Resumo
Microgramma vacciniifolia, uma samambaia epifíta, abriga duas galhas caulinares, uma delas induzida por Tortrimosaica polypodivora (Lepidoptera), que também induz galhas em M. squamulosa e em M. mortoniana. Alterações induzidas por T. polypodivora nos caules de M. vacciniifolia foram comparadas aos caules não-galhados, para avaliar os potenciais anatômicos das samambaias hospedeiras em resposta a um Lepidoptera galhador. Comparações histoquímicas e histométricas foram realizadas para avaliar os processos que levam à formação das galhas. As galhas de M. vacciinifolia e M. squamulosa são anatomicamente semelhantes, embora seus tamanhos diferem, refletindo o potencial de crescimento de cada espécie hospedeira. Alterações estruturais simples ocorrem durante a formação da galha, como hiperplasia das células corticais e pericíclicas, enquanto hipertrofia celular, comum em galhas mais complexas, é detectada apenas no periciclo. Os meristelos não têm o tamanho alterado, mas o periciclo apresenta hiperplasia. As escamas são mais largas nas galhas. Ao redor da câmara larval observa-se um tecido nutritivo com lipídios, típico das galhas de Lepidoptera, com células pequenas e atividade meristemática. Amido, proteínas e açúcares redutores também se acumulam nas células nutritivas, raramente relatado em galhas de Lepidoptera. Apesar das alterações estruturais simples, T. polypodivora induz o estabelecimento de um gradiente de metabólitos primários, semelhante ao observado em galhas de angiospermas.
Palavras-chave:
histoquímica; histometria; anatomia vegetal; interações inseto-planta; escamas