Objetivo:
Caracterizar o estado nutricional de estudantes quilombolas e a segurança alimentar nos seus domicílios.
Métodos:
Estudo transversal com estudantes na faixa etária de 6 a 19 anos, de comunidades quilombolas de 12 municípios goianos, categorizados quanto à idade; ao sexo; à localização da escola em que estavam matriculados, e ao estado nutricional, classificado segundo os critérios do World Health Organization para os parâmetros estatura para idade e índice de massa corporal para idade. Por meio da Escala Brasileira de Medida de Insegurança Alimentar, foi estudada a (in)segurança alimentar das famílias dos respectivos alunos. Realizaram-se análises descritivas e de associação utilizando-se o Qui-quadrado com significância estatística quando p-valor<0,05.
Resultados:
Em amostra de 226 estudantes, observou-se maior frequência de excesso de peso (17,2%) em comparação à desnutrição (1,3%), com maior ocorrência entre os alunos matriculados nas escolas da zona urbana (28,2%) (p<0,05). A insegurança alimentar esteve presente em 75,2% das famílias quilombolas, sendo a insegurança alimentar leve a mais frequente.
Conclusão:
A aparente contradição da ocorrência simultânea de excesso de peso e insegurança alimentar aponta para a necessidade de que sejam revistos os instrumentos de estudo, bem como a rede de causalidade que identifica a pobreza e o excesso de peso.
Grupo com ancestrais do continente africano; Segurança alimentar e nutricional; Estado nutricional; Alimentação escolar