Resumo
A matéria orgânica morta representa uma reserva essencial de carbono, especialmente aquela alocada na necromassa arbórea (árvores mortas em pé, serapilheira grossa e serapilheira fina), desempenhando um papel fundamental na ciclagem de nutrientes e na provisão de habitat. Entretanto, a necromassa é frequentemente desconsiderada em inventários florestais. Aqui, objetivamos realizar o primeiro levantamento de vários componentes da necromassa na Floresta Atlântica do Nordeste do Brasil, fornecendo uma base para futuros estudos integrativos relacionados à necromassa nessa região. Registramos 17 árvores mortas em pé em 0,5 hectare e 239 tocos de serapilheira grossa. As estimativas de necromassa foram 3,9 Mg.ha-1 para árvores mortas em pé, 54,24 Mg.ha-1 para serapilheira grossa e 7,2 Mg.ha-1 para serapilheira fina. Indicamos que a maior parte das árvores mortas em pé e serapilheira grossa estavam em estágios intermediários e finais de decomposição. A fração folhas foi o componente dominante da serapilheira fina e meses secos tiveram maior queda deste componente. Finalmente, destacamos que inventariar árvores mortas em pé e serapilheira grossa representa um incremento de 25,6% na biomassa arbórea acima do solo, aprimorando as informações sobre estoques de matéria orgânica em florestas úmidas. Destacamos que o compartimento de necromassa deve ser considerado em inventários florestais, também incluindo pedaços pequenos de serapilheira grossa, o que pode informar melhores práticas de manejo florestal.
Palavras-chave
estágio de decomposição; MOM; linha interceptadora; serapilheira; floresta urbana