamentos de risco para doenças não transmissíveis e analisar seus fatores associados em adolescentes.
Métodos:
Estudo transversal de base escolar realizado em 2008 com 1.139 estudantes do ensino médio, entre 14 e 19 anos de idade, de escolas públicas e privadas de Cuiabá, Mato Grosso. Aplicou-se questionário autoadministrado, incluindo Questionário de Frequência Alimentar. Avaliou-se a prevalência de tabagismo, experimentação de álcool, inatividade física, padrão de refeições e ingestão excessiva de gordura saturada e sódio. Foram analisadas as associações entre os comportamentos de risco e variáveis socioeconômicas, status de peso e autopercepção do estado de saúde.
Resultados:
Os comportamentos de risco mais comuns foram: ingestão excessiva de sódio (88%), padrão de refeições insatisfatório (72%), consumo excessivo de gordura saturada (39%) e experimentação de álcool (39%). Quatro em cada 10 adolescentes foram expostos a dois comportamentos de risco simultaneamente. Entre os meninos, os principais fatores associados aos comportamentos de risco foram: tipo de escola, turno de aula, escolaridade do chefe da família, status de peso e autopercepção do estado de saúde. Entre as meninas, a idade, o tipo de escola, o turno de estudo e a escolaridade do chefe da família foram os principais fatores associados aos comportamentos de risco.
Conclusão:
A prevalência de exposição a comportamentos de risco para doenças não transmissíveis foi elevada, destacando a presença simultânea de tabagismo e experimentação de bebidas alcoólicas. Deve ser dada especial atenção às atividades educativas, visando minimizar os efeitos da ocorrência simultânea de múltiplos comportamentos de risco.
Adolescentes; Comportamentos do adolescente; Estilo de vida; Assunção de riscos; Classe social