Resumo
O Brasil é signatário da Estratégia Global para Conservação de Plantas (GSPC), que fornece diretrizes e orientações para políticas públicas nacionais já existentes. Esta estratégia visa frear a perda contínua da diversidade de plantas por meio da implementação de 16 metas baseadas em resultados estabelecidas para 2020. Segundo uma dessas metas (meta 7), 75% das espécies de plantas ameaçadas conhecidas até então devem ser preservadas in situ. Aqui, avaliamos a eficiência da atual rede brasileira de unidades de conservação (UCs) e terras indígenas (TIs) em representar todas espécies de plantas ameaçadas. Descobrimos que o número de espécies presentes em UCs e TIs depende do tipo de dado utilizado. Ao utilizar registros de ocorrência, descobrimos que 699 (33%) espécies ameaçadas de plantas encontram-se completamente fora dessas áreas, e que 1.405 espécies (67%) possuem pelo menos um registro dentro de pelo menos uma UC ou TI O número de espécies não representadas diminiuiu quando consideramos polígonos de distribuição de espécies. Neste caso, apenas 219 (10%) das espécies encontram-se supostamente desprotegidas. Embora o Brasil esteja alcançando a meta 7 da GSPC em números absolutos, o governo ainda precisa alocar recursos para manejar de forma adequada e melhorar o estado de conservação de sua flora ameaçada e para epansão a rede de UCs.
Palavras-chave:
Metas de Aichi; políticas públicas para conservação; análise de lacunas; GSPC; lacuna conhecimento-implementação