RESUMO
Objetivo
Avaliar a insegurança alimentar e nutricional de famílias brasileiras segundo indicadores de consumo alimentar e estado nutricional, por localização e situação dos domicílios investigados pela Pesquisa de Orçamento Familiar 2008/2009.
Métodos
Foram utilizados, como indicadores de insegurança alimentar e nutricional, o consumo inadequado de macronutrientes e distrofias nutricionais (baixo peso, baixa estatura ou excesso de peso) em pelo menos um membro da família, conforme localização e situação geográfica dos domicílios. Calculou-se a prevalência de insegurança alimentar e nutricional e seus intervalos de confiança.
Resultados
Foram avaliados 13.569 domicílios pelo consumo alimentar, sendo que 67,55%, 43,96% e 6,85% apresentaram inadequação para lipídios, carboidratos e proteínas, respectivamente. Entre os 53.640 domicílios avaliados pelo estado nutricional, 15,10%, 35,15% e 45,50% apresentam, respectivamente, pelo menos um morador com baixo peso, baixa estatura ou excesso de peso. O Nordeste apresentou prevalências estatisticamente maiores do que as demais macrorregiões para as inadequações de lipídios (24,88%) e de carboidratos (15,32%), bem como para presença de baixo peso (6,15%), excesso de peso (14,77%) e baixa estatura (15,17%), em pelo menos um dos moradores do domicílio.
Conclusão
Avaliar a vertente nutricional da insegurança alimentar permite maior compreensão das dimensões dessa situação por considerar os reflexos do acesso e disponibilidade de alimentos, bem como a utilização biológica e estabilidade, a partir dos indicadores de consumo alimentar inadequado e presença de distrofia nutricional. Os resultados encontrados reforçam a necessidade de incluir indicadores nutricionais na avaliação da segurança alimentar.
Palavras-chave
Ingestão de alimentos; Segurança alimentar; Família e domicílio; Estado nutricional