O tabaco e o álcool são os principais fatores etiológicos extrínsecos associados à gênese do carcinoma bucal de células escamosas (CCE), mas não está claro se estes fatores interferem nas características clínico-patológicas, moleculares ou no prognóstico da doença. No presente estudo, essas características foram revisadas, estabelecendo-se comparações entre as lesões de pacientes usuários ou não de tabaco e álcool. Observou-se que carcinomas bucais de não fumantes e não etilistas ocorrem, preferencialmente, em pacientes do sexo feminino, em faixa etária inferior a 50 ou superior 70 anos. Neste grupo de indivíduos, as lesões tendem a ser menos agressivas e apresentam melhor prognóstico. O tabagismo e o etilismo também parecem influenciar as características moleculares do carcinoma bucal, uma vez que mutações da proteína p53 nas lesões têm sido associadas a esses fatores de risco. A compreensão das diferenças entre os CCE bucais desses dois grupos de pacientes pode contribuir para uma melhor abordagem e avanços no desenvolvimento de medidas terapêuticas mais adequadas frente a esta neoplasia.
Câncer bucal; fatores de risco; prognóstico