Na queimadura, os radicais livres são produzidos durante a reposição de fluídos, alterando numerosos componentes, como os ácidos nucléicos, os lipídios e as proteínas. Sendo assim, se, por um lado, essa restauração do fluxo sanguíneo é, em geral, necessária para recuperar a função celular normal, por outro lado a reintrodução do sangue oxigenado nos tecidos isquêmicos contribui para uma produção excessiva de radicais livres derivados do oxigênio, exacerbando a lesão mediada pela isquemia. O papel dos neutrófilos ativados na célula após a queimadura também tem recebido atenção especial. A partir do sistema NADPH oxidase os neutrófilos aderidos podem produzir uma explosão de radical superóxido, produzindo um dano tecidual importante. A queimadura, além de aumentar a produção de radicais livres, também é capaz de impedir os mecanismos de defesa antioxidante, submetendo o paciente queimado ao estresse oxidativo, o qual se constitui em fator perpetuante da resposta inflamatória sistêmica, levando à piora progressiva do estado metabólico. Com esses dados, objetiva-se revisar os principais estudos com a suplementação de antioxidantes em pacientes críticos, com ênfase em pacientes queimados, e descrever os possíveis benefícios dessa intervenção.
antioxidantes; estresse oxidativo; queimaduras; radicais livres