RESUMO
Objetivo
Caracterizar o consumo de adoçantes não nutritivos e verificar a associação entre a ingestão desses aditivos e a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica em adultos e idosos de uma capital brasileira.
Métodos
Estudo transversal de base populacional e domiciliar realizado com 489 indivíduos com 20 anos ou mais residentes em Teresina, Piauí, Brasil. Foi utilizada amostragem probabilística complexa por conglomerados. Dados sociodemográficos, econômicos, de estilo de vida e de diagnóstico de doenças, como Hipertensão Arterial Sistêmica, foram autorrelatados. Foram aferidos o peso, a altura, a circunferência da cintura e a pressão arterial. O consumo alimentar e de adoçantes não nutritivos foram avaliados por meio de recordatório alimentar de 24 horas. A associação entre o consumo de adoçantes não nutritivos e a prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica foi verificada por meio da regressão de Poisson.
Resultados
Os tipos de adoçantes não nutritivos mais comumente consumidos foram o ciclamato e a sacarina, e a principal fonte de consumo foram os adoçantes de mesa. O consumo de adoçantes não nutritivos foi bem inferior à Ingestão Diária Aceitável. A pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica foram mais elevadas em mulheres e homens que consumiam adoçantes não nutritivos (p=0,04), respectivamente. Os indivíduos que consumiam adoçantes não nutritivos apresentaram 36% maior prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica em comparação aos não consumidores (p=0,04), após ajustes. As mulheres consumidoras de adoçantes não nutritivos apresentaram uma prevalência 31% maior de Hipertensão Arterial Sistêmica (p=0,04).
Conclusão
O consumo de adoçantes não nutritivos foi positivamente associado à prevalência de Hipertensão Arterial Sistêmica. Portanto, é importante dar continuidade aos estudos que investigam as possíveis consequências do consumo dessas substâncias para a saúde.
Palavras-chave
Pressão arterial; Hipertensão; Adoçantes não calóricos; Sacarina; Stevia