Resumo
O uso de técnicas de micropropagação é crucial para a conservação de espécies de musgos ameaçadas e para o reestabelecimento da natureza. Este estudo teve como objetivo estabelecer culturas in vitro de fragmentos de gametófitos de dez espécies de musgos do Cerrado. Após a desinfestação com álcool e solução de hipoclorito de sódio, explantes de musgo foram cultivados em meio Knop. As espécies Bryum argenteum, B. coronatum, Isopterygium tenerifolium, Leucobryum crispum, Pogonatum pensilvanicum e Vitalia cuspidifera foram sucessivamente estabelecidas com taxa de eficiência variando de 1 a 31,2%. No entanto, não foram obtidas culturas assépticas para as espécies Barbula indica, Bryum densifolium, Fissidens flaccidus e Sphagnum platyphylloides. Contudo, alguns explantes contaminados apresentaram desenvolvimento. Assim, todas as dez espécies foram submetidas as técnicas de resgate para estabelecer culturas em condições assépticas, a partir de explantes parcialmente contaminados (estabelecimento indireto). Consequentemente, o estabelecimento indireto resultou no aumento das chances de estabelecimento de culturas in vitro para a maioria das espécies. Portanto, o estabelecimento indireto como nova metodologia de cultivo in vitro foi bastante viável para a propagação das espécies de musgos listadas nesta pesquisa. Este fato é especialmente importante para fins de conservação, principalmente para espécies cujo material é sensível ou escasso.
Palavras-chave:
briófitas; conservação; cultivo; gametófito; resgate