Resumo
A mobilização de reservas e a utilização de metabólitos foram caracterizadas durante a germinação da semente e o estabelecimento da plântula em Pityrocarpa moniliformis, uma leguminosa endospérmica da Caatinga. As sementes foram germinadas sob condições controladas por quatro dias e as plântulas foram transferidas para hidroponia e mantidas em casa de vegetação durante quatro dias. As coletas foram realizadas em estágios fisiológicos distintos e reservas, metabólitos e atividades enzimáticas foram determinadas nas diferentes partes da plântula. Galactomananas armazenadas no endosperma e açúcares não redutores acumulados nos cotilédones foram mobilizados da germinação da semente à emergência do hipocótilo. Durante estes processos, a acumulação de açúcares redutores no endosperma coincidiu com o aumento do conteúdo de amido nos cotilédones e no eixo da plântula, indicando que os açúcares liberados das galactomananas podem ter sido utilizados na biossíntese do amido. A mobilização do amido e das proteínas de reserva nos cotilédones ocorreu mais tarde, do alongamento do hipocótilo à expansão dos cotilédones. A degradação do amido possivelmente sustentou a acumulação de amido e açúcares solúveis na raiz, enquanto a hidrólise das proteínas de reserva foi associada à acumulação de clorofilas nos cotilédones e à emergência da primeira folha. Assim, a mobilização das reservas exibe um padrão bifásico, permitindo o rápido estabelecimento da plântula como uma estratégia fisiológica para garantir a colonização do ambiente.
Palavras-chave
enzimas hidrolíticas; germinação da semente; metabólitos solúveis; reservas armazenadas; leguminosa arbórea