OBJETIVO:
Verificar a associação entre o consumo de ferro dietético e a ocorrência da anemia ferropriva em famílias de trabalhadores rurais do município de Gameleira, Pernambuco.
MÉTODOS:
A população foi composta por 46 famílias de trabalhadores de cana-de-açúcar, totalizando 225 indivíduos. Para cada indivíduo, foram realizados três inquéritos alimentares pelo método de registro alimentar por pesagem direta dos alimentos e dosagem de hemoglobina por meio do equipamento Hemocue. Utilizou-se o método da adequação aparente para avaliar a ingestão de ferro, e o teste t pareado na comparação entre grupos de indivíduos. Para estimar associações entre variáveis dietéticas e anemia, foi utilizado o teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS:
A prevalência de anemia foi elevada em todas as faixas etárias, sendo maior (67,6%) no grupo de crianças com menos de 5 anos de idade, com média de hemoglobina de 10,37 g/dL (±1,30 g/dL). Na análise da adequação aparente, as crianças menores de 5 anos apresentaram baixo percentual de adequação (53,1%). A maioria delas apresentou um percentual elevado de dieta com baixa biodisponibilidade de ferro (47,5%). As associações entre a ocorrência de anemia e as variáveis dietéticas mostraram-se estatisticamente significantes para ferro total (heme e não heme), suas biodisponibilidades e consumo de carnes em geral.
CONCLUSÃO:
A inadequação do consumo de ferro dietético e dos fatores facilitadores da sua absorção pode ser considerada determinante para a ocorrência da anemia ferropriva. As famílias vivenciam insegurança alimentar intrafamiliar, com discriminação do consumo de alimentos fontes de ferro entre seus membros.
Anemia ferropriva; Família; Consumo de alimentos; Deficiência de ferro; Ferro na dieta