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Variantes genéticas associadas aos níveis de glicose em jejum na população brasileira: uma revisão de estudos de polimorfismos identificados em europeus

RESUMO

Objetivo

A glicose em jejum alterada é um fator de risco bem conhecido para o diabetes, mas também tem sido associada a outras doenças, como as cardiovasculares e o mal de Alzheimer. Ainda não se sabe se essas associações são causais. Os estudos observacionais são afetados por fatores de confusão e causalidade reversa e, portanto, não são ideais para estabelecer relações causais. Pelo contrário, os métodos geneticamente informados, como a randomização mendeliana, são menos suscetíveis a esses vieses. A randomização mendeliana usa variantes genéticas como proxies (ou variáveis instrumentais) de exposições modificáveis, testando sua associação com desfechos de interesse. Entretanto, como a maioria dos proxies genéticos foi descrita em populações europeias, a aplicação da randomização mendeliana na população brasileira requer a identificação de instrumentos localmente relevantes. Foi investigado as variantes genéticas associadas à glicemia de jejum que foram descobertas em estudos de associação genômica ampla estudos de associação genômica em europeus e foram examinadas no Brasil. O objetivo do estudo foi definir se essas variantes eram proxies para a glicemia de jejum também no Brasil.

Métodos

Realizamos uma pesquisa exaustiva da literatura cientifica usando bases de dados de artigos publicados e uma coleção de teses e dissertações brasileiras.

Resultados

Examinamos 38 artigos e 27 dissertações/teses, publicados entre 1997 e 2022, envolvendo 21.888 participantes. Encontramos poucos artigos sobre a glicemia de jejum, em comparação com os numerosos trabalhos sobre a associação das variantes genéticas selecionadas com o diabetes. Os genes GCK e TCF7L2 prevaleceram nas análises, embora os estudos sobre o GCK estivessem relacionados principalmente ao diabetes MODY (Maturity-Onset Diabetes of the Young), e não a diabetes crônica multifatorial.

Conclusão

São necessários estudos adicionais e uma melhor documentação dos resultados para identificar os preditores genéticos dos níveis de glicose em jejum (e possivelmente outros fatores de risco) no Brasil.

Palavras-chave:
Brasil; Diabetes Mellitus; Estudos de associação genômica ampla; Randomização mendeliana; Polimorfismos de nucleotídeo único

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