Resumo
Espécies distílicas possuem populações com dois morfos florais. O morfo longistilo possui flores com pistilos longos e estames curtos e o morfo brevistilo, pistilos curtos e estames longos. Normalmente, os morfos apresentam um sistema heteromórfico de incompatibilidade e os morfos estão em uma razão de 1:1 (isopletia) nas populações. Diferentes variações podem ser encontradas em espécies distílicas, como a presença de autocompatibilidade, anisopletia e variações no nível de reciprocidade entre anteras e estigmas dos dois morfos. O objetivo desse trabalho foi investigar a ocorrência das características distílicas em duas espécies de Rubiaceae. Para isso, a razão dos morfos, a hercogamia recíproca, o sistema de incompatibilidade e os visitantes florais de Psychotria deflexa e Declieuxia fruticosa foram estudados. Ambas as espécies apresentaram os dois morfos em proporção semelhante, altos valores de reciprocidade entre a altura dos verticilos sexuais dos morfos florais e apenas insetos como visitantes florais. O morfo brevistilo das duas espécies apresentou autoincompatibilidade parcial. Dentro de Rubiaceae, mesmo em grupos filogenéticos distintos, o relaxamento ou quebra da distilia parece ocorrer em padrões similares e comumente tal variação é mais comum no morfo longistilo. Para as espécies estudadas, mesmo com a pseudocompatibilidade do morfo brevistilo, as populações apresentaram proporção igual dos morfos, indicando que fatores como a alta hercogamia recíproca e, possivelmente, o serviço de polinização podem promover a manutenção da isopletia característica da distilia.
Palavras-chave: heterostilia; isopletia; polimorfismo floral; polinização; sistema de incompatibilidade
Abstract
Distylous species have populations with two floral morphs. The pin morph has long pistils and short stamens while the thrum morph presents short pistils and long stamens. Usually heterostylous plants present a diallelic system of incompatibility and morphs occur in a 1:1 ratio (isoplethy) in the populations. Different forms of variations occur in distylous species, such as the presence of self-compatibility, anisoplethy and variation in the reciprocity level between anthers and stigmas of the two floral morphs. The aim of this study was to investigate the occurrence of the distylous characteristics in two Rubiaceae species. For this purpose, morph ratio, reciprocal herkogamy, incompatibility system and flower visitors of Psychotria deflexa and Declieuxia fruticosa were studied. Both species have the two floral morphs in equal ratio, high reciprocity values for height of the reproductive whorls of the floral morphs and were visited only by insects. However, the thrum morph on both species presented partial self-incompatibility. Within the Rubiaceae, even in distinct phylogenetic groups, weakening or breakdown of distyly seems to occur in similar patterns, but deviations in the incompatibility system have been mostly recorded for the pin morph of distylous species. In the studied species the populations had equal morph ratio despite the pseudocompatibility of the thrum morph, which indicates that factors such as high reciprocal herkogamy and possibly efficient pollination services could promote the maintenance of distyly in these species.
Key words: heterostyly; isoplethy; floral polymorphism; pollination; incompatibility system
Introdução
As angiospermas possuem, aproximadamente, 72% das espécies com flores hermafroditas (Jong & Klinkhamer 2005) e, muito embora, o hermafroditismo possa proporcionar uma maior economia de recursos devido as funções masculina e feminina estarem dentro de uma mesma flor (Charnov et al. 1976), a maior probabilidade de deposição de pólen no próprio estigma pode gerar impactos reprodutivos negativos (Barrett 2002a; Charlesworth & Willis 2009). Como resposta a essas questões, algumas plantas hermafroditas desenvolveram estratégias reprodutivas para prevenir a interferência entre as funções masculina e feminina, tais como a separação temporal (dicogamia) da maturação sexual e a separação espacial (hercogamia) dos órgãos sexuais dentro de uma mesma flor. Embora a dicogamia e a hercogamia sejam estratégias úteis, elas não conseguem evitar a autofertilização que pode ocorrer através da geitonogamia e autopolinização. O surgimento do sistema de incompatibilidade permitiu que as plantas mantivessem suas estruturas masculinas e femininas dentro de uma mesma unidade floral sem que houvesse autofertilização (Webb & Lloyd 1986; Barrett 2002a; Jong & Klinkhamer 2005; Pérez-Barrales 2005).
A heterostilia apresenta algumas estratégias dentre aquelas que previnem a autopolinização/autofertilização, sendo considerado um polimorfismo floral que pode manifestar-se por meio de populações com três (tristilia) ou dois (distilia) morfotipos florais. A distilia é a condição mais comum da heterostilia, de maneira que populações em estado de equilíbrio tendem a apresentar metade dos indivíduos com flores de estilete curto e estames longos, denominados morfo brevistilo, e a outra metade com flores de estilete longo e estames curtos, denominados morfo longistilo (Darwin 1877; Bahadur 1968; Ganders 1979; Barrett 1992; Barrett & Shore 2008). A correspondência na altura das anteras e do estigma entre os morfos é denominada hercogamia recíproca (HR), sendo essa uma característica física para potencializar o fluxo de pólen entre os morfos. Juntamente ao aspecto morfológico, plantas heterostílicas, comumente, possuem um sistema de incompatibilidade dialélico esporofítico, nos quais somente cruzamentos entre os diferentes morfos florais, chamada de polinização legítima ou intermorfo, formam sementes férteis (Ganders 1979). O significado adaptativo e funcional da HR mais aceito atualmente foi proposto por Darwin (1877), sendo considerado um mecanismo floral que promove a polinização cruzada intermorfo mediada pelos polinizadores.
A distilia originou-se múltiplas vezes em um contexto macroevolutivo e variações nas características desse sistema reprodutivo são frequentes. Dentre as formas atípicas da heterostilia incluem a homostilia (posicionamento dos verticilos reprodutivos masculinos e femininos na mesma altura), o monomorfismo (populações com apenas um dos morfos) e também alterações e/ou perdas do sistema de incompatibilidade (Hamilton 1990; Barrett 1992). Alguns estudos com espécies da família Rubiaceae apontam que o sistema de incompatibilidade parece ser um dos principais responsáveis pela manutenção da distilia (Coelho & Barbosa 2004; Castro et al. 2004; Teixeira & Machado 2004; Lopes & Buzato 2005; Silva 2007). Porém outros estudos com espécies de Psychotria (Rubiaceae) mostram que o sistema de incompatibilidade parece não atuar de modo esperado quando há desequilíbrio na manifestação dos morfos florais, especialmente quando ocorre monomorfismo (Sakai & Wright 2008).
Alguns trabalhos discutem que variações no sistema de incompatibilidade pode ser resultado do relaxamento ou da perda da incompatibilidade podendo causar a quebra de todo o sistema distílico (Lloyd & Webb 1992; Barrett & Shore 2008), sendo, aparentemente, mais registrado no morfo longistilo (Lenza et al. 2008; Novo 2010; Faria et al. 2012). Em muitos casos, a evolução de diferentes graus de eficácia na autocompatibilidade em espécies distílicas parece ser uma condição selecionada para segurança reprodutiva, sobretudo quando populações estão sob algum tipo de pressão seletiva (Schemske & Lande 1985; Barrett & Shore 1987; Schoen et al. 1997). Qualquer tipo de variação, tanto no aspecto morfológico quanto no fisiológico, podem ocorrer entre espécies cogenéricas e até mesmo entre indivíduos de uma população (Ganders 1979; Hamilton 1990; Faivre & Mcdade 2001), deste modo estudos sobre o sistema reprodutivo, morfometria floral e razão entre os morfos florais em populações de diferentes espécies distílicas são importantes para o entendimento do significado adaptativo deste polimorfismo (Faria 2010).
Rubiaceae é a família com maior número de espécies distílicas dentre as 28 famílias de angiospermas que apresentam este polimorfismo (Hamilton 1990; Faivre & Mcdade 2001). Estudos com espécies distílicas de Rubiaceae nos trópicos têm demonstrado uma gama de variações nos padrões heterostílicos, independentemente, das relações filogenéticas dos táxons (e.g., Sakai & Wright 2008; Ferrero et al. 2012). Os gêneros Psychotria e Declieuxia fazem parte da subfamília Rubiodeae, porém se encontram em tribos distintas (Psychotrieae e Coussareeae, respectivamente). A distilia é tida como um caráter primitivo na subfamília, nas tribos e nos gêneros mencionados acima, entretanto suas espécies apresentam diferentes alterações nas características do polimorfismo, sobretudo no que diz respeito ao sistema de incompatibilidade e a hercogamia recíproca. Assim, estudos com espécies distílicas de diferentes gêneros e tribos representam uma oportunidade para entender melhor os caminhos evolutivos que tais espécies podem seguir, permitindo uma interpretação mais ampla dos processos ecológicos e funcionais envolvidos na manutenção ou quebra da distilia. Para isso, o objetivo deste estudo foi analisar a biologia floral, razão entre morfos, hercogamia recíproca, sistema de incompatibilidade e os visitantes florais de Psychotria deflexa DC. e Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae).
Material e Métodos
Espécies estudadas e áreas de estudo
Psychotria deflexa é uma erva ou subarbusto de 50-150 cm de altura, distribuídas em sub-bosque de formações florestais, enquanto que Declieuxia fruticosa é um subarbusto ou arbusto de 7-150 cm de altura, encontrada em formações savânicas (Delprete 2010). Declieuxia fruticosa é considerada a mais complexa e variável espécie do gênero, tendo também o maior número de caracteres primitivos (Kirkbride 1976). Não há informação a respeito do sistema reprodutivo de ambas as espécies, porém sabe-se que apresentam flores brancas, diminutas, síndrome entomofílica e que florescem a partir de novembro, mas com duração de floração bem diferenciada, sendo um mês para P. deflexa e sete para D. fruticosa.
O estudo foi desenvolvido entre o período de setembro de 2003 a abril de 2005 em uma população de P. deflexa localizada na Estação Ecológica do Panga (EEP - 19º09'20''S e 48º23'20''W) e em duas populações de D. fruticosa localizadas também na EEP e na reserva particular do Clube de Caça e Pesca Itororó (CCPI - 18º59'21''S e 48º18'06''W), ambas no município de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Apesar de D. fruticosa ter sido estudada em duas áreas, dados de biologia e atributos florais, razão entre morfos e sistema reprodutivo foram coletadas, exclusivamente, na EEP e os de visitantes florais coletados apenas na CCPI. A EEP é uma reserva particular do patrimônio natural (RPPN) pertencente à Universidade Federal de Uberlândia desde o ano de 1986. Sua área é de 409,5 ha, apresentando uma vegetação com excelente representatividade dos diferentes tipos de fisionomias vegetais encontrados na região dos Cerrados do Brasil Central (Schiavini & Araújo 1989). Já o CCPI é de propriedade particular e possui, aproximadamente, 400 ha, sendo o cerrado típico a formação predominante.
O clima da região é classificado como Aw megatérmico, tratando-se de clima tropical úmido com inverno seco (Köppen 1948). As duas estações presentes na região são bem definidas, sendo caracterizadas por um período de alto índice pluviométrico, que vai de outubro a março, e outro de estiagem, de abril a setembro. Exemplares botânicos das espécies estudadas foram coletados, herborizados e incorporados no Herbarium Uberlandense - HUFU (Uberlândia, Minas Gerais, Brasil), sob os números de registro 41923, 41924, 41927, 41928 para P. deflexa e 41925, 41929 para D. fruticosa.
Biologia e atributos florais
Todas as características descritas para as flores, como coloração, início da antese (definida pela separação dos lóbulos da corola), longevidade floral (a partir do início da antese até o período em que a corola se desprendia do receptáculo), recurso oferecido, receptividade estigmática (a partir da separação dos lóbulos estigmáticos) e período de exposição do pólen foram obtidas por observações diretas no campo, em no mínimo 20 indivíduos de cada espécie.
A morfometria floral foi estudada em flores coletadas e armazenadas em álcool 70%. Para captar possíveis variações individuais, foram coletadas 40 flores por morfo, distribuídas em 10 indivíduos de cada espécie. Em cada flor, foram obtidas medidas de comprimento e diâmetro de abertura do tubo da corola, altura dos estames (do início do filete até a porção média das anteras) e altura do estigma. A altura do estigma foi calculada pela soma do comprimento do estilete (da base da corola até a base do estigma) e metade do comprimento dos lóbulos estigmáticos (da base do estigma até o seu ápice). Esse cálculo foi aplicado para não superestimar a altura do estigma, uma vez que ele é bífido e, em condições naturais, se encontrar aberto. As medidas foram obtidas com auxílio de paquímetro com precisão de 0,1 mm.
As medidas de reciprocidade da altura do estigma de um morfo com a altura dos estames de outro morfo (HR) foram avaliadas pelo índice de reciprocidade desenvolvido por Sánchez et al. (2013). Esse índice se baseia na comparação da altura dos estames de cada flor com a altura do estigma de todas as flores do morfo oposto. Nesta análise, a reciprocidade é avaliada de forma conjunta (R2 - índice de reciprocidade), sendo que os valores deste índice variam de zero (reciprocidade mínima) a um (reciprocidade perfeita). Valores abaixo de um ocorrem quando a reciprocidade não é perfeita e são modulados pela média dos desvios padrões das diferenças de altura. Logo, quanto maior a dispersão desses valores maior será o afastamento do valor um (Sánchez et al. 2013).
A razão entre morfos foi averiguada utilizando-se o método de varredura, no qual os indivíduos foram morfotipados (brevistilo ou longistilo), aleatoriamente, nas populações. Foi utilizado o teste de Qui-quadrado para analisar, estatisticamente, se a razão entre morfos era diferente da ocorrência equilibrada de 1:1 (BioEstat 5.0; Ayres et al. 2007).
Sistema reprodutivo
O sistema reprodutivo das duas espécies foi investigado a partir de polinizações manuais realizadas em flores, previamente, ensacadas para evitar contato com grãos de pólen originados de doadores não identificados. As polinizações manuais foram realizadas em 20 indivíduos de cada espécie (dez de cada morfo floral) com 40 flores por tratamento para Psychotria deflexa (três a cinco flores por tratamento em cada indivíduo) e 15 flores para Declieuxia fruticosa (uma a duas flores por tratamento em cada indivíduo). Os seguintes tratamentos foram realizados: a) autopolinização manual: flores foram polinizadas com grãos de pólen da própria flor; b) apomixia: botões em pré-antese foram apenas emasculados, sem receber tratamento posterior; c) polinização cruzada intramorfo: flores de um morfo receberam grãos de pólen de flores do mesmo morfo, mas de indivíduos diferentes; d) polinização cruzada intermorfo: flores de um morfo receberam grãos de pólen de flores de outro morfo; e) polinização natural (controle): flores foram apenas marcadas para avaliar a eficiência da polinização natural. Após totalmente formados, os frutos foram quantificados e foi utilizado o teste Exato de Fisher para comparar a frutificação entre os tratamentos e entre os morfos.
Foi calculado, paralelamente as análises estatísticas, o índice de autoincompatibilidade (ISI), com o intuito de identificar o tipo de sistema reprodutivo das duas espécies. O ISI é determinado pela razão entre a proporção de frutos formados por autopolinização e por polinização cruzada intermorfo. De acordo com o índice, valores abaixo de 0,25 são considerados como autoincompatíveis (Bullock 1985). Valores entre 0,25 e 0,75 indicam autoincompatibilidade com algum nível de autocompatibilidade (chamado de pseudocompatibilidade), e valores acima de 0,75 indicam autocompatibilidade (Lloyd & Schoen 1992). Também foi calculado o índice de eficácia reprodutiva (IER), dado pela razão entre a produção de frutos do tratamento controle e da polinização cruzada legítima (Ruiz & Arroyo 1978). Valores do IER acima de 0,66 indicam alta eficácia reprodutiva das espécies decorrente de um fluxo de pólen promovido pelos polinizadores (Ruiz & Arroyo 1978) e valores semelhantes ou inferiores a 0,25 indicam limitação de pólen (Sobrevilla & Arroyo 1982). Apesar desta medida de eficácia reprodutiva estimar a produção de frutos sob condições de máxima polinização (IER=1), valores superiores a 1 podem ser encontrados quando a produção de frutos do tratamento controle for maior que da polinização cruzada legítima, indicando polinizadores altamente eficientes.
Visitantes florais
Para o estudo dos visitantes florais nas duas espécies, foram realizadas observações diretas no campo. Os registros dos visitantes florais foram realizados ao longo de todo o período de floração em dias não contínuos, totalizando cerca de 20 horas de observação por espécie. No momento das visitas, os insetos visitantes foram capturados com rede entomológica e sacrificados em campo com acetato de etila. A captura dos insetos era realizada apenas quando houvesse suspeita de ser uma nova espécie de visitante interagindo com as flores estudadas. Em laboratório, os visitantes coletados foram fixados e, posteriormente, identificados por especialistas. Durante as visitas, também foi analisado o comportamento dos visitantes nas flores (polinizador: quando ocorria o contato de alguma parte do corpo do visitante com as anteras e estigma da flor; pilhador: quando o recurso era coletado sem que o visitante contatasse as estruturas reprodutivas).
Resultados
Biologia e atributos florais
As flores de Psychotria deflexa e Declieuxia fruticosa são brancas, hermafroditas, formam um tubo curto (P. deflexa: 3,98 ± 0,49 mm de comprimento para ambos os morfos; D. fruticosa: 3,48 ± 0,47 mm de comprimento para brevistila e 3,87 ± 0,67 mm para longistila) com abertura estreita (P. deflexa: 1,67 ± 0,14 mm de diâmetro para brevistila e 1,55 ± 0,21 mm para longistila; D. fruticosa: 1,84 ± 0,17 mm de diâmetro para brevistila e 1,74 ± 0,21 mm para longistila), possuem simetria radial (Fig. 1) e se encontram dispostas em inflorescências terminais cimosas. Apresentam odor adocicado e possuem uma longevidade floral em torno de 24 horas. O início da antese das flores de P. deflexa ocorre até duas horas antes (das 5 h 30 min às 6 h 30 min) da verificada em D. fruticosa (das 7 h 30 min às 8 h 30 min). No início da antese, as anteras já se encontram deiscentes e o estigma receptivo. O néctar, recurso floral ofertado, é secretado desde o início da antese por um nectário, em forma de disco, que está localizado ao redor do ovário. O androceu é formado por cinco estames férteis em P. deflexa e quatro em D. fruticosa. Eles são dialistêmones e epipétalos, cujas anteras rimosas são alvas em P. deflexa (Fig. 1b) e violáceas em D. fruticosa (Fig. 1d). Em ambas as espécies, os estames estão dispostos na corola de forma concêntrica, porém, especificamente no morfo brevistilo de P. deflexa, eles se encontram reunidos de um único lado na porção superior da corola (Fig. 1b).
Flores de Psychotria deflexa DC. e Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae). - a. flor longistila de Psychotria deflexa. b. flor brevistila de Psychotria deflexa. c. flor longistila de Declieuxia fruticosa. d. flor brevistila de Declieuxia fruticosa.
Figure 1
Flowers of Psychotria deflexa DC. and Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae). - a. pin flower of Psychotria deflexa. b. thrum flower of Psychotria deflexa. c. pin flower of Declieuxia fruticosa. d. thrum flower of Declieuxia fruticosa.
As duas espécies apresentaram as características morfológicas e populacionais típicas da distilia, tais como a presença de flores dos morfos longistilo e brevistilo (Fig. 1), isopletia e hercogamia recíproca (Fig. 2). Foram encontrados 53 indivíduos longistilos e 47 brevistilos de P. deflexa e 49 longistilos e 51 brevistilos de D. fruticosa, sendo que a razão dos morfos não diferiu significantemente do esperado em nenhuma das duas espécies (P. deflexa: x2 = 0,36; d.f. = 1; P = 0,617; D. fruticosa: x2 = 0,04; d.f. = 1; P = 0,920). Foi encontrada uma hercogamia recíproca alta entre os morfos florais das duas espécies (R2 = 0,75 e R2 = 0,88 em P. deflexa e D. fruticosa, respectivamente).
a. variação na altura das anteras (●) e dos estigmas (○) em flores de Psychotria deflexa DC (Rubiaceae). b. variação na altura das anteras (●) e dos estigmas (○) em flores de Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae). As flores mensuradas foram ordenadas de forma crescente pela altura do estigma para ilustrar a reciprocidade entre os órgãos sexuais em cada morfo.
Figure 2
a. variation in height of the anthers (●) and stigmas (○) in flowers Psychotria deflexa DC (Rubiaceae). b. variation in height of the anthers (●) and stigmas (○) in flowers Declieuxia fruticosa (Willd. Ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae). The measured flowers were ordered in ascending order by the stigma height, to illustrate the reciprocity between the sexual organs in each morph.
Sistema reprodutivo
As duas ferramentas utilizadas para definir o sistema reprodutivo das espécies mostraram situações distintas. De acordo com as análises estatísticas, o morfo brevistilo de Psychotria deflexa não apresentou diferença significativa entre os tratamentos de auto polinização e polinização cruzada, indicando autocompatibilidade, enquanto para Declieuxia fruticosa estas diferenças foram significativas indicando um sistema de incompatibilidade funcional. Considerando os limites comumente utilizados para o índice de autoincompatibilidade (ISI), ambas as espécies apresentaram incompatibilidade parcial no morfo brevistilo.
Os morfos brevistilo e longistilo nas duas espécies estudadas produziram a mesma quantidade de frutos entre os morfos quando os dados são avaliados dentro de um mesmo tratamento de polinização (Tab. 1). Entretanto, houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos quando a comparação é feita no mesmo morfo floral. Por exemplo, para o morfo brevistilo de P. deflexa a produção de frutos por polinização cruzada intermorfo não foi significativamente diferente da polinização cruzada intramorfo (P = 0,196), o que indica algum nível de autocompatibilidade. Este resultado não foi encontrado para o morfo longistilo da mesma espécie. Em D. fruticosa, a produção de frutos por polinização cruzada intermorfo foi, significativamente, maior do que a polinização cruzada intramorfo nas flores brevistilas (P = 0,008) e longistilas (P = 0,001), indicando efeito de autoincompatibilidade nos dois morfos.
Avaliação do sistema reprodutivo de Psychotria deflexa DC. e Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae) na Estação Ecológica do Panga, município de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil. Os valores de porcentagens correspondem ao sucesso reprodutivo (número de flores que originaram frutos) de cada tratamento.
Table 1
Evaluation of the reproductive system of Psychotria deflexa DC. and Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae) in the Panga Ecological Station, Uberlândia, Minas Gerais, Brazil. The percentages of values correspond to reproductive success (number of flowers that originated fruits) of each treatment.
Ambas as espécies indicaram a presença de incompatibilidade parcial no morfo brevistilo, pois apresentaram valores de ISI iguais a 0,31 para P. deflexa e 0,30 para D. fruticosa (Tab. 1). Já o morfo longistilo foi considerado autoincompatível nas duas espécies, pois apresentaram valores de 0,07 para P. deflexa e 0,18 para D. fruticosa. As duas espécies não formaram frutos por apomixia e apresentaram valores elevados (> 0,66) para o índice de eficácia reprodutiva (IER), demonstrando a eficiência dos polinizadores em promover o fluxo de pólen nas espécies estudadas (Tab. 1). Além disso, o morfo longistilo de D. fruticosa produziu mais frutos em polinização natural do que em polinização cruzada intermorfo, apresentando valor de IER maior que 1.
Visitantes florais
Foram registrados indivíduos de 36 espécies visitando as flores de Declieuxia fruticosa, enquanto apenas indivíduos de três espécies visitaram as flores de Psychotria deflexa. Todos os visitantes florais utilizaram o néctar como recurso. Declieuxia fruticosa recebeu visitas de abelhas, vespas, moscas, borboletas, mariposas e formigas, sendo que apenas o último grupo apresentou comportamento de pilhador (Tab. 2). Abelhas e vespas, com 19 e 10 espécies registradas respectivamente, foram os grupos que apresentaram maior riqueza de visitantes. Em P. deflexa, abelhas da família Halictidae foram os únicos visitantes observados (Tab. 2).
Visitantes florais de Psychotria deflexa DC. na Estação Ecológica do Panga e de Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae) no Clube de Caça e Pesca Itororó de Uberlândia, Minas Gerais, Brasil.
Table 2
Floral visitors of Psychotria deflexa DC. in the Panga Ecological Station and Declieuxia fruticosa (Willd. ex Roem. & Schult.) Kuntze (Rubiaceae) in Itororó Hunting and Fishing Club of Uberlândia, Minas Gerais, Brazil.
Discussão
As flores de Psychotria deflexa e Declieuxia fruticosa apresentaram morfologia semelhante à de outras espécies de Rubiaceae. Espécies desta família possuem um sistema de polinização considerado especializado, pois suas flores com corola gamopétalas restringem o acesso a coleta de néctar, principalmente em espécies com tubo floral longo, de maneira que insetos de probóscide curta não conseguem ter acesso ao recurso (Amorim & Oliveira 2006; Consolaro et al. 2009; Machado et al. 2010; Consolaro et al. 2011; Rodrigues & Consolaro 2013). Entretanto, as flores diminutas de tubo curto das duas espécies estudadas não impedem a visita de insetos com probóscide curta, tornando-as assim mais genéricas em relação às espécies de Rubiaceae com tubo floral mais longo. O tamanho, a coloração branca de suas flores e, sobretudo, a pequena quantidade de néctar produzido (obs. pess.) atraíram apenas polinizadores de pequeno porte. Esses polinizados parecem ser eficientes no fluxo de pólen legítimo, uma vez que as espécies apresentaram um alto valor de IER e os resultados do tratamento de polinização natural não foram significativamente diferentes aos das polinizações intermorfo.
Psychotria deflexa apresenta os estames do morfo brevistilo dispostos de forma agregada em um único lado na porção superior da corola e o pistilo do morfo oposto se encontra na posição correspondente, sendo essa, provavelmente, uma estratégia extra a HR para potencializar o fluxo de pólen do morfo brevistilo para o longistilo. Os estames de D. fruticosa não possuem a mesma arquitetura estaminal, porém o anel de tricomas presente internamente ao tubo floral, também encontrado em P. deflexa, podem auxiliar na deposição de pólen em partes específicas no corpo do polinizador, evitar a interferência de autopólen e/ou amenizar a incompatibilidade parcial do morfo brevistilo. Estudos funcionais teriam que ser desenvolvidos para saber o verdadeiro papel do anel de tricomas nas espécies de Rubiaceae e se a disposição agregada dos estames do morfo brevistilo auxilia de fato o fluxo de pólen e/ou causa algum diferencial unidirecional de pólen a favor do morfo longistilo.
O índice de Sanchez et al. (2013) indica que as espécies estudadas possuem alta reciprocidade entre os órgãos reprodutivos dos morfos florais. Para considerar que uma espécie seja tipicamente distílica, alguns critérios são indicados, como a presença de HR, populações em isopletia e sistema de incompatibilidade esporofítico (Darwin 1887; Ganders 1979; Barrett 1992; Faivre & McDade 2001; Barrett & Shore 2008). Alguns modelos evolutivos da distilia consideram que a HR é uma condição primária ao sistema de incompatibilidade (Lloyd & Webb 1992) e que essa estratégia física promove uma maior aptidão do sexo masculino, uma vez que potencializa a polinização cruzada intermorfo e, assim, reduz o desperdício de pólen (Barrett 2002b). A falta de uma reciprocidade entre os órgãos reprodutivos pode acarretar efeitos negativos, pois alguns autores afirmam que quanto menor é a HR entre os morfos, menor será a chance dos polinizadores transportarem pólen legítimo entre os morfos (Bramow et al. 2013; Thompson et al. 2012). Em contraste, em P. deflexa e D. fruticosa a alta reciprocidade entre os morfos florais pode ser um dos fatores responsáveis pelo considerável sucesso reprodutivo no tratamento de polinização natural em ambos os morfos.
As duas espécies estudadas apresentaram semelhanças em suas características distílicas, como populações em isopletia com alto índice de reciprocidade entre os morfos florais. Da mesma forma as anomalias encontradas nas duas espécies também foram semelhantes, como o relaxamento/flexibilização do sistema de incompatibilidade (autoincompatibilidade parcial segundo o ISI) no morfo brevistilo. Estudos filogenéticos afirmam que as tribos Coussareae e Psychotrieae, as quais pertencem os gêneros Decleuxia e Psychotria, respectivamente, constituem clados irmãos, sendo Coussareae uma tribo mais ancestral (~ 65 Ma) em relação à Psychotrieae (~ 50 Ma) (Bremmer & Erickson 2009). Variações na distilia encontradas em espécies de Psychotria e Palicourea (gêneros pertencentes à mesma tribo - Psychotrieae), como presença de homostilia, monomorfismo e/ou a autocompatibilidade em algumas populações da mesma espécie, demonstram que diferentes anomalias podem ocorrer em taxa com proximidade filogenética ainda maior (Consolaro et al. 2009; Machado et al. 2010; Consolaro et al. 2011; Faria et al. 2012). Um trabalho clássico de evolução da heterostilia discute que este polimorfismo floral surgiu de forma independente, pelo menos, 23 vezes nas angiospermas (Lloyd & Webb 1992). É possível pensar que a distilia possui uma versatilidade quanto aos caminhos evolutivos, não sendo possível dizer atualmente quantas vezes a distilia teria sido originado em um contexto macroevolutivo nas plantas com flores. Assim, variações distílicas semelhantes, como as encontradas em D. fruticosa e P. deflexa, podem ser originadas de processos evolutivos independentes das relações filogenéticas entre as espécies.
Mas a autoincompatibilidade parcial registrada no morfo brevistilo de D. fruticosa e P. deflexa é uma situação rara em espécies distílicas, uma vez que são mais comuns as variações no sistema de incompatibilidade do morfo longistilo (Lenza et al. 2008; Novo 2010; Faria et al. 2012). A autoincompatibilidade parcial também foi encontrada no morfo longistilo de Villarsia lasiosperma F. Muell. (Menyanthaceae) (Ornduff 1992) e nos morfos longistilo e brevistilo de Palicourea padifolia (Humb. & Bonpl. ex Schult.) C.M. Taylor & Lorence (Rubiaceae) (Contreras & Ornelas 1999). Muitos estudos de biologia reprodutiva demonstram que o morfo brevistilo apresenta um sistema de incompatibilidade mais estável do que o morfo longistilo (Darwin 1877; Bahadur 1966; Ornduff 1971) e é sugerido que essa diferenciação existe, provavelmente, pelo sistema de incompatibilidade ter evoluído de modo independente em cada morfo floral (Loydd & Webb 1992). Entretanto, a diferença na expressão da atividade do sistema de incompatibilidade entre os morfos florais de D. fruticosa e P. deflexa não é percebida nos valores de frutificação entre os morfos e na isopletia das duas populações estudadas. Vários outros fatores a posteriori, tais como diferenças na taxa de germinação e na sobrevivência de plântulas obtidas após autopolinização e polinização cruzada intermorfo, podem explicar a manutenção da isopletia em populações que apresentam variações no sistema de incompatibilidade.
O sistema de incompatibilidade é uma estratégia versátil e diversificada de reprodução presente nas espécies vegetais e variações nesse sistema podem não representar a perda total de sua função, mas sim a modificação de sua expressão como resposta plástica a processos fisiológicos ou a fatores ambientais (Vallejo-Marín & Uyenoyama 2008). Teoricamente, fenótipos com variações no sistema de autoincompatibilidade podem se fixar nas populações vegetais, levando a um polimorfismo estável de pseudo-autofertilização (Good-Avila et al. 2008). A autoincompatibilidade parcial de P. deflexa e D. fruticosa pode levar a uma fertilização mista, permitindo a fecundação oriunda de duas fontes de pólen (legítima e ilegítima), resultando em um mecanismo de segurança reprodutiva para essas espécies. Assim, a autoincompatibilidade parcial pode favorecer a reprodução das espécies em situações adversas, como a de limitação polínica pela perda de polinizadores e/ou de perturbações no meio abiótico e biótico.
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Datas de Publicação
-
Publicação nesta coleção
Apr-Jun 2016
Histórico
-
Recebido
10 Maio 2015 -
Aceito
31 Ago 2015