Resumo
Biological soil crusts (biocrusts) são componentes importantes em regiões áridas e semiáridas, comumente associados à facilitação da flora vascular. Os biocrusts em afloramentos rochosos da Caatinga, no semiárido nordestino, são representados principalmente por populações do musgo pioneiro Campylopus lamellatus. Entretanto, a Caatinga está sob progressivo processo de desertificação, que deve se prolongar pelos próximos 100 anos. Assim, entender a resposta fisiológica de C. lamellatus sob um cenário de mudanças climáticas, deve basear previsões sobre o rumo da flora de ambientes rochosos em cenário futuro. Aqui, nós avaliamos uma população do musgo C. lamellatus durante o efeito prolongado de seca, causado pelo El Niño, e durante a primeira estação chuvosa após o fenômeno. Nós utilizamos a biomassa (massa seca) e proporção de clorofilas como medidas de vigor. Nós identificamos a diminuição do investimento em alocação de biomassa e a degradação dos pigmentos fotossintéticos durante o evento de seca. Em contrapartida, constatamos o rápido aumento das clorofilas durante a estação chuvosa, i.e., investimento em biomassa via regeneração de clorofilas. Desse modo, nós concluímos que a resiliência do C. lamellatus é rápida até mesmo para uma planta fotófila, o que deve assegurar sua função facilitadora em condições de saturação ambiental.
Palavras-chave:
Biomassa; estresse; fotossíntese; pigmentos; semiárido