Resumo
As estratégias globais no âmbito da CDB são importantes para orientar políticas e recursos para a conservação da diversidade biológica. Este artigo enfatizou a necessidade de desenvolver ações no âmbito da Estratégia Global para a Conservação de Plantas (GSPC) com resultados mensuráveis até 2020, no que se refere ao status e as perspectivas relacionadas às metas 12 e 13, com foco no contexto brasileiro, visando identificar lacunas e ações para alcançar os objetivos para conservação e o uso sustentável das plantas. Salienta-se que a meta 12 abrange também a exploração madeireira, não necessariamente de relação direta com povos indígenas e comunidades tradicionais, porém pode vir a ameaçar seus meios de subsistência. No Brasil, o conhecimento científico sobre os efeitos ecológicos da coleta de produtos florestais não madeireiros ainda é limitado e poucos estudos contribuíram para o estabelecimento de regulamentações legais para coleta e manejo. Com relação à meta 13, que diz respeito aos conhecimentos tradicionais e indígenas sobre o uso de plantas e à dependência desses povos pelas plantas, ainda faltam iniciativas de políticas integradoras e eficazes. No entanto, considerando o contexto político negativo das últimas décadas e exacerbado nos últimos anos, em relação à conservação da biodiversidade e aos povos indígenas e comunidades locais são necessárias mudanças profundas no cenário brasileiro, com forte apoio e reconhecimento para os povos indígenas e comunidades locais, para que qualquer objetivo relacionado ao alcance das metas da GSPC seja minimamente perseguido.
Palavras-chave:
etnobotânica; extrativismo; IPLC; NTFP; TEK