Resumo
As florestas apresentam um enriquecimento gradual de espécies e um aumento em complexidade estrutural e funcional durante a sucessão. Este trabalho caracterizou os traços reprodutivos de plantas relacionados à polinização e à dispersão em um gradiente sucessional, em uma área de Mata Atlântica, Sul do Brasil. O levantamento das espécies foi realizado em áreas florestais sucessionais oriundas de regeneração natural, em idades variando entre 2 e 80 anos após o abandono da pastagem. Houve predominância de flores polinizadas por abelhas, abertas, hermafroditas e que disponibilizam o pólen como em todos estádios sucessionais. Os sistemas de polinização abiótico e misto, sistema sexual dióico, espécies com dispersão abiótica, com muitas sementes e sementes pequenas diminuíram com a idade das florestas. Espécies polinizadas por abelhas, flores com corola funil/sino, como de corola pequena e andróginas assim como espécies dispersas bioticamente e com sementes grandes aumentaram no gradiente sucessional. A riqueza funcional e a dispersão funcional aumentaram no gradiente sucessional. As mudanças da diversidade funcional foram relacionadas com o aumento da riqueza de espécies indicando que o enriquecimento de espécies em florestas mais velhas adicionou novos conjuntos de traços reprodutivos. Estas mudanças de distribuição de traços e de diversidade funcional no gradiente sucessional sugerem um incremento do papel de interações bióticas na estruturação de assembleias de plantas de florestas tropicais secundárias.
Palavras-chave: dispersão; dispersão funcional; polinização; regeneração natural; riqueza funcional