Resumo
Objetivo
Analisar a ocorrência e os fatores associados à insegurança alimentar e ao excesso de peso entre trabalhadores dos restaurantes populares de uma metrópole brasileira.
Métodos
Amostra foi composta por 180 indivíduos e representou 76.0% dos trabalhadores de restaurantes populares de Belo Horizonte. A insegurança alimentar foi identificada pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar e o excesso de peso pelo índice de massa corporal. A coleta de dados incluiu dados sociodemográficos, ocupacionais e de percepção de saúde e qualidade de vida. Modelos de regressão logística foram aplicados para identificar a associação.
Resultados
As prevalências de insegurança alimentar e do excesso de peso foram de 24.0% e 66,7%, respectivamente. As chances de se identificar insegurança alimentar foram 2,34 vezes maiores entre trabalhadores que consideraram sua qualidade de vida regular/ruim/muito ruim e 62.0% e 74.0% menores entre os trabalhadores do 2º e 3º tercil da renda per capita, respectivamente. Já indivíduos ≥40 anos (OR=2,69, Intervalo de Confiança 95%:1,33-5,43) e os manipuladores de alimentos (OR=3,62, Intervalo de Confiança 95%:1,68-7,81) tiveram mais chances de apresentar excesso de peso. Contudo, os trabalhadorescom maior renda per capita (3º tercil) tiveram menores chance de ter excesso de peso (OR=0,40, Intervalo de Confiança 95%:0,17-0,96).
Conclusão
Evidenciou-se elevada prevalência de excesso de peso entre os trabalhadores de restaurantes populares, que foi associada à idade, renda e cargo. Já a insegurança alimentar foi associada à renda e qualidade de vida. Ainda que estes trabalhadores estejam inseridos em um programa de promoção da segurança alimentar e nutricional, verificou-se a necessidade de recomendar a realização de ações direcionadas para a promoção da alimentação saudável.
Palavras-chave
Alimentação coletiva; Segurança alimentar; Saúde do Trabalhador; Sobrepeso