RESUMO
Objetivo
Na literatura, quase não existem dados sobre a relação entre os problemas nutricionais de crianças autistas e as características demográficas e nutricionais de suas mães. Portanto, este estudo teve como objetivo avaliar se havia relação entre características maternas e problemas nutricionais em crianças autistas.
Métodos
Este estudo foi realizado com a participação de 58 crianças autistas (6-19 anos) e suas mães. Os dados descritivos foram obtidos em questionário geral. Para a avaliação do estado nutricional das crianças, medidas antropométricas e rec24h foram utilizados. Além disso, os questionários Brief Autism Mealtime Behavior Inventory e ORTO-15 foram utilizados para avaliar o comportamento alimentar das crianças e a tendência à ortorexia das mães, respectivamente.
Resultados
Não foi encontrada correlação significativa entre os escores do Brief Autism Mealtime Behavior Inventory nos filhos de mães com alta e baixa tendência à ortorexia. Também não houve diferenças estatisticamente significativas entre os filhos de mães com nível educacional alto e baixo em termos de pontuação no Brief Autism Mealtime Behavior Inventory. Somente a ingestão alimentar de vitamina B6 foi significativamente maior nos filhos de mães com alto nível educacional. A idade materna foi associada à ingestão energética e proteica, diferentemente da tendência à ortorexia materna, não associada ao estado nutricional e ao comportamento das refeições. A experiência de dor abdominal no último mês foi significativamente maior nos filhos de mães que trabalham do que nos filhos de mães que não trabalham.
Conclusão
Acredita-se que as características maternas não influenciam o comportamento alimentar das crianças e também que a idade e o estado educacional da mãe têm um efeito muito limitado no estado nutricional das crianças.
Palavras-chave
Autismo; Nível educacional materno; Nutrição materna; Hora das refeições